Janela Publicitária    
 
  Publicada desde 15/07/1977.
Na Web desde 12/07/1996.
 

Janela Publicitária - Edição de 23/MAR/1984
Marcia Brito & Marcio Ehrlich

 

Janela Publicitária
Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente no jornal Tribuna da Imprensa.
O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.

Legislação atual de Informática desprotege a indústria séria e o consumidor.

Começou quarta-feira em São Paulo, o Festival Brasileiro de Microinformática, mais conhecido como Micro-Festival.
Mais de 80 empresas estão expondo produtos ou serviços no Anhembi, e estas empresas em junho estarão no Rio de Janeiro, quando se realizará a versão carioca do Micro-Festival.
A exposição vai até sábado, mas uma rápida passada de olhos já nos foi suficiente para confirmar uma antiga suposição: a de que o pior momento para um mercado é aquele em que o consumidor está altamente interessado em consumir.
É a chamada situação de "demanda reprimida".
E é simples entender o porque dos seus efeitos danosos. Primeiro, por parte do consumidor, ele se torna insensível aos apelos mais racionais de venda e menos preocupado com aspectos comparativos entre os produtos existentes no mercado. Ele quer o produto - na verdade ele quer um produto (seja um micro ou um video­game) - e acaba comprando o primeiro que lhe colocaram na frente, e que ofereça no máximo, melhores condições financeiras de compra.
Por parte das empresas, um mercado fortemente comprador gera o surgimento de inúmeras pequenas empresas cujo único objetivo é aproveitar este momento do consumidor, oferecendo-lhe, na maioria das vezes, produtos sem qualquer preocupação de respaldo técnico ou de serviços, e mesmo sem qualquer perspectiva de que no futuro a empresa se mantenha neste setor ou mude para o ramo de plantar bananas se o mercado consumidor dos macacos se tornar mais atraente.
Isto tudo é bom, dirão alguns, apontando que a movimentação de negócios é sempre benéfica à economia.
Não acredito. Cada vez mais me convence que em nada ajuda vivermos uma economia de aproveitadores, em vez de uma economia de construtores sólidos de um mercado que possa oferecer bons produtos, bons empregos e bons Impostos a longo prazo.
Um consumidor insatisfeito compra menos serviços ou produtos acessórios ao seu equipamento, e isto não ajuda a desenvolver o mercado. A proliferação destas empresas menos estruturadas acaba prejudicando as bem intencionadas, que passam a ter os seus produtos vistos pelo consumidor com a mesma perspectiva que os demais, e mesmo os seus esforços publicitários acabam se tornando ineficazes perante a avalanche comprista do mercado.
A área de microinformática no Brasil está se comportando exatamente desta maneira.
O potencial as vendas de microcomputadores no Brasil, apesar de em números absolutos ser pequeno, é enorme quando comparado aos investimentos necessários para ser montada uma indústria do setor, pela legislação atual.
Esta política nacional de informática, caótica e ultrapassada, principalmente na área de micros domésticos e pessoais, está levando ao surgimento de um sem número de produtos sem a menor condição de poderem existir no mercado. São produtos fabricados praticamente sem garantia, sem assistência técnica, e cuja reposição de peças dependerá das facilidades dos fabricantes receberem seus contrabandos encomendados.
Ontem, no Micro-Festival, por exemplo. tentando entrevistar um diretor de uma empresa que estava lançando a vigésima versão de um micro­computador da linha Apple no Brasil, recebemos a seguinte brilhante explicação de suas razões mercadológicas.
- O negócio é que todo mundo está lançando Apple no Brasil e está se dando bem. Então nós também resolvemos aproveitar.
Aí está, leitor, a situação do mercado de microinformática no Brasil.
No momento em que este mercado é controlado pelo Governo -- existe um órgão para cuidar dele, a SEI, Secretaria Especial de Informática -- e começam a tramitar no Congresso projetos pedindo um re­estudo da situação, é bom se levar em conta estes aspectos.
Um Pais existe, é óbvio, porque existem nele pessoas. E as regras econômicas e de mercado só passam a ser boas não quando beneficiam, em um momento, uma minoria dominante, e sim a todo momento, a maioria daquelas pessoas. (ME)

Colunistas em eleições diretas elegem Estrutural a melhor agência do Rio

Pelo segundo ano consecutivo a Estrutural foi considerada a agência de propaganda mais criativa e acaba de ser eleita. - por eleições diretas - a melhor agência do ano no III Prêmio Colunistas do Rio de Janeiro, conseguindo ser a agência que mais ganhou medalhas de ouro, de prata e de bronze para seus clientes, num total de 24 prêmios.
A Estrutural também foi a única agência carioca a merecer do Júri do Prêmio Colunistas um Destaque do Ano, no caso por seu desempenho criativo e administrativo em 1983.

Brainstorming • Brainstorming • Brainstorming

• DISSE-ME-DISSE CONFIRMADO - conforme noticiamos na semana passada, a Gang, do publicitário Lívio Rangan está em negociações com a Standard Ogilvy & Mather, devendo fechar as transações até a semana que vem. Por enquanto é isto que se comenta internamente na própria Gang, embora Flávio Correa continue jurando que o boato não tem fundamento.
• ALMAP JA TEM EQUIPE DE PRIMEIRISSIMO TIME ­ Com o Ronaldo Conde na Direção de uma equipe de criação das melhores do Brasil, a Almap no Rio de Janeiro acaba de fazer um investimento milionário para atuar agressivamente neste mercado, contratou a dupla Billy Gibbons e Fábio Siqueira (ex­Salles) e o Neyzinho Azambuja e o Delano D'Ávila, e, ainda, a Heloisa Rangel e o Claudio Marcelo.
• GTM&C TEM CONTA NOVA - O Grupo de Trabalho e Comunicação passou a atender a conta de comunicação mercadológica da Química Industrial Barra do Piraí.
• PRA MEIO ENTENDEDOR... - É claro que o Alcides Fidalgo já está na SGB, na Direção de criação. Como nos velhos tempos, não é, Cidão.
• NORTON COM NOVIDADES - A Norton também está formando uma nova equipe de criação aqui no Rio e acaba de contratar Flávio Vargem como Diretor de Arte. Até a semana que vem, Ney Cantinho promete decidir sobre quem ocupará o cargo de Diretor de Criação da Agência.
• UNIVERSAL TAMBÉM TEM GENTE NOVA - A Universal acaba de contratar o redator Monteiro Lobato, será que é parente do famoso escritor?

Abaeté - Prêmio Colunistas Rio 1984
N.R.: Anúncio de 8 colunas veiculado pela Abaeté na edição impressa do jornal, tendo matérias normais diagramadas em cada lado da peça.