Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente no jornal Monitor Mercantil.
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BAP volta atrás e Abi-Ackel não vira mais publicitário
A Brasil-América Publicidade, agência ligada ao grupo varejista CB, não vai mais entregar a direção do seu futuro escritório em Brasília ao exministro da Justiça Ibrahim Abi-Ackel, conforme havia comunicado à Imprensa no início de agosto.
A decisão, é claro, deveu-se aos últimos escândalos envolvendo o nome de Ackel, o que certamente prejudicaria a sua atuação naquela função. Segundo nos informou um representante da BAP, a agência não teve prejuízo em voltar atrás no processo porque, por problemas de disponibilidade de tempo de seus diretores, o contrato com o ex-ministro não chegou a ser assinado antes de as notícias sobre AbiAckel surgirem. O que comprova a sorte dos Velloso, pois nos dias que antecederam a crise, a agência bem que recebeu seguidos telefonemas de Paulo Abi-Ackel, filho do exministro, pedindo que o processo fosse apressado. Premonição, quem sabe.
Com a decisão, o cronograma de abertura da filial da BAP em Brasília será alterado. A agência pretende, porém, ter a filial funcionando ainda este ano. Só que, para não prejudicar a sua imagem de seriedade, provavelmente agora sob a direção de algum profissional de propaganda de Brasília cuja reputação seja indiscutivelmente indiscutível.
Outra fria como esta, nem pensar.
Mesbla muda marketing com ajuda da Provarejo
Com uma das maiores campanhas publicitárias da sua história, a Mesbla está iniciando este mês uma nova e ousada política de marketing, procurando mudar radicalmente a sua imagem perante o público jovem, comprador de moda. Agora, a Mesbla quer enfrentar os novos magazines e as butiques sendo vista como um varejo que oferece "uma moda atual de qualidade a preços justos", como define o broadside que a empresa enviou esta semana a jornalistas especializados em moda e propaganda de todo o País.
Para transmitir ao público, então, esta renovação -- devida em muito graças à nova mentalidade implantada pelo atual vice-diretor de Compras e Propaganda da empresa, Luís Antônio Secco --, a Mesbla e a Provarejo, agência que pertence ao grupo, decidiram transpor para toda a comunicação visual da empresa, desde a propaganda até as vitrines e displays, os, mesmos elementos de cor e estilo da próxima moda primavera/verão, caracterizada, entre outros elementos; pelos "florais e tons pastéis, grafismos de Miró, a volta do psicodelismo, a moda cigana de Carmen, o exotismo oriental nos cashmeres e a sobriedade dos uniformes da tendência Companhia".
A partir daí, foram produzidos nada menos que 27 anúncios de revista de página dupla a quatro cores e um comercial de tevê, todos utilizando fotos feitas por J. R. Duran com a incrível luz de Búzios, em layouts e textos perfeitos para transmitir o clima de classe e bom gosto que exige o novo público alvo que a Mesbla pretende atingir.
Criada pela redatora Maria Lobo e pelo diretor de arte Carlos Garcia, sob a direção de criação de Carlos Martins, a campanha "Primavera/Verão" da Mesbla contou com Beth Duran e Beth Levacov na produção das fotos e com a Jodaf na produção do comercial. A direção do filme foi de João Daniel Tikhomiroff.
Três dão prêmios ao Rio no FIAP
A Esquire deu ao Rio o melhor prêmio entre os três conquistados esta semana no FIAP-Festival ÍberoAmericano de Publicidade: o 1º lugar de Anúncios de Artigos Medicinais, para o produto Solarcaine, da Plough, na área de Peças Gráficas.
Na área de Peças para Rádio o Rio não obteve premiações, mas nos Comerciais o mercado carioca conquistou dois prêmios: 3º lugar de Comerciais de Cigarros e Tabaco, para o filme Fitilho, criado pela MPM e produzido pela Jodaf para Hollywood, da Souza Cruz; e 3º lugar de Comerciais de Meios de Comunicação, para o filme "Classificados", criado pela Diler e produzido pela Globotec para o jornal O Globo.
Televisão domina verbas no Brasil
A televisão absorveu 59% dos Cr$ 2,282 bilhões de verbas publicitárias aplicadas em 1984 em veículos de comunicação. Em segundo lugar ficaram os jornais, com 18% da verba, seguidos das revistas, com 12% e do rádio, com 11% de participação. Os dados foram divulgados esta semana pelo boletim "Pesquisa de Mídia" da agência Salles/Inter- Americana, com base nas informações do instituto LEDALevantamento Econômico de Dados dos Anunciantes.
Das 23 áreas econômicas incluídas no levantamento, a televisão obteve a maioria dos investimentos em 1984, sendo que as duas maiores presenças percentuais foram nos segmentos de Alimentos (verba total de Cr$ 172 bilhões) e de Limpeza e Higiene Doméstica (total de Cr$ 26 bilhões), nos quais a televisão absorveu 87% e 84%, respectivamente.
Nas quatro exceções, a televisão foi superada pelas revistas, que levaram 52% das verbas da área de Bens Industriais e Matérias-Primas (total de Cr$ 15 bilhões) e 51% da área de Equipamentos e Materiais para Escritórios e Lojas (total de Cr$ 40 bilhões); e ainda pelos jornais, que são maioria com a participação de 40% nas verbas de Turismo (total de Cr$ 74 bilhões) e de 39% das da Indústria da Construção (total de Cr$ 68 bilhões).
Do total veiculado em 1984, as quatro áreas que tiveram maior presença foram Comércio (varejo), com Cr$ 444 bilhões; Finanças/Seguros, com Cr$ 288 bilhões; Serviços, com Cr$ 218 bilhões; e Saúde, Higiene Pessoal e Cosméticos, com Cr$ 184 bilhões.
Renasce o debate sobre uma entidade nacional.
A criação de uma entidade de profissionais de propaganda a nível nacional voltou a ser tema de debates entre as lideranças publicitárias, que no próximo dia 24 de setembro reúnem-se no Rio, na sede da ABP, como segunda fase de um encontro que começou no final de agosto em São Paulo, na sede da APP - Associação Paulista de Propaganda.
Esta é a terceira vez, nos últimos quinze anos, que o assunto volta à tona. A primeira deu-se quando Sani Sirotsky era presidente da ABP e fracassou, pois as lideranças cariocas não aceitaram a transformação da entidade em Associação Guanabarina de Propaganda, em troca da cessão do nome a uma nova associação nacional. Mais recentemente, durante a gestão de Paulo Roberto Lavrille, a ABP assumiu-se regional e participou da fundação de uma nova entidade: a AP's Brasil, que teria, então, características nacionais. As novas diretorias da ABP, porém, voltaram a questionar a imagem de regional para a ABP e, assim, a AP's Brasil acabou se esvaziando, pois o apoio do Rio é fundamental para qualquer projeto de entidade com representatividade nacional.
As reuniões agora recomeçaram, e já concluíram que o melhor caminho será, primeiro, encontrar um consenso, entre os líderes paulistas e cariocas, acerca dos objetivos de uma entidade desse nível. Desta forma, Elysio Pires, que foi responsável por uma das melhores gestões que a ABP já teve nos últimos anos, ficou designado para elaborar um documento contendo aqueles objetivos, para serem analisados na próxima reunião. A partir daí a comissão, que reúne diretores da ABP e da APP, estabelecerá as normas para a continuidade do trabalho.
Elysio nos adiantou, porém, que, na sua opinião, a solução a ser encontrada, seja qual for, deverá envolver e preservar as duas entidades, sem que haja o surgimento de uma nova associação, que dificilmente conseguiria se impor perante o grande número de outras entidades já existentes no mercado brasileiro.
Rio concorre com 18 no 4º Colunistas-Promoção
Dezoito agências mostraram que estão atuando firme na área de promoções no Rio de Janeiro, através das inscrições que fizeram para participar do 4º Prêmio Colunistas Promoção 84/85, cujo julgamento realiza-se este fim de semana em São Paulo, com a participação do colunista Marcio Ehrlich entre os seus jurados.
Graças a elas, o Rio estará muito bem representado na premiação, com boas condições de trazer vários dos principais prêmios do evento, que avaliará trabalhos como embalagens, designs, campanhas, eventos e peças promocionais criadas, produzidas ou realizadas em todo o Brasil, nos anos de 1984 e 1985.
Estas são as agências que representarão o Rio no Colunistas Promoção, ordenadas pelo volume de trabalhos concorrentes da maior para a menor participação: Archi & Gráfio, Denison, VS Escala, Estrutural, SGB; Provarejo, Artplan, Contemporânea, Almap, Merchand, Cláudio Carvalho, Tendem, Farmarketing, Dia Design, Assessor, Brasil-América, Diler e CBBA/Propeg.
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