Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente no jornal Tribuna da Imprensa.
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Política pode ajudar publicidade em 1984

A VOLTA à democracia está consolidando para a indústria publicitária um cliente que, apesar de ainda não ter verbas muito grandes, oferece um grande estimulo ao desenvolvimento de saídas de comunicação criativa: são os partidos políticos e os políticos em si, que contrataram publicitários já para as eleições de novembro do ano passado e começam a preparar trabalhos desde agora com vistas às eleições presidenciais de 1984, sejam elas diretas ou indiretas.
Por exemplo, agora no começo do ano, a agência Exclam, de Curitiba, começa a veicular para o PMDB uma campanha nacional em favor das Eleições Diretas, iniciativa que o mesmo partido está estimulando em diversos outros estados, com agências locais. No Pará, por exemplo, a Galvão & Associados também prepara uma campanha pelas Eleições Diretas a lançar em 84, e no Recife, o ex-senador Marcos Freire lança dia 4 de janeiro a campanha "Quem quer vem", e que contará com filme de 15 segundos em tevê, spots de rádio, adesivos, faixas, camisetas, cartazetes, crachás e 100 outdoors espalhados pela cidade.
Aqui no Rio, também tivemos conhecimento de que a agência Artplan está preparando uma campanha para lançar o atual ministro do interior, Mário Andreazza, como candidato a candidato presidencial do PDS, assim como, em São Paulo, algumas agências trabalham pela candidatura do ex-governador Paulo Maluf, provavelmente contratadas pela mãe do candidato.
Enfim, pode-se prever em 1984 um movimento publicitário político renovado, com reflexos benéficos nos demais setores econômicos. Esta semana, por exemplo, José Monserrat Filho, vice-presidente de criação da agência Caio Domingues, nos comentava que, pelo que ele tem ouvido de outros publicitários destacados e também de empresários brasileiros, há uma consciência formada de que a única saída que se pode encontrar para uma reativação da economia - inclusive através dos componentes psicológicos que dela fazem parte - é acenar com alguma perspectiva de mudança estrutural, o que, atualmente, só parece ser possível havendo também uma mudança política, e a eleição direta para presidente é a que está mais próxima.

Brainstorming • Brainstorming • Brainstorming

• LEVOU MAIS - Erramos quando afirmamos que toda a parte de propaganda da IBM que estava na Norton tinha ido para a Salles. A Denison, que já atendia à IBM na parte de projetos especiais, com o remanejamento passou a cuidar também da propaganda de produtos. Com a Salles, foi a área institucional.
• APERFEIÇOAMENTO - A Fundação Getúlio Vargas dará inicio, dia 30 de janeiro, ao seu 1º Ciclo de Cursos de Administração de Empresas de 1984. Nas áreas de marketing e propaganda, a FGV incluiu um Curso de Administração de Marketing, com a duração de 8 semanas e taxa de inscrição de 120 mil cruzeiros, e um Curso de Propaganda, Promoção e Merchandising, que durará 4 semanas, tendo como taxa de inscrição 76 mil cruzeiros. Mais informações podem ser conseguirias na própria Fundação, à Praia do Botafogo, 190.
• TV QUASE PERFEITA - Um importante passo está sendo dado na tecnologia da teletransmissão no Japão, com o lançamento, pela Toshiba, em março, de uma antena parabólica de pequeno porte para televisão doméstica, e própria para receber transmissores de alta frequência provenientes de satélites.
A antena parabólica não é afetada por chuvas, ventos ou áreas montanhosas, e permitirá som e imagens de alta qualidade, livre de fantasmas, o que ampliará enormemente a possibilidade de transmissões de vídeo-texto, facsimile, fotografias e outras transmissões de alta definição que o futuro promete para uso doméstico, e para as quais a indústria da comunicação - inclusive a da propaganda - já começa a se preparar.
• EM SILÊNCIO - A agência mineira Setembro, de Almir Salles, e que é hoje a maior empresa de propaganda daquele mercado, não para de crescer. Ela, que recentemente havia comprado a agência Gênesis (do também conhecido publicitário mineiro Hélio Faria), agora acaba de comprar a Concept, de Armando De Angelis. A Setembro, aliás, conseguiu um feito fantástico este ano: na seleção da Associação Mineira de Propaganda, ela teve Almir Sales escolhido como Publicitário do Ano e foi bicampeã de Agência do Ano. Quem sabe como costumam ser as premiações de entidades de propaganda entende o que queremos dizer.
• PROMESSAS DE NOVO ANO - 1984 está chegando com perspectivas interessantes para a publicidade carioca, pelo menos para a área de veículos. Semana passada já noticiamos aqui a intenção do Grupo Paes Mendonça de instalar supermercados neste Estado. E agora vem a informação que a financeira Citibank inaugurará no primeiro semestre do ano sua primeira loja de crédito pessoal no Rio de Janeiro, tendo como estratégia de marketing popularizar o seu atendimento, criando a imagem de que o Citibank é um banco popular como nos Estados Unidos. E quem quer imagem popular faz que? Anuncia!
• SENSIBILIZADOS - Estes colunistas agradecem a todas as inúmeras mensagens e lembranças que recebemos de nossos leitores e amigos este final de 1983, e que foi mais até do que imaginávamos que este ano regressivo, permitiria. Relacionar o nome de todos aqui seria impraticável, pelo espaço que tomaria. Mas todos os nomes foram devidamente anotados e ficarão guardados por muito tempo nos nossos corações. Que 1984 seja tão bom para vocês quanto nos foi desejado.
• NA CABEÇA - Aproveitando o enorme sucesso de vendas que vem tendo a sua linha de shampoo Floreal, lançada há 3 anos, a L'Oréal está colocando no mercado mais duas apresentações do produto, e que seguem a mesma estratégia de utilizar perfumes florais e frutais. São eles agora Jasmim e Cereja, que estendem a linha Floreal a 7 itens.
• BRASIL PARA AMERICANOS - Washington Olivetto, diretor de criação da agência DPZ - e que está em férias em Nova Iorque - foi convidado a se tornar colaborador da revista especializada em propaganda "Ad's", para a qual escreverá sobre a publicidade brasileira.
• NO DOMINGO - José Monserrat Filho é o entrevistado de Marcio Ehrlich no Jornal de Domingo, que a TVS leva ao ar após as 11h45min de domingo agora, dia 1º de janeiro. Monserrat falará sobre as perspectivas de 1984 na visão de um profissional de criação.
• E ATÉ O ANO QUE VEM!