Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente no jornal Tribuna da Imprensa.
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Agência cria sistema para identificar o consumidor

"Uma nova forma de pesquisa para determinar a imagem do consumidor de um produto, denominada Photo Sort, deverá revolucionar, completamente, o tradicional sistema de questionários", segundo José Carlos Stabel, diretor da Lage Stabel/BBDO, que abordou este tema recentemente na Fundação Getúlio Vargas.
Disse Stabel que "o sistema permite que o entrevistado, ao invés de perguntas, analise cerca de 200 fotografias de diferentes pessoas, sexos e raças determinando mais facilmente de que forma os consumidores típicos de um produto ou marca são vistos". A grande vantagem, segundo o diretor da agência, é que o consumidor opina por comparação, "dando uma opinião mais isenta e apropriada que se tivesse que decidir, por critérios próprios, quando é pesquisado através de questionários".
A agência acredita que, com este novo tipo de pesquisa, as empresas tanto poderão detectar comportamentos quanto descobrir vazios dentro do mercado, a serem preenchidos por novos produtos ou marcas.

Onde é que está a Kita-Cola?

Neste super noticiado episódio do acordo de fabricação da Pepsi-Cola pela Brahma nas praças do Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, estranhamente nenhum jornal referiu-se à existência, na Brahma, de um produto chamado Kita-Cola, através do qual a empresa rumorosamente entrou, ano passado, no segmento "Cola", fazendo acreditar que logo a Coca-Cola enfrentaria um poderoso rival nos balcões de todos os bares brasileiros. Só que, com a nova negociação, a Brahma passa a fabricar um concorrente do seu próprio produto, chegando inclusive, a aventar a possibilidade de assumir o engarrafamento da Pepsi-Cola no restante do Brasil em um futuro próximo.
A lista de conflitos, no entanto, não para aí: a Brahma tem Sukita e Limão Brahma, enquanto a Pepsi tem Mirinda e Teem, com os sabores laranja e limão, respectivamente. A lógica, portanto, é se imaginar que a Kita-Cola, cuja última campanha publicitária tinha um jingle perguntando "onde é que tá a Kita-Cola?", jamais conhecerá as mesas do Rio e São Paulo, passando os dias finais de sua existência a esperar o sucesso do acordo entre Pepsi e sua companhia-mãe.
Na verdade, segundo Peter Birch, diretor de Marketing da Pepsi, a sorte da Kita-Cola no mercado de Porto Alegre já esta lançada: o refrigerante deixara de ter produzido, pois lá a Pepsi é inclusive mais forte que a Coca-Cola. Do mesmo modo, o Rio de Janeiro perde de vez a sua esperança de consumir Teem, para não haver choque com o limão da Brahma. Quanto aos outros produtos e à possibilidade de outras praças, Peter Birch não quis se manifestar, alegando tratarem-se ainda de suposições. O mais provável, porém, é que no caso do acordo se estender para outras praças, ai duas empresas avaliem a posição dos concorrentes entre si em cada mercado, eliminando a fabricação daquele que estiver em situação mais fraca.
De qualquer maneira, não haverá grandes modificações na divisão de contas entre as duas empresas A Thompson continuara com a publicidade de Pepsi, enquanto a Denison ficará com os demais refrigerantes engarrafados pela Brahma. Pesando bem, a bandeja da Thompson, foi mais favorecida, já que, segundo Peter Birch, brevemente a empresa voltará com toda a força a veicular na campanha da Pepsi no Rio de Janeiro, onde o refrigerante não tinha há vários anos aqui qualquer participação publicitária. A Denison, pelo seu lado, não esta sendo tão feliz, pois assiste ao provável funeral de um produto no qual a agência colocava grandes esperanças.

