Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente no jornal Tribuna da Imprensa.
O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.
Por uma Associação de Propaganda no Rio
Lendo um recente boletim da Associação Comercial, vimos uma matéria com o ex-ministro Mário Henrique Simonsen na qual ele afirmava que “falta ao Rio de Janeiro uma certa dose de bairrismo, a exemplo de outros Estados”. Nas palavras de ex-ministro, “os empresários cariocas precisam preocupar-se prioritariamente com os problemas do Estado e passar a discutir, sob o ângulo menor, as questões de âmbito federal”.
O que tem isso a ver com a propaganda?
Muito. Também o empresário de propaganda não conseguiu assumir de todo que o Rio não é mais a capital da República, e muito menos o centro econômico do país. Com isso, não raramente, ocupa parte preciosa de seu tempo lamentando a perda do antigo status, blasfemando contra uma certa crise, e pouco se unindo para aproveitar do Rio o que ele pode ter de bom.
Certa vez comparamos o mercado carioca com um cofre vazio de fundo falso. Por baixo do esvaziamento do mercado seguramente há grandes valores. Esperando que haja uma ação conjunta para encontrar o segredo que abre o fundo do cofre.
Falta, por exemplo ao Rio, uma associação de propaganda que defenda a instituição em seu todo, e que colabore para seu aprimoramento local. O capítulo carioca da ABAP ou o Sindicato das Agências estão cuidando só do ponto de vista empresarial das agências de propaganda, e não do negócio como um todo; Por outro lado, os grupos profissionais, por sua própria estrutura, são altamente segmentados.
Não podemos mais continuar sem uma entidade que congregue toda a classe em torno de uma bandeira de desenvolvimento e aprimoramento do mercado local. Já está mais do que provado que a entidade existente no Rio, a ABP – Associação Brasileira de Propaganda, não representa de fato o Rio de Janeiro – porque nada faz especificamente por ele, já que se acredita não sendo local – nem representa de direito o Brasil – porque os outros mercados publicamente já declararam que não lhe dão esta procuração.
Em síntese, está sendo uma entidade híbrida, sem bandeira nem rumo, e condenada a eternamente viver da boa vontade de alguns doadores para às duras penas sobreviver.
É preciso repensar a ABP e analisá-la mercadologicamente, como todo homem de propaganda mais atualizado diz saber fazer, quando se refere a produtos de seus clientes.
Não queremos que a excelente marca “ABP” se perca, assim como não nos agrada vê-la ver desconsiderada por analistas menos condescendentes. Ao nosso ver, já estaria mais do que na hora de se “doar” o nome “ABP” a uma entidade que tivesse efetiva aceitação nacional, como estas AP’s Brasil de nome infeliz (mas bons propósitos) e o Rio ter finalmente um capítulo carioca da Associação Brasileira de Propaganda, pronto para dignificar, defender e colaborar para aperfeiçoar o mercado do Rio de Janeiro e, aí sim, elevá-lo a um respeito nacional.
Saiba quem faturou mais na TV em 1980
A MPM, além de ser a agência brasileira de maior faturamento, foi também em 1980 a que percentualmente teve a maior participação nas veiculações de televisão, segundo levantamento realizado a partir dos Relatórios Leda referentes aos mercados do Rio e de São Paulo.
Pelo levantamento, obteve-se também a Aplicação Percentual por Emissