Janela Publicitária    
 
  Publicada desde 15/07/1977.
Na Web desde 12/07/1996.
 

Janela Publicitária - Edição de 24/SET/1982
Marcia Brito & Marcio Ehrlich

 

Janela Publicitária
Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente no jornal Tribuna da Imprensa.
O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.

Crise com jornaleiros tira "Veja" e "Isto é" das bancas

As revistas Veja e Isto é, esta semana, só chegaram a seus leitores cariocas que já tinham assinatura. Uma greve dos jornaleiros, desencadeada após assembleia do Sindicato dos Vendedores e Distribuidores de Jornais e Revistas do Estado do Rio de Janeiro, impediu que as duas publicações fossem vendidas em todas as bancas do Estado.
O motivo, segundo informou à Janela o presidente do sindicato, Salvador Natal Caruso, é a acentuada queda que vem ocorrendo na venda em bancas das revistas semanais que também promovem sua distribuição através de assinaturas. Pelos dados de Caruso, ano passado, cada banca vendia em média: 50 exemplares de Veja, número que hoje não ultrapassa 15. Na verdade, enquanto no Rio a venda em bancas de Veja fica entre 22 a 26 mil exemplares, através de assinatura a circulação supera os 100 mil. Isto é, por sua vez vende em bancas cerca de 10 mil exemplares, de acordo com os dados de Caruso, correspondendo a apenas 40 por cento de sua circulação no Rio.
O problema -- que já vinha preocupando os distribuidores cariocas -- teve seu ápice há cerca de uma semana, quando a revista Manchete encartou em sua edição um cupom para venda de assinatura, dando os tradicionais descontos ao assinante. Procurado pelos representantes dos jornaleiros, Adolfo Bloch alegou ter os mesmos direitos que a Abril e a Caminho, que encartavam cupons de assinaturas em suas revistas Veja e Isto é.
Na quinta-feira da semana passada, após a assembleia do sindicato, os jornaleiros comunicaram às editoras que decidiram não mais vender revistas que encartem cupons de assinaturas, além de exigir que nas assinaturas conseguidas por mala direta ou venda pessoal, o custo das revistas seja o mesmo do preço de capa. É como afirmou Salvador Caruso:
- Não tem sentido um jornaleiro vender uma Veja por 330 cruzeiros e a própria revista dizer para o leitor que o próximo número ele pode comprar por 250 cruzeiros, receber em casa e no dia anterior ao que ela chega às bancas.
A revista Manchete, que de forma alguma pode dispensar sua venda em bancas, aceitou imediatamente as propostas dos jornaleiros e, com isto, conseguiu ser distribuída esta semana. Veja e Isto É não concordaram com o fato dos jornaleiros já terem levado as propostas fechadas, sem possibilidade de negociação, e pediram prazo para pensar. Como resultado, a edição nº 300 de Isto É e a Veja não chegaram às bancas esta segunda-feira.
Entre as alegações das duas editoras, está de que o preço de assinatura deve ser mais baixo porque o assinante desembolsa adiantado e à vista, o que seria recuperado pelo desgaste da inflação.
Negociações
Esta quarta-feira, Antônio De Franceschi, diretor de "Isto É" reuniu-se com o Sindicato carioca levando a proposta de estabelecer um período experimental de 3 meses, durante os quais a revista não mais faria qualquer esforço de assinatura. Se após este período a Caminho verificasse que as vendas totais de "lsto É" não caíram, o sistema seria mantido. Se ocorresse uma queda, tudo voltaria como antes. A proposta, no entanto, não foi aceita pelos jornaleiros, e, segundo Salvador Caruso, se a Caminho não recuar, "lsto É" também não será vendida em bancas na próxima semana.
Até ontem, quando fechávamos esta coluna, o Sindicato dos Jornaleiros cariocas não havia recebido qualquer comunicação ou contra-proposta da Editora Abril. Esta, além do pequeno anúncio veiculado conjuntamente com a Caminho na última terça-feira comunicando que as revistas estariam à disposição nos respectivos representantes, colocou vendedores ciclistas percorrendo a cidade com a edição desta semana. Diz Caruso que a editora tem até o dia de hoje (sexta-feira) para se manifestar, do contrário “na próxima semana também não irão para as bancas, além de Veja, as revistas Exame e Nova Eletrônica, distribuída pela Abril”.
O presidente do Sindicato chega a afirmar que há um movimento, entre a classe, propondo não mais trabalhar com a Editora Abril, mesmo ela representando de 40 a 50% das vendas nas bancas cariocas. A perda deste movimento, no entanto, diz Caruso, poderia significar um prejuízo em volume, mas não no lucro do jornaleiro:
- O sistema da Abril está prejudicando o jornaleiro carioca, que muitas vezes tem de pegar dinheiro em bancos para pagar a editora. Eles não nos pagam a cada número, e sim, depois de já ter circulado pelo menos outras quatro edições da revista, para nos levar a ter sempre os últimos exemplares mais tempo nas bancas. Mas isto acaba com o nosso capital de giro, e com o nosso lucro.
A equiparação do preço das assinaturas com o das vendas em bancas, entretanto, já teve jurisprudência em contrário, no casos dos jornais diários, como afirmou Salvador Caruso:
- Os Jornais nos dão lucro diariamente, e a tabela das suas assinaturas foi discutida com o nosso Sindicato, e aprovada em Assembleia Geral. Eles só podem dar descontos de 5% na assinatura mensal, 10% na trimestral e 15% na semestral.
Esta sexta-feira, os jornaleiros deverão divulgar publicamente um comunicado nos jornais cariocas, respondendo aos anúncios da Abril e da Caminho, que alegavam não estarem nas bancas por motivos “alheios às suas vontades".
Compensação
Os reflexos da crise entre os jornaleiros e as editoras se fizeram sentir no mercado publicitário. Quarta-feira, Carlos Azevedo, diretor de Mídia da MPM, já enviava cartas aos departamentos comerciais de Veja e Isto É recusando os três anúncios veiculados na revista da Abril e o veiculado na publicação da Caminho. Azevedo afirmou que exigirá das editoras compensação dos anúncios ou, caso elas queiram negociar, um desconto correspondente à parcela de circulação perdida. Na quinta-feira, o diretor de Mídia de MPM enviou a seus clientes uma circular dando ciência dos acontecimentos e solicitando orientação se deveria suspender as veiculações ou negociar seus preços com as editoras. Na Salles, onde também funciona a Central de Mídia da Souza Cruz, nenhuma atitude oficial ainda havia sido tomada, Apesar disto, Mário Makoto, Supervisor de Mídia da agência, nos informou que, extra-oficialmente, consultou a Abril para saber a posição da empresa e a partir daí, definir suas decisões oficiais. Até ontem, porém, a Salles não recebeu qualquer resposta da Abril.

Brainstorming • Brainstorming • Brainstorming

A cigana me enganou e fica me devendo essa (e olha que era cigana paulista): Antônio José da Fonseca Pires continua como sócio e Diretor de Atendimento/Planejamento da MPM/Casabranca.
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A Universal & Grey está com novo Gerente de Operações no Rio: Isnard Manso Vieira, que já foi colunista de propaganda, dono da agencia ABC, e ultimamente estava no atendimento da MPM.
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Álvaro Gurjão está dando a assessoria de marketing da campanha eleitoral de Célio Borja, do PDS, ao Senado pelo Rio de Janeiro.
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Mário Makoto está promovendo uma reformulação no Departamento de Mídia da Salles, levando gente de peso. Uma das principais aquisições foi Otto Pajunk (ex-Aroldo Araújo, McCann e SGB).
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Amanhã, em Propaganda e Mercado, às 10h30m. na TV-Bandeirantes, estes colunistas entrevistam Caio Domingues, Eduardo Domingues, William Norman, José Monserrat, Raimundo Castelo e Albano Alves, todos diretores da Caio, que completa 10 anos de existência.
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A Faculdade de Comunicação Social da SUAM promoverá de 4 a 8 de outubro, a II Semana de Comunicação Social, abordando mídia eletrônica, publicidade, relações públicas e jornalismo. Estaremos lá palestrando.
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A Lintas está distribuindo mudas de arvores frutíferas a prospects e colunistas publicitários. A nós coube uma muda de laranjeira. Que seja doce o fruto.
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A UEB Publicidade mudou-se para a Rua Muniz Barreto, 810, em Botafogo. Os telefones da Marta Bartholomeu são 286-4044, 286-2303 e 226-0352.
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Que absurdo! Já poluíram de novo toda a cidade com outdoors! É como diz o Nei Matogrosso: por debaixo do pano...
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Ah! também foram para a Salles os mídias Nélsio Barbosa (ex­McCann) e Claudemir Chini (ex­Thompson Jr. E Makoto ainda está procurando mais gente.
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Esta semana e a última não publicamos aqui a seção Seleção da Janela. Por uma única razão. Não encontramos, entre os anúncios publicados na imprensa carioca neste período, nenhum tão brilhante que merecesse a classificação. Sentimos muito.
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O IBOPE assinou convênio com a LBA - Legião Brasileira de Assistência, para instalação de uma creche casulo que atenderá 60 crianças. O Instituto repassará à LBA o valor mensal de uma ORTN por criança atendida. Na creche adotada financeiramente pelo IBOPE para atendimento aos filhos de seus funcionários, as crianças, como nas demais creches da LBA, recebem quatro refeições diárias, assistência médica e dentária, além de recreação.
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Ontem, a revista Exame fez coquetel em São Paulo para o lançamento da edição 82 de Melhores e Maiores. Juntamente com a homenagem às empresas que mais se destacaram em cada setor. É uma pena, no entanto, que a Abril-Tec, em vez de reformular o modo de análise das agências de propaganda, permitindo que as médias e pequenas empresas participassem, tenha optado, pelo segundo ano seguido, por excluir a análise deste setor.
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A Novo Grupo, que já edita "Construção Pesada", "Petro & Quimíca", e outras publicações técnicas de excelente nível, está trazendo ao Brasil a famosa revista "Popular Science", que já começa com 55 mil exemplares e periodicidade mensal. Nos Estados Unidos, a PS chega a tirar dois milhões de exemplares.
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A Linxfilm, do César Memolo, está completando 25 anos de fundação, e para comemorar está organizando um rolo com os melhores comerciais por ela produzidos no período. Há muita coisa boa e curiosidades nos primeiros anos da Linx. Por exemplo, até filmes roterizados por Boni, antes de ele ir para a TV Globo.