Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente no jornal Tribuna da Imprensa.
O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.
Novas Dicas para ter mais chances no Prêmio Colunistas
Continuamos hoje a publicar Dicas e tirar duvidas sobre o 1º Prêmio Colunistas-Rio de Janeiro. A primeira série de Dicas saiu semana passada, e quem não leu pode procurar o arquivo da TRIBUNA e conseguir o jornal.
V) Com a existência da premiação no Rio, não será mais possível as agências cariocas inscreverem seus trabalhos diretamente no Colunistas-Nacional, em São Paulo. Portanto, quem quiser concorrer, terá que inscrever aqui, e se submeter a esta seleção. Qual o critério de inscrições? Se a peça ou a campanha for para um cliente carioca, ou se o atendimento da conta estiver sediado no Rio, ou seja, se o Rio estiver envolvido, a inscrição deverá ser feita aqui a despeito de qualquer participação que São Paulo tenha tido nos trabalhos (mesmo na criação ou produção).
VI) Apesar de o regulamento deixar claro é bom lembrar que, em termos de data, a obrigatoriedade é que os trabalhos tenham sido criados ou produzidos no ano de 1981, por empresas sediadas no Rio de Janeiro. É óbvio que tais trabalhos precisam ter sido veiculados alguma vez em algum local do país. Portanto, comercial que o cliente aprovou, mas não veiculou, ou filme de demonstração, nem adianta mandar, que se o júri desconfiar acaba desclassificando. No entanto, guerra é guerra. E nada impede que determinadas agências, acreditando barbaramente na potencialidade de filmes seus que foram produzidos em dezembro, mas só seriam veiculados no ano seguinte para poderem inscrevê-los em concursos publicitários (não foi só para o Colunistas, não) já tenham usado o artifício de veicular as peças (sem cobrar do cliente), em algum horário barato e sem comprometimento de qualquer emissora.
Mas vamos lá para a análise das categorias:
VII) Agência do Ano, Publicitário do Ano, Anunciante do Ano e Fato do Ano são categorias que obviamente, não podem ser julgadas somente a partir das peças inscritas. Dai o Regulamento permitir que as inscrições sejam feitas pelos próprios candidatos ou por indicações de terceiros. O importante aqui é que as indicações venham sempre acompanhadas de justificativas por escrito. Ou seja, se a agência XY&Z se considerar merecedora de receber o prêmio Agência ao Ano deverá relatar as razões por escrito: resultados de suas campanhas, grandes conquistas, desenvolvimentos técnicos e profissionais, investimentos em si e no mercado etc. O mesmo acontecerá nos outros três casos.
Nada impedirá, porém, que os diversos clientes da agência também mandem indicações do porquê de sua agência merecer o prêmio. Assim como também se espera que agências façam a inscrição de algum de seus Clientes para Anunciantes do Ano, relacionando suas qualidades (enfatizando, é claro, o lado criativo, já que o Colunistas é uma premiação praticamente de incentivo à criatividade).
Na próxima coluna, daremos novas dicas.
Na festa da ABP, Orígenes Lessa revê seu conceito sobre a Propaganda
Um Golden Room literalmente lotado assistiu, na última quarta-feira, a entrega dos diplomas aos Destaques Profissionais 81 no Rio de Janeiro, durante o jantar anual de confraternização da classe, promovido pela ABP - Associação Brasileira de Propaganda.
A festa, que ultrapassou a meia-noite com um agitadíssimo show das Frenéticas, teve um de seus pontos altos no momento em que Elysio Pires, presidente da ABP, leu a mensagem que Orígenes Lessa (que por motivo de saúde não pode comparecer) enviou como agradecimento à Homenagem Especial que ele recebera da entidade.
Orígenes, como é sabido no meio publicitário, sempre foi um crítico amargo da própria atividade. Nesta mensagem, no entanto, ele demonstra uma nova visão da Propaganda e se declara "orgulhoso" por ter trabalhado nela. Esta foi a mensagem do novamente assumido Publicitário e imortal Orígenes Lessa:
"Pessoal:
Este, para mim, é um grande momento: o de reconhecer publicamente o que devo a uma profissão que tantas vezes questionei e o de proclamar que a razão maior do meu questionamento está sendo desmontada e removida espontaneamente pela própria classe publicitária.
É grato verificar que, nesta batalha incruenta que tanto dignifica a Propaganda no Brasil, entraram em campo tanto os velhos sargentões, como eu, quanto a nova geração que chega aparelhada pelo estudo, apenas à espera da Universidade maior, a do batente, onde os do meu tempo ganhavam divisas por conta própria, errando, acertando, caminhando e descobrindo às vezes cantando.
Eu devo à propaganda um ganha-pão quanto possível honesto. Às vezes o sabonete não tinha uma espuma tão abundante e macia quanto a dos outros sabonetes, assim como hoje nem sempre o sabão em pó branqueja tanto.
Mas para quem escrevia (este era o meu caso) havia na profissão uma independência que outros divulgadores invejavam. Eu me iniciei no manejar publicitário, numa agência de comovente ingenuidade. Tinha critérios éticos estritos. Não anunciava cigarros, bebida alcoólica também não. Produto vagamente discutível, não tinha vez na N.W.Ayer & Son, que, nem por isso, deixou de ser uma das grandes no mundo. Eu nunca advoguei tamanho rigor. Mesmo porque seria a desgraça de muitos veículos e da própria arrecadação federal. Onde iria parar o Brasil se, além dos planejadores que o sufocam, não pudesse contar com os cigarros, bebidas e outras superfluidades que são colunas do Tesouro e a própria essência das mordomias nacionais?
Mas vocês não estão aqui para se afligir com as angústias da Pátria. Estão aqui para comprovar a pujança de uma atividade que é, sem favor, um grande esforço de superação no território de erros, desmandos e descaminhos de um pais que nunca se encontrou.
Vocês estão aqui como força viva de um país que se procura. São a mesma coletividade que eu conheci nos seus primeiros passos e com a qual caminhei vendo-a crescer. Errando, acertando, descobrindo, ajudando o gigante, o amado gigante de mil desencontros. Uma coletividade que chegou mais depressa do que se esperava à idade adulta, a da critica e da autocrítica, a do re-exame. E que por sua própria iniciativa toma consciência de sua responsabilidade diante do gigante e dos seus pequeninos. E que não mais vai transigir nem deixar transigir com o interesse imediato e a mentira, aparentemente mais cômoda.
Eu me sinto orgulhoso de ter trabalhado com vocês. Talvez com seus pais e avós. Talvez bisavós...
Tudo está bem, meus amigos, quando bem acaba.
Ou quando bem recomeça.”
Brainstorming • Brainstorming • Brainstorming
• Genilson Gonzaga a partir de 2ª feira deixa a Bloch para assumir a Direção Comercial da Revista Bolsa.
• Comentário agitando o mercado esta semana: o CBPE estaria em vias de abrir uma concorrência para escolha de nova agência. A turma dos lobbies já pode verificar.
• Nelson Spinelli (ex-Lintas, Proeme, Bandeirantes-Rio, entre outras) foi contratado como Supervisor de Atendimento na SGB.
• Paulo Maldonado está deixando a Denison para assumir uma Supervisão de Grupo de Contas na Salles.
• Antomar Marins e Silva, que havia saído da Direção do Departamento de Relações Públicas das Casas Sendas, montou com dois outros profissionais também oriundos da Comunicação uma empresa de representação de produtos alimentícios, a Luna Mater Fomento Comercial.
• Leonardo Bartucci, fotógrafo de comerciais, está também dirigindo documentários sobre o barroco mineiro.
• Amanhã, às 10:00 horas, no programa Propaganda e Mercado, na TV Bandeirantes, um debate sobre a propaganda de Natal.
• A Sidney Ross, apesar de ter uma house-agency, decidiu entregar à conta de Melhoral para a DPZ-Rio.
• A Abaeté Propaganda comemorou ontem seu 35º aniversário com um coquetel no Jockey Club.
• O Diário de Minas, representado da Sitral, desde o último dia 4 passou à impressão off-set.
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