Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente no jornal Tribuna da Imprensa.
O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.
Thompson cria para Hermes Macedo campanha que vende honestidade
A partir deste domingo, entra no ar no Rio e São Paulo uma nova campanha publicitária da rede de lojas de acessórios e serviços para automóveis Hermes Macedo que, como uma das grandes novidades, ao contrário de utilizar uma house-agency foi criada pela agência J. Walter Thompson.
A Hermes Macedo tem hoje mais de 200 lojas em todos os Estados brasileiros ao Sul de Minas Gerais e já existe há mais de 50 anos. A Thompson, segundo seu diretor Eugênio Figueiredo, aproveitou-se desta tradição da empresa para encontrar um apelo que unisse os objetivos de vendas com objetivos institucionais. E saiu com isso, o slogan "Serviço honesto é o melhor acessório" que será utilizado até meados de setembro em toda a primeira fase da campanha através de anúncio de 150 cm/col., filme de 15 segundos para TV, e spot de 30 segundos de rádio além das peças promocionais complementares, como adesivos, faixas, um botão com slogan que os lojistas usarão diariamente.
Na segunda fase da campanha, a ênfase será para os produtos e serviços especificamente, iniciamdo pelo alerta à importância da troca de pneus – um setor importante nas lojas de acessórios para automóveis, de acordo com Eugênio Figueiredo. Todas as peças publicitárias desta fase (que usará as mesmas mídias) lembrarão que "pneu é como sapato: só se percebe o quanto é importante no dia em que fura".
Elysio adverte: crise chega até dezembro
SE o Governo Brasileiro não apresentar algum projeto novo de reaquecimento da economia do País, até o final do ano a crise vai chegar ao setor que sempre tem se apresentado como o eterno otimista nos momentos de dificuldades: a Propaganda.
A afirmação -- que pode ser considerada inédita e ousada por vir deste setor que sempre foi estrategicamente alheio a discutir de forma aberta os grandes problemas nacionais -- é de Elysio Pires, ex-presidente da Associação Brasileira de Propaganda e diretor executivo da MPM, a maior agencia do País, e a que, até hoje, tem detido a maior carteira no Brasil de anunciantes na área federal.
Elysio diz que, agora, a imagem do publicitário tem que mudar. Ele explica:
- A história do "profissional do otimismo" já acabou. A situação da propaganda, hoje, é a mesma daquela piadinha famosa do indivíduo que estava caindo do 35° andar e que, ao passar pelo 5° andar alguém da janela o ouviu dizer "bom, até agora tudo bem". Na minha opinião, a nossa calçada, quer dizer, a calçada do mercado publicitário deve estar mais ou menos ali pela altura de dezembro, janeiro. Não há mais para o publicitário continuar vivendo à margem da crise gravíssima pela qual a sociedade brasileira está passando. Não é possível querer que tudo isso conviva com otimismo fabricado.
Estas conclusões, diz Elysio Pires, são resultados da observação das reações dos empresários e industriais anunciantes aos últimos acontecimentos econômicos pelos quais passa o Brasil. "A propaganda" - diz ele - "não pode ser alguma coisa que se beneficie de todas as crises". E continua:
- Há uma primeira fase, em que os anunciantes mais maduros reagem aumentando verba, anunciando, tentando ganhar participação no mercado. Só que há um limite, que coincide com o estreitamente do consumo, a partir do qual não há mais como ser inteligente, querer ganhar posição de concorrente, se antecipar ou reagir. Não há mercado capaz de resistir a uma moratória (de cuja vinda ninguém mais duvida) e a uma dívida interna de 22 bilhões de dólares.
O mercado publicitário brasileiro sofre hoje, além das dificuldades normais das empresas privadas, a restrição das verbas federais, a partir de determinação da Casa Civil do Governo Federal. Praticamente não há uma agência que atenda conta de governo no País que não tenha voltado de Brasília com pelo menos uma campanha não aprovada com a justificativa de contenção de despesas.
