Janela Publicitária    
 
  Publicada desde 15/07/1977.
Na Web desde 12/07/1996.
 

Janela Publicitária - Edição de 06/ABR/1984
Marcia Brito & Marcio Ehrlich

 

Janela Publicitária
Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente no jornal Tribuna da Imprensa.
O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.

Snoopy faz sucesso e Estrela amplia linha

A Manufatura de Brinquedos Estrela deve lançar, este ano ainda, 30 novos produtos na linha Snoopy, apoiada por forte esquema de comerciais de televisão.
A decisão é resultado do bem sucedido lançamento, em 1983, do boneco de pelúcia daquele personagem das histórias em quadrinhos de Charles Schulz, segundo o diretor de comunicação da Estrela, Samuel Szwarc, que também informou que os novos produtos pretendem atingir uma faixa ainda maior do mercado, e os brinquedos estarão nas linhas de plástico, madeira e mesmo cartonados.
O caso do boneco Snoopy no Brasil é bastante curioso, se levarmos em conta que praticamente ocorreu uma inversão da experiência internacional do personagem.
Uma das mais famosas histórias em quadrinhos em todo o mundo, com cerca de 30 anos de existência, a série Peanuts pouco mais conseguiu no Brasil que sua publicação em tiras e páginas dominicais de alguns poucos jornais brasileiros, atingindo, sem dúvida, um público de elite. A nível mais de massa, a maior experiência vinha sendo a da TV-S, exibindo semanalmente desenhos animados da série no horário infantil. Apesar disto, o licenciamento do personagens aqui nunca atingiu o nível do mercado americano (paraíso do "licensing"), onde é possível encontrar Snoopy e toda a turma do Charl1e Brown associados qualquer espécie de produto.
O potencial do boneco, porém, com suas formas simpáticas e atraentes para o público infantil, transcende o conteúdo do personagem dos quadrinhos, e a Estrela apostou neste potencial com um produto de alta qualidade - apesar de também com alto preço - e acabou acertando em cheio, conseguindo ainda paralelamente divulgar nome Snoopy a um índice até antes não conseguido no Brasil.
O próprio Samuel Szwarc confessa que passou a atentar para a história em quadrinhos Peanuts após o lançamento da Estrela. Hoje, um fã dos personagens, ele completa:
- Eu acredito que a medida que outras grandes empresas, que fecharam contrato com o Snoopy, como recentemente a Alpargatas, numa área de calçados infantis, lancem todos os seus produtos, o esforço somado vai fazer muito em breve que o Snoopy seja uma personalidade tão conhecida quanto qualquer personagem Disney, exemplo do que ocorre nos Estados Unidos e Europa.

