Janela Publicitária    
 
  Publicada desde 15/07/1977.
Na Web desde 12/07/1996.
 

Janela Publicitária - Edição de 03/JUN/1983
Marcia Brito & Marcio Ehrlich

 

Janela Publicitária
Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente no jornal Tribuna da Imprensa.
O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.

Concorrência do Governo no Rio bate recorde

Nada menos que 46 agências de propaganda se apresentaram, na última terça-feira, no Palácio Guanabara, para concorrerem à cobiçada conta publicitária do governo do Estado, que inclui principalmente o BANERJ, a LOTERJ e a Secretaria de Fazenda, com suas promoções de incentivo ao pagamento do ICM, como foi no governo passado o "seus talões valem milhões", e que este ano deverá ser substituído por uma nova temática.
Este número expressivo de agências, que surpreendeu não só os membros da comissão de licitação como o presidente do sindicato de agências do Rio, Paulo Roberto Lavrille (que inclusive confessou jamais ter ouvido falar em diversas delas), é um recorde em concorrências oficiais, e pode significar a crença do mercado em que a abertura também chegou à propaganda do governo, com a possibilidade de uma divisão mais ampla das suas contas.
A experiência que estas agências vão enfrentar é absolutamente nova no Brasil: fazer propaganda para empresas de um governo com bases socialistas, mas que, na verdade, disputam o mercado com empresas da iniciativa privada. Como no Caso da Caderneta de Poupança Banerj.
Segundo Martha Alencar, coordenadora de comunicação do Estado, a filosofia do atual governo do Rio não será tão difícil assim de ser compreendida pelas agências de propaganda que forem escolhidas:
- Eu tenho a impressão que não - disse ela -, porque uma das exigências que estamos colocando para as agências é que elas também tenham capacidade de compreender esta filosofia nova de governo. Para nós, entre os requisitos de uma boa agência não estão só os conceitos de eficiência, modernidade, agilidade etc. Há também o conceito político.
Martha Alencar acredita que o enfoque do que é "propaganda de governo" deverá mudar. Ela explicou:
- As empresas ligadas ao governo vão participar de um projeto social, e a propaganda, neste governo, vai existir em função destes projetos sociais. Por exemplo: até agora, depois de desativada a COPERJ, a gente só fez uma mini­campanha para a CEHAB, de utilidade pública. Nós não vamos utilizar a propaganda para vender uma imagem do governo ou do governador. Vamos utilizar muito mais para viabilizar os nossos projetos, que exigem uma participação muito grande da população. Neste sentido, a propaganda será muito importante.

RESULTADOS

Já na quarta-feira seguinte à entrega dos documentos pelas agências, começaram as reuniões da Comissão de Licitação, que está sendo presidida pelo jornalista José Guimarães Neiva Moreira, coordenada por Martha Alencar, e ainda composta por Renato Martins, coordenador de publicidade do governo, pelo cartunista e editor do Pasquim Sérgio (Jaguar) Jaguaribe, e o diretor da Imprensa Oficial do Rio, José Pereira de Carvalho Jr., mais conhecido do meio publicitário carioca como diretor da produtora de comerciais Abracam, e pelo nome de Billy Davis.
Em um prazo máximo de 5 dias úteis a contar de terça-feira, ou seja, até quarta ou quinta da semana que vem, o governo do Rio divulgará os nomes das agências que vão promover a sua filosofia e as suas empresas, entre as seguintes concorrentes (pela ordem de entrega dos documentos): Genus Zero, Alpha, Devas, Rio Deck, Professa, Senior, SB&JG, Há, MMC, Mercury, Aroldo Araújo, Oliveira Murgel, Casa, JMM, Archi & Grafio, Ellis & D'Orey, Garden, Giovanni, Caio Domingues, Sino, Esquire, Assessor, Roberto Mena Barreto, ACM, Flori, Abaeté, DM 9, SGB, CBBA, Pubblicità, Labor, Premium, Luz, Real, Estrutural, Hit, Consagra, MPM, Redinger, Norton, Pacto, VS Escala, Publinews, Denison, Prosper, JPA e Expressão.
Entre as maiores agências brasileiras, das que tem escritórios completos no Rio, apenas a Salles, a Almap, a Artplan e a DPZ não apresentaram material.
E para não parecer que nada houve de folclórico nesta reunião de publicitários, vale registrar que, já passados quase 40 minutos do inicio dos trabalhos de abertura e rubrica dos documentos, chega um contato esbaforido pedindo por favor para ainda ser incluído na concorrência, alegando que estava chegando àquela hora porque o avião no qual ele vinha de São Paulo atrasou um bocado. Dita qual era a agência, todos os presentes aceitaram as justificativas e permitiram a inclusão. O rapaz era nada menos que o representante da Expressão Brasileira de Propaganda, a house-agency da Varig, Varig, Varig...