Tudo isto aliado ao grande agravante do negócio publicitário no período de janeiro a março que é a retração normal das campanhas, faz o diretor executivo da MPM se declarar abertamente agora um pessimista, e prever que o desemprego pode inclusive aumentar na propaganda em 1984:
- Se não se encontrar já um projeto de reorganização interna de retomada de desenvolvimento, se continuar se empurrando a crise com a barriga, as agências não resistirão além do fim deste ano. Elas sem dúvida vão ter que tomar providências drásticas para se manterem a partir do ano que vem, inclusive reduzindo custos e demitindo pessoal, como algo que já tem gente fazendo ou pensando em fazer.
"Por acaso" – concluiu Elysio "não é o problema da MPM. Mas também na MPM, não podemos continuar sendo exceção durante multo tempo".
Nova pesquisa do Ibope avalia melhor audiência de rádio
O IBOPE - Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística apresentou esta última quarta-feira, no Rio, sua nova metodologia de pesquisa retrospectiva de rádio, que irá gradativamente substituindo a pesquisa de flagrante nas praças de São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife e Fortaleza.
A partir da retrospectiva será possível saber-se a audiência individual da rádio nas últimas 48 horas, com base na técnica de recall, ou seja, de lembrança. Em suma, deixa de ser importante a emissora que o ouvinte estaria escutando no momento que fosse encontrado pelo entrevistador do Ibope, e passa a valer a relação das emissoras de rádio que o ouvinte lembre de ter sintonizado na véspera. Com isso, a pesquisa torna-se mais realista, pois poderá inclusive detectar um público que também ouve com frequência o rádio em seus trajetos de carro, ou no trabalho.
Esta pesquisa também permitirá realizar uma estimativa de cobertura das emissoras em determinados públicos-alvo, o número médio de exposição ao meio e às emissoras, assim como o perfil desta audiência.
Pelikan lança hidrografia especial para crianças
EXCLUSIVO - A Pelikan do Brasil, fabricante de material escolar e de escritório, e subsidiária da alemã Pelikan AG, está preparando o lançamento, para setembro, de uma nova linha de marcadores hidrográficos coloridos, batizada de Colorella, e que terá dois diferenciais destinados a atender as necessidades do público infantil, principal segmento deste mercado: os marcadores usarão tinta atóxica, e o traço poderá ser apagado com o uso de uma "caneta" especial que acompanhará o conjunto.
O produto, que existe em outros mercados internacionais nos quais a Pelikan atua, como Alemanha e Itália, já tem campanha pronta pela agência Professa, e seguirá as fases consideradas normais para a introdução de material escolar no mercado: primeiro, a campanha se destinará ao lojista, que tradicionalmente faz seu estoque preparatório para a "volta às aulas" em setembro; em março então, a propaganda atingirá o consumidor final.
Neste meio tempo, enquanto abastece os pontos de vendas para a demanda de março, a Pelikan pretende realizar um trabalho promocional especificamente dirigido às professoras de primeiro grau, elemento considerado fundamental, pela empresa, na decisão de compra deste tipo de produto escolar.
A Pelikan do Brasil espera lucrar este ano Cr$ 240 milhões, aproveitando-se também do levantamento da concordata da matriz na Alemanha, que acontecerá no ano que vem.
Brainstorming • Brainstorming • Brainstorming
• REBATE FALSO - Paulo Rolf, vice-presidente da Artplan, desmentiu categoricamente que a conta da Cobal esteja saindo de sua agência e indo para a SGB. Ele afirma que talvez haja algum mal entendido por ter a SGB realizado alguns trabalhos locais para a Cobal, apenas na área de Brasília. A conta nacional da Cobal continua na Artplan, garantiu Rolf.
• EM ALTO E BOM SOM - Os revendedores Gradiente do Rio de Janeiro, que compõem uma rede de oito lojas, decidiram anunciar para ampliar a participação da marca neste mercado, e ao contrário de utilizar o esquema próprio da Gradiente em São Paulo, preferiram contratar uma agência do Rio: ficaram com a Garden.
