Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente no jornal Tribuna da Imprensa.
O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.
Clappy cresce 500% e investe mais em micros
Um volume de 50 bilhões de cruzeiros por mês é o que já movimenta o setor de microcomputadores pessoais no Brasil. A avaliação é de Alberto Mattos, diretor da Clappy Computadores e Sistemas. a maior revenda de micros do Rio, e que acaba de inaugurar a sua segunda loja, com grande campanha publicitária criada pela agência SGB para mídia impressa.
Alberto Mattos tem razões de sobra para acreditar no potencial de mercado de microcomputação. Sua empresa, existente há 15 anos, comercializando calculadora e material de escritório, apenas há um ano e meio abriu seu primeiro setor de micro-informática, obtendo um crescimento do ano passado para este, de 500 por cento em seu volume de vendas. A Clappy, informa seu diretor, obteve em 1982 cerca de 500 milhões de cruzeiros de faturamento, dos quais 60 por cento já provem dos microcomputadores pessoais. Ele explica a tendência:
- Nós temos que nos pautar hoje, aqui no Brasil, apenas no exemplo dos Estados Unidos e da Europa. E lá nós vemos um crescimento bastante grande nesta área de microinformática, que em termos de análise de mercado nem pode mais ser comparado com o da informática em geral. Nós inclusive acreditamos que, mesmo numa época de crise, uma das soluções é o uso de microcomputadores. Nós estamos investindo nisso porque acreditamos que este segmento ainda vai explodir no Brasil, apesar de toda a crise e por causa dela.
Alberto Mattos cita que, na verdade, surpreendeu-se com o crescimento do mercado. Diz ele que, ao abrir o setor de microcomputação da Clappy, acreditava que o crescimento de vendas fosse verticalizado ou seja, que os micros fossem usados apenas pelas empresas. No entanto, segundo ele, o mercado está crescendo de forma horizontal, com médicos se interessando e obtendo resultado com a compra de micros pessoais, sem falar em advogados, administradores de imóveis, condomínios e até grandes empresas que estão comprando os micros para resolver problemas de departamentos específicos, não congestionando com pequenos e médios serviços os já superlotados CPDs.
É preciso evitar este tipo de propaganda
Até que ponto os objetivos de uma campanha publicitária podem ser mais importantes que os interesses sociais de uma comunidade?
Provavelmente até ponto nenhum. É obrigação moral do publicitário consciente cuidar para que seja a sociedade em que ele atua seja o menos possível agredida pelo resultado de seu trabalho.
Por isso, causa no mínimo um pouco de preocupação verificar que um fabricante carioca de jeans - que já foi responsável por diversas campanhas publicitárias e promocionais criativas, e cujos diretores são competentes -, para lançar agora uma nova linha de calças, riscou de giz muros e viadutos de ponta a ponta da cidade. Esta coluna acha importante deixar a lembrança aos publicitários que estiverem nos lendo, que o nosso Rio de Janeiro já anda tão maltratado, e com tantos problemas, que vale a pena se procurar outras saídas mais engrandecedoras para a divulgação de novos redutos. E, principalmente, saídas menos lesivas para a imagem da cidade, e para a imagem pública do próprio produto que estiver sendo anunciado.
Agência paulista diz que governo não deve pagar por propaganda!
Não há dúvidas que o atendimento publicitário a contas de governos estaduais mudou após as últimas eleições. Nos governos anteriores, um grande número de agências de propagandas protestavam porque as contas governamentais estavam concentradas em poucas agências gerando, portanto, também uma concentração de capital que poderia ser danosa ao negócio publicitário como um todo.
Agora, a situação se inverteu, a ponto de gerar situações que poderiam ser consideradas no mínimo curiosas.
No Rio, por exemplo, o Governo decidiu dividir sua conta publicitária por 18 agências de propaganda, um número bastante alto, mas que impediria qualquer crítica. As 18 empresas, acreditando que a verba de propaganda seria grande, conformaram-se com a decisão e, para montar a estrutura de atendimento, chegaram a investir, cada uma, meio milhão de cruzeiros, que só começaria a ser reembolsado a partir de 60 dias, e proporcionalmente aos trabalhos que elas viessem realizando.
Até agora, porém, o Governo de Brizola não liberou praticamente nada da verba esperada, levando inclusive algumas agências a questionar se realmente valeu a pena ter ganho a concorrência...
Em São Paulo, porém, a situação ainda está mais estranha. Uma agência de propaganda - Ribemboim & Praça -, para a qual foi entregue a conta da Secretaria de Cultura do Estado, começou esta semana a veicular anúncios nos jornais paulistas para a Secretaria, mas ela mesma pagando a veiculação, em vez de receber sua comissão pelo trabalho!
Não fosse isso já curioso, a agência ainda está distribuindo um comunicado à imprensa, justificando sua atitude a seguinte explicação. A agência partiu da premissa que "o Governo não pode, nem deve, arcar com a massificação da divulgação", mesmo das suas próprias iniciativas.
Realmente, são novos tempos para a atividade publicitária, quando uma agência concluí que não cabe mais ao cliente pagar a conta...
Comissão especial de Propaganda do Governo
Toda a distribuição da verba publicitária do Estado do Rio de Janeiro será administrada pela Comissão Especial de Propaganda, formada pelo deputado e jornalista Neiva Moreira (presidente), publicitário Renato Martins, jornalista Aziz Ahmed (Prefeitura do Rio), além do representante pelas agências, publicitário José Antônio Leão Ramos.
À Comissão cabe a tarefa de coordenar, gerir e distribuir os recursos através das dezoito agências componentes do "pool" que atende o Governo do Estado.
A Abaeté Propaganda, por sua vez, caberá a centralização e execução de mídia, na qualidade de agência administradora.
Cartas:
Prezado Márcio:
Muito obrigado pela nota inserida na edição do dia 16. Realmente, nunca vi nada tão sujo em meus 28 anos de atividades de Marketing Farmacêutico. O desespero faz estas coisas. O concorrente está perdendo mercado em todos os países do mundo e já começa a perder também no Brasil. Esse expediente antiético já foi tentado em outros países e não deu certo, mas o concorrente insiste. Em pouco tempo, vai perceber que aqui também não dará certo porque o médico brasileiro não é bobo e não vai nessa conversa fiada.
Além do mais, o médico conhece a solidez científica da Glaxo e utiliza, na prática clínica diária, um número grande de produtos pesquisados e desenvolvidos pela Glaxo, quem não é empresa de um produto só.
Gostaria, contudo, caro Marcio, por uma questão de justiça, de informar que esse tipo de atitude constitui uma exceção, uma triste exceção no Marketing Farmacêutico Brasileiro. Em sua grande maioria, ele é composto de profissionais sérios em sua atividade, verdadeiros em sua comunicação e honestos em suas atitudes. E eles devem estar como eu, envergonhados pelo que está ocorrendo. Peço, portanto, que o amigo repare essa injustiça à maioria dos homens de Marketing Farmacêutico que não pode ficar no mesmo embrulho dos maus profissionais, infelizmente existentes em todos os setores. Resta um consolo, "os cães ladram, mas a caravana passa".
Ao seu inteiro dispor,
Cordialmente
Wesley Dornellas
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N. R.: Você tem razão, Dornellas. Há cães ladrando em todos os mercados. Mas não há perigo. Quanto mais eles ladram mais pessoas ficam sabendo que eles são cães.
Microdigital entra este mês no mercado de videogames
O mercado de videogames - que se encontra em plena expansão no Brasil - ganha, a partir de novembro, um novo equipamento.
Desta vez a empresa fabricante é a Microdigital, uma das principais empresas do setor de microcomputadores pessoais no Brasil, responsável pelo micro TK-82, cujas vendas já ultrapassaram a casa das 60 mil unidades.
O novo videogame, que será apresentado ainda na próxima semana à imprensa, será compatível com o sistema de videogame Colecovision, considerado o mais desenvolvido da área, por sua capacidade de memória, maior resolução gráfica e possibilidade, inclusive, de jogos tridimensionais.
O lançamento do novo videogame representa a entrada da Microdigital em um mercado que já significa hoje, no Brasil, mais de 160 mil aparelhos importados ilegalmente, e que ainda assistirá, este ano, aos lançamentos do Splicevision, pela Splice e do Intelivision, pela Sharp, sem falar no famoso Atari, cuja campanha publicitária, encomendada à DPZ, entrará no ar dia 12 de outubro, com veiculação direta, pela Polyvox, numa verba do mais de 500 milhões de cruzeiros.
A entrada da Microdigital no setor de videogames, no entanto, não significa uma redução dos investimentos da empresa no mercado de micros pessoais. Segundo seu diretor George Kovari, a Microdigital estará lançando na Feira de Informática, que será inaugurada dia 17 de outubro em São Paulo, um micro mais sofisticado que sua atual linha de TKs. Apesar de George Kovari preferir guardar segredo sobre seu novo produto, especula-se no mercado de microinformática que se trata do mais uma versão compatível com o computador americano Apple.
Brainstorming • Brainstorming • Brainstorming
• BRIGA BOA - A partir de 2ª feira, o ex-diretor de mídia da DPZ e da Salles, Mário Makoto, assume a direção de Mídia e Pesquisa da Rede Globo de Televisão, com a responsabilidade de diversos trabalhos que, até há pouco tempo, eram supervisionados por Homero Icaza Sanchez.
Makoto - pouca gente sabe está é voltando à Globo. Ele já trabalhou na emissora em 1969, quando ela estava praticamente começando. Agora ele volta deixando uma grande expectativa, já que acompanhará a mais recente tendência das emissoras de televisão, que é contratar profissionais consagrados de mídia para seus departamentos de mídia e pesquisa. Na TVS, por exemplo, já estão Luiz Grottera, em São Paulo, e Maria Alice Langoni, no Rio.
• NOVO NO PALÁCIO - Um presidente novo chega à Leo Burnett, no Brasil. É o executivo internacional Roberto Forero, que substitui a Nadim Safouri, que assumirá um novo cargo na matriz da agência, em New York.
• MAIS DOS MIDIAS - O Grupo de Mídia do Rio de Janeiro já marcou para abril de 1984 o seu 1º Encontro Carioca de Mídia, a primeira reunião do setor que pretende reunir os profissionais das áreas de planejamento, execução e controle de mídia para debater os principais problemas de sua atividade com os publicitários de outros departamentos, como os de criação, os de atendimento, os dos departamentos de marketing dos anunciantes e os dos veículos de comunicação.
Segundo Orlando Batista, mídia da CBBA, o encontro ajudará a valorizar o profissional de mídia no momento de crise por que passa o mercado, enquanto Carlos Azevedo defende a ideia pela possibilidade dos mídias encontrarem novas saídas de negócios para seus clientes e os veículos de comunicação
• SE ABRINDO - A Brasil América Publicidades, agência de propaganda ligada ao Grupo Casas da Banha, e que recentemente contratou para sua direção Albano Alves Filho, já começou a atuar no levantamento de novos clientes, não vinculados acionariamente ao Grupo CB. A primeira nova conta da Brasil América é a TIL - Transtrade International, que representa no Brasil as passas Sun-Maid, e as nozes Diamond. Segundo Albano, a agência já começou a criar as campanhas publicitárias que ajudarão a vender estes produtos no final do ano, quando as festas de Natal e Ano Novo possibilitarem uma demanda maior dos produtos.
• NA UNIVERSAL - Paulo Renato Lopes Simões, vindo da Gang e da Labo assumiu o Departamento de Mídia da Universal & Grey, no Rio. Em uma semana, nos conta Isnard Vieira, diretor da agência, Paulo Renato já elaborou e defendeu dos importantes planos de mídia para a Stafford Miller e Sulacap. Isnard conta ainda que Gil Galindo deixou a Universal & Grey atrás de uma proposta irrecusável, sendo substituído por José Costa.
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