Aberta no Rio conta de banco

O Banco Boavista, pertencente ao 5º maior conglomerado financeiro entre os sediados no Rio de Janeiro, e 32º do País, deve começar, este mês, um novo processo de escolha de agência de propaganda.
Sua agência até então, a MMC, está dolorosamente abrindo mão da conta, por ter passado a cuidar da propaganda de um novo banco que começa a se instalar no Rio, o Banco do Rio de Janeiro, que, por enquanto, apenas administra a Caderneta de Poupança BRJ, mas vem cheio de perspectivas como grupo empresarial e como anunciante.
A MMC, aliás, abriu mão este mês de outra conta: a rede de lojas de roupas masculinas Temper, que também está, portanto, sem agência no momento.

Ray-o-vac lança pilha só para a classe A

O crescimento do mercado de aparelhos eletrônicos domésticos sofisticados já está gerando diversas adaptações em outros segmentos da indústria brasileira.
A Ray-o-vac, por exemplo, que é reconhecida fabricante de pilhas, está lançando - por enquanto ainda a nível dos varejistas -, uma nova pilha alcalina, chamada "Battery", que promete ser mais duradoura que as pilhas normais e, por isso, adaptada a este mercado de produtos eletrônicos, como walkmen, mini video games, microcomputadores e tantos outros que começam a ser lançados no Brasil.
Segundo a Ray-o-vac, que pertence ao Grupo Microlite, o mercado de pilhas alcalinas no Brasil atinge a 3 milhões de pessoas da Classe A. São pessoas que, por exemplo, tem renda mensal acima de 700 mil cruzeiros, não são consideradas sujeitas aos efeitos das crises econômicas, tem hobbies sofisticados como fotografia, som, filmagem e eletrônica, e deverão comprar nada menos que 15 milhões de pilhas alcalinas este ano de 1983.

Rádio JB AM abre programa de Marketing e Publicidade

Desde a última quarta-feira, 1º de junho, a Rádio Jornal do Brasil AM começou a apresentar, de segunda a sexta-feira, às 08:40h da manhã, um programa com notícias e comentários sobre as atividades de marketing e comunicação das empresas brasileiras.
Produzido e apresentado pelo jornalista e publicitário Marcio Ehrlich, o programa "Marketing e Publicidade" pretende, segundo Nelson Baptista Filho, superintendente do Sistema de Rádios JB, "levar aos empresários, aos profissionais de anunciantes e agências do Rio de Janeiro, uma cobertura dos assuntos de interesse na sua atividade, de forma mais ágil que a permitida pela imprensa diária não especializada e mesmo pelas colunas especializadas, cuja periodicidade normalmente é semanal".