Brainstorming • Brainstorming • Brainstorming

• CONFIRMADO - Fica confirmada a informação que demos em primeira mão nesta coluna há algumas semanas: a Standard Ogilvy & Mather está comprando a agência paulista Gang, 14ª do ranking nacional em receita, com faturamento de Cr$ 7 bilhões em 1983, para clientes como Estrela, União de Refinadores etc. A negociação custou à SO&M a importância de US$ 1,5 milhão, mas as agências continuarão operando de forma independente, para que a Gang possa absorver os clientes conflitantes que conquistar no Brasil o grupo Ogilvy & Mather.
• MILIONÁRIO E ZÉ RICO - O redator Paulo de Tarso, diretor de criação da DPZ, nos conta que a agência acaba de contratar para fazer dupla com ele o diretor de arte Eduardo Correa (que estava na MPM), tornando-o o segundo maior salário de criação da publicidade no Rio. "Segundo" porque, é lógico, o do Paulo de Tarso ainda é maior. Êta dupla de sucesso, sô!
• QUEM DÁ MAIS - Aliás, o mercado de criação do Rio está apresentando um fenômeno curioso. Até há algum tempo, todos criticavam a DPZ-Rio e a Almap-Rio porque praticamente toda a criação de seus clientes cariocas estava sendo feita pelas equipes de criadores das matrizes em São Paulo. As carapuças entraram tanto que agora, a situação se inverteu. A Almap e a DPZ são as agências que mais estão investindo em criação no Rio, numa disputa que até já desbancou a MPM (a melhor estruturada de 1980 a 82).
Vamos ver agora quando reaquecem a Salles-Rio e a SGB, que tiveram grandes momentos de glória em 1978 e 1979, conquistando excelentes premiações nacionais. Inclusive na saudosa Seleção da Janela, que promovemos naqueles anos.
• VAI-NÃO-VAI - Por falar nestas duas agências, acabou não dando certo a ida de Alcides Fidalgo da Salles para a SGB. Alcides continua na Salles, como redator dupla de Joaquim Pecego.
• JOÃO EXULTANTE - João Daniel Tikhomiroff está comemorando até agora os resultados de sua produtora, a Jodaf, neste começo de ano. Além de ela ter conquistado o título de Produtora do Ano no Colunistas-Rio, ainda conseguiu a façanha de ter sido a produtora dos dois comerciais mais votados entre os indicados pelo Júri Regional dos Profissionais do Ano para concorrer ao Prêmio Regional Sudeste: "Homem Ocupado", da Pubblicità para a Cetel (o mais votado, com média 7,26) e "Parasail", da MPM para a Souza Cruz, que ficou em segundo lugar, com média 6,79. A expectativa, agora, é ver se o Júri Nacional referenda a indicação feita pelos publicitários do Júri Regional.
• O RIO VAI BEM - Aliás, a publicidade carioca foi particularmente bem neste Regional dos Profissionais do Ano. Além daqueles dois comerciais citados na nota acima, a campanha que ganhou o maior número de votos para o Prêmio Campanha foi a dos cigarros Plaza, criada pela MPM-Rio para a Souza Cruz, com média 7,28. E o comercial mais votado para o Prêmio Mercado Nacional também saiu do Rio; "O melhor som deste Natal", criado pela DPZ-Rio para Sonrisal, da Sidney Ross, com a média 7,89.
O julgamento regional do premio da Globo reuniu trabalhos de São Paulo, Rio de Janeiro e Ribeirão Preto
• ELEFANTE SEM MEMÓRIA ­ A DPZ acaba de ser surpreendida com a decisão da Cica de retirar­lhe a conta publicitária do Extrato de Tomate Elefante, entregando para a Young & Rubicam toda a linha de tomates da empresa (verba de 7,2 bilhões de cruzeiros), inclusive a parte que estava na Proeme.
• LIGAÇÕES REGIONAIS - Continua a tendência do mercado brasileiro de publicidade de que grandes agências absorvam menores de mercados regionais para melhorar seu atendimento naqueles mercados·
Na Bahia, a Standard está comprando a D&E, uma das mais criativas agências locais. E em Minas, a Salles comprou recentemente a ASA, de Edgard Mello, numa participação que a agência informa ser de 40%, mas que todo o mercado mineiro, com toda a sua mineirice, afirma ter sido de 100%.
Na Bahia, quem também está reformulando é a Norton, que lá atende o Shopping Itaigara. A agência quer crescer no mercado, e está mudando até sua direção: Giaccomo Mastroianni está deixando a agência, que passa a ser dirigida por Luís Carlos Betty .
• NOVOS VENTOS MUSICAIS ­ Juvenil Reis dos Santos e o maestro Leonardo Bruno, ex-sócios da produtora Aquarius, já estão em atividade com a sua nova produtora de fonogramas, a Moinhos Produções Artísticas. Junto deles, estão os criadores Wilson Nunes e Nei Lopes, ficando no atendimento Rose Cunha. O telefone da Moinhos é 262-1587.
• PROMOÇÃO - Antonino Brandão foi promovido a supervisor de contas na Thompson-Rio, respondendo por Citibank, Rio Gráfica e NCR, todas do grupo de atendimento liderado por Nádia Rebouças. E para o mesmo grupo foi contratada Lina Pinheiro, que ficará como supervisora de Ceras Johnson e Fleischmann & Royal.
• AGÊNCIA QUE VALE OURO ­ Pedro Galvão está vibrando pelo desempenho de sua agência no mercado paraense. A Galvão Propaganda com nove meses de trabalho, já conseguiu 3 medalhas de ouro no Colunistas-Nordeste, e um comercial selecionado no Profissionais do Ano da Globo naquele mercado, superando inclusive a Mendes, que não classificou nenhum.
• RESPOSTA PARA TUDO - Este é o tema da nova campanha dos disquetes Datalife, o primeiro disquete de computadores fabricados pela Verbatim do Brasil, e que foi criada pela Universal Publicidade, sob a direção de arte de João Roberto Olivé. A Verbatim é a maior fabricante mundial de mídia magnética flexível, e a fábrica brasileira já exporta para os Estados Unidos, África e outros países da América do Sul.
• CADÊ A ABM? - O que houve com a Associação Brasileira de Marketing? A posse da nova diretoria, com Homero lcaza Sanchez na presidência, e que estava marcada para 12 de janeiro, no Clube Americano, não aconteceu até agora, assim como nenhuma reunião da entidade, o que deixa oficialmente Ruy Schneider ainda na sua presidência. É uma pena deixar desaparecer a única entidade de profissionais de marketing do mercado carioca.
• É DE LEI - A Revista da OAB­SP está iniciando um forte trabalho para disputar o mercado publicitário brasileiro como publicação dirigida, um mercado que cada vez mais cresce no Brasil. A OAB-SP afirma que sua revista, de circulação bimestral, tira 25 mil exemplares, enviados não só aos membros da entidade como também parlamentares, autoridades federais e estaduais e outros intelectuais - um tipo de publico de alto poder aquisitivo e de decisão.

CCRJ e Grupo de Mídia: Publicitários pelas Diretas
N.R.: Anúncio publicado na edição impressa, como apoio ao Clube de Criação e ao Grupo de Mídia do Rio. Clique na peça para abrir maior.