Brainstorming • Brainstorming

• TROL ANUNCIA - A Trol, segunda maior fabricante de brinquedos do Brasil, começa esta semana a veicular com cobertura nacional, e em horário infantil, cinco novos comerciais, para tentar dar maior impulso às suas vendas com vistas ao "Dia da criança", que se aproxima. A campanha foi criada pela Siboney Publicidade de S. Paulo e segundo o "release" enviado por Christina Carvalho Pinto, a diretora de criação da agência, para conseguir maior impacto e presença na televisão, "em vez de VT a Trol investiu em filmes com mais criatividade e produção sofisticada, aumentando com isso a qualidade e o acabamento nos seus comerciais".
• REDENÇÃO DO FILME - Não é a primeira vez que nos últimos meses vemos uma crítica ao vídeo­tape como a que fez (acima) a conceituada profissional de criação Christina Carvalho Pinto. Parece que os criadores estão desistindo daquela conversa de que é possível conseguir-se com o VT uma qualidade de imagem tão boa na televisão quanto a que se consegue com um comercial filmado. Isto porém não significa um abandono do VT. Na verdade a tendência que parece estar surgindo é se voltar à produção das imagens em celuloide, deixando o acabamento - edição e inserções - para o processo eletrônico. É o tal do Cine-TV, que já começou até a virar categoria de premiações publicitárias, ansiosas por não deixar trabalho que não possa ganhar medalha.
• BRIZOLADA - Vá lá que o governador Leonel Brizola não goste do que publica a respeito da sua administração no "Jornal do Brasil". É um direito que ele tem se achar perfeito e não gostar de ser criticado. O que não tem sentido é utilizar o dinheiro da população deste Estado, que cada vez está mais espoliado e pobre, e com necessidades mais urgentes, para ficar publicando em outros Jornais do Rio - E DE OUTRAS CIDADES DO BRASIL - anúncios para responder ao Sr. Nascimento Brito. Propaganda de governo com fins comunitários é algo que deve ser estimulado. Mas anunciar para resolver problemas pessoais é abuso de poder.
• PROPAGANDA MUNDIAL - O boletim "Communique", porta-voz da Reynolds Tobacco International, conta que a empresa cigarreira acaba de encerrar as filmagens do novo comercial de cinema e televisão do cigarro Camel, feita numa locação perto de Villahermosa, no México. Diz o boletim que a McCann-Erickson, que detém a conta de Camel em todo o mundo, deverá começar a veicular o comercial internacionalmente já em dezembro.
• PROMOÇÃO - Este sábado e domingo vai se reunir no Hotel Cad'Oro, em São Paulo, o júri do Prêmio Colunistas Promoção. Este ano, a Chancela é a grande candidata à Empresa de Promoção do Ano. A Chancela, aliás, reúne os colunistas hoje à noite, no próprio restaurante do Cad'Oro, para jantar e falar das suas realizações.
• NOVO DIRETOR - O relações públicas Antomar Marins e Silva comunica que passou a integrar a diretoria da Fundação Barão de Mauá, que atua na promoção do desenvolvimento de recursos humanos.
• AUMENTANDO O POOL - A fábrica de jeans Pool está realmente querendo ampliar ao máximo os seus horizontes. A Rádio FM que a empresa prometia em São Paulo será finalmente inaugurada no inicio de outubro já tendo inclusive contratado um dos apresentadores de sucesso da Rádio Bandeirantes, Pablo Pablo, e o discotecário Robertinho Castro Amaral, da boate Gallery. Além da Pool FM, a empresa fez um acordo com José Vitor Oliva, do Gallery, para dar o nome de Pool à nova danceteria que o homem da noite de São Paulo está abrindo.
• HOTEL TAMBÉM FAZ MARKETING - O Cesar Park Hotel de São Paulo contratou um novo gerente para o seu departamento de marketing, Silvio de Souza Queiroz, com o objetivo de adotar uma politica de marketing e vendas mais agressiva. Silvio é formado em administração hoteleira, e no Caesar Park concentrará os seus novos esforços nos pacotes de fim-de-semana e na divulgação mais ampla dos restaurante e bar do hotel. Eu já me hospedei no Caesar Park e gostei particularmente dos detalhes de atenção com que o hotel cerca os hospedes, como incluir no banheiro pequenos vidros de Shampoo, creme rinse e loção após barba com a própria marca do hotel na embalagem, o que nem o Maksoud faz. Mas o que mais me surpreendeu mesmo foi encontrar no apartamento até caixinhas de fósforos com o meu nome gravado em dourado (ME).
• AROLDO FAZ VINTE - A Aroldo Araujo Propaganda está completando dia 12 de outubro, 20 anos de atuação no mercado do Rio de Janeiro. Atualmente, entre os principais clientes do Aroldo estão Fokker, Rolls Royce (turbinas), Indústrias Alimentícias Império (Lisamar Associação dos Produtores do Leite B do Rio, Esselte (Letraset), Produtos Dymo, Rádio Tamoio, Phoenix Brasileira de Seguros , Sotreq (parte), Bhering Produtos Alimentícios, SESC-Rio, Casanova Cosmética Intercontinental de Café, Colortel, Liquid Carbone, Nasajon, Sistema e Jornal de Brasília.
• DÓLAR SUPER-RÁPIDO - Os boletins - "Flashes Econômicos" e "Informativo de Mídia" - que a agência McCann Erickson edita e distribui a amigos e clientes são um esforço louvável e sem dúvida interessantes e úteis para quem recebe. Mas tem sido ridículo a agência insistir em noticiar os "últimos aumentos do dólar. Como o boletim é semanal, e fechado com mais antecedência ainda, cada vez que o boletim publica uma notícia de modificação do valor do dólar. o Governo já desvalorizou o cruzeiro pelo menos mais umas duas vezes.
• ROCK EM RIO GRÁFICA - A Editora Rio Gráfica (que já se chamou Rio Gráfica e Editora) comunica ao mercado que será a responsável pela publicação do Guia Oficial do Festival Rock in Rio, a ser lançado no final de novembro com tiragem inicial prevista para 100 mil exemplares. A editora diz que o público leitor terá entre 14 a 35 anos, sendo das classes A, B e C, e "sem distinção de sexo". Que coisa, até nas publicações de hoje os sexos não se distinguem mais...
• CHEIOS DE VONTADE - O SBT - Sistema Brasileiro de Televisão realiza um coquetel de lançamento da sua nova equipe comercial no Rio no próximo dia 1º de outubro, às 19 horas no Carinhoso. Diz o convite que estes profissionais "optaram por investir em algo novo, no potencial, no futuro, e na necessária ampliação do mercado de trabalho". Esperamos que desta vez eles estejam certos. Da última vez que ouvimos estes brados de esperança e se deu crédito ao SBT (que também realizou um coquetel no Rio para a apresentação de sua nova estrutura de marketing), o grupo decepcionou, e seis meses depois realizou uma demissão em massa de profissionais na emissora carioca, levando de roldão desde assistentes de estúdio até editores de jornalismo. Mas o país está em recessão e isto pode ser uma desculpa. Vamos ver agora.