Brainstorming • Brainstorming • Brainstorming

Estão totalmente esgotadas as adesões para o jantar e cerimônia de entrega do 2° Prêmio Colunistas-Rio, que acontecerá esta segunda-feira, 6 de junho, no Copacabana Palace. Quem não reservou sua adesão, ou quem reservou, mas não foi retirar, agora nem precisa mais ligar para o 266-3131 que só assistirá a festa do ano que vem.
• JÁ GANHOU? - A coluna de Joezil Barros, no Diário de Pernambuco, noticiou dia 25 de maio que "a unidade Rio da Abaeté acaba de conquistar a conta da Caderneta de Poupança do Banerj, com atuação exclusiva no Rio de Janeiro".
Como a matriz da Abaeté é em Pernambuco, a nota deve ter sido passada por alguém graúdo ou credenciado na agência. Mas como é que pode? A concorrência não começou só esta semana, com 45 outras agências também achando que podiam concorrer à conta?
• A CONTA DO PREFEITO - Se nada se alterar, não vai sair nenhuma concorrência para a conta da Prefeitura do Rio de Janeiro. Segundo Renato Martins, o mais provável é que a Prefeitura (e seus órgãos) se utilizem das agências que serão escolhidas pela concorrência ora em curso.
• REMANEJAMENTO ­ A Artplan passou a atender a conta das Rádios JB. Com isto, a Denison, dentro do Sistema JB, fica com a Editora, enquanto a MMC com o Jornal e a Assessor com os Classificados.
• NA MODA - A Pubblicità foi a agência escolhida pelo shopping center São Conrado Fashion Mall para dar continuidade à sua propaganda. O Fashion Mall, que apesar de ser um shopping muito bonito, ainda não tem a frequência ideal para seus negócios, deve investir este ano cerca de 150 milhões de cruzeiros em propaganda.
• REFORÇO PREMIADO - O redator Ronaldo Conde, criador do comercial Assalto, com o qual a MPM ganhou o Grand Prix do último Festival da ABP, acaba de ser contratado pela ALMAP-Rio, para reforçar sua equipe de criação. Ronaldo, que já foi também presidente do Clube de Criação do Rio, deixa uma lacuna na MPM para a contratação de algum outro redator do primeiro time carioca, o que está deixando completamente alvoroçada a criação local.
• TORRES DE LIVROS - Acaba de chegar à 5ª edição do livro "Essa terra", de Antônio Torres, hoje redator na Salles-Rio. Torres está quase conseguindo ser tão lido em livros quanto em anúncios, de tantos volumes já vendidos. Falando em livros de publicitários, fica o registro de que Ney Azambuja, redator da Denison, lançou na última terça-feira seu novo livro "De corpo e alma", em conjunto com Paulo Sérgio Valle.
• CORREÇAO - A conta dos Vinhos Almaden, que semana passada demos estar na Esquire referindo-se a eles como sendo ex-U&G, na verdade está nas duas agências, cada uma com sua parte. Praticamente dividida também está a conta da Microlab, que vinha sendo atendida exclusivamente pela Bazzarello, mas que, segundo Mozart dos Santos Mello e Sérgio do Rego Monteiro informaram já há cerca de um mês a esta coluna (e publicamos na época), passa a ser cuidada também pela MMC.
• POR DENTRO DE TUDO - Vale o registro do portfólio distribuído no momento pela CBBA: ela é, no momento, "a agência que mais investe em pesquisa de mídia no país, relativamente à receita bruta: Cr$ 22 milhões só em 1982, e Cr$ 46 milhões em 1983.
• TROCA DE CRIADORES - Para cobrir a vaga deixada por Cláudio Ortman, que foi para a Estrutural, e ampliar sua criação, a MMC contratou o redator Márcio Bojunga, o redator Bernardo Mariani (ex-CBBA) e a diretora de arte Ilda Fuchshuber (ex-Caio). Para a Estrutural, aliás, que também está investindo fortemente no mercado, ainda foi José Guilherme Vereza, que estava na Pubblicità.
• CARRO-CHEFE ­ Quem informa é a Reynolds: o grande destaque da empresa em 1982 foi o cigarro Mustang, lançado em novembro último para competir no segmento de baixo preço/sabor forte, e que acabou se tornando o carro-chefe da Reynolds no Brasil, ultrapassando a marca River. Curiosamente, as duas marcas são atendidas pela Caio Domingues.
• PROMESSA - Uma agência que promete boas novidades no mercado carioca é a ZAS, fundada por Letícia Zakhia, e que agora acaba de ter a incorporação de Isaac Chapira, ex-redator da Almap-Rio como sócio. É aguardar para ver.