• FICHA LIMPA - A Labor está comunicando que a quebra da Brastel em nada influenciou no crédito das agências com os veículos. Ainda nos disse Márcio Ramos, diretor da Labor (e sócio de Assis Paim Cunha), há muito tempo a Brastel já negociava e pagava diretamente aos veículos sem interferência da Labor. A agência continua, inclusive, autorizando para seus outros clientes, como Café Câmara, produtos Brazão etc.
• NADA AINDA - A Salles-Rio trouxe de São Paulo, para cobrir extraordinariamente a saída de Mário Makoto, o diretor nacional de mídia da agência, Cláudio Pereira, que está, inclusive, analisando a estrutura interna do departamento para ver que rumos serão tomados. Por enquanto, disse ele, a agência sequer começou a levantar nomes do mercado.
• CUMPRINDO - A GFM/Propeg conseguiu superar em mais de 10 por cento sua previsão de receita operacional para o 1º semestre de 1983 chegando a 551 milhões de cruzeiros. Nestes resultados, a Bahia participa com 41,5%, Pernambuco com 19,5% e o Rio de Janeiro com 12,5%.
• CARTA ABERTA - A Carta Editorial, que edita as revistas "Vogue", "Casa Vogue", "Homem Vogue" e "Gourmet", abriu escritório novo ao Rio, sob a direção de Ricardo Kowarick (ex-Citibank). Nas novas instalações (no edifício Fórum Ipanema), a redação está sob a coordenação de Hiluz del Priore e Patrícia Carla Kowarick, e o setor comercial tem Ana Maria Custódio como gerente-geral e Lívia Nádia D. de Souza como gerente da Casa Vogue.
• BUSCA DA QUALIDADE - "O que você fizer, faça bem feito". Este é o tema de uma campanha patrocinada pela APP, e inspirada no modelo de estímulo de qualidade nos profissionais do Japão, e que todas as emissoras de rádio de São Paulo estão veiculando, graças a acordo com a associação do setor, a Central de Rádio. Esta campanha, na verdade, precisava ser veiculada é em Brasília.
• CUIDANDO DO FORNO - A Visagis S.A. Ind. Alimentícias é a nova conta da agência paulista Gang. A Visagis é resultado da união da Visconti, a tradicional fabricante de panetone, com a Agis, fabricante do Io-Io Crem e de frutas cristalizadas, que pertence à Star, um dos maiores nomes do setor de alimentos na Europa. A Gang cuidará de todos os produtos de forno, incluindo o carro-chefe: o Panetone Visconti.
• PISANDO MACIO - Até o fim do ano, as mulheres cariocas das classes média e alta já terão à sua disposição o sapato dos seus sonhos: o sapato que não aperta. É que, constatando esta oportunidade de mercado, uma empresa de Nova Hamburgo vai lançar a linha Carlino, de esporte fino, de couro, e com o detalhe inédito de ter numeração intermediária nas medidas de 34 a 39, como 35.5, 36.5 etc.
• DE VOLTA - José Carros Pires (ex-Propeg-Rio e ex-Codimec) voltou para o mercado de São Paulo, onde assumiu a direção de atendimento da conta do Grupo Volkswagen, na Almap.
• DE OLHO "NELES" - A Globo Vídeo, empresa das organizações Globo, está começando a fornecer, no Brasil, cópias em cassete semanais dos telejornais americanos "60 Minutes" e "The CBS Evening News".
• RESISTÊNCIA - A WM Central de Criação, empresa de Marcello Silva e Zezé Farias, completou 2 anos esta última quinta-feira, prestando serviços a um bom número de grandes empresas do mercado carioca, e conseguindo gradativamente até aumentar sua equipe. Numa época como esta, a empresa pequena do setor de comunicação que consegue sobreviver e ainda crescer, merece ser notícia.
• BITS & BYTES - A revista ''Dirigente Industrial" de setembro está programando um Caderno Especial de Informática, que pretende coincidir com a Feira de Informática que realizará em São Paulo, em outubro. O fechamento está previsto para 12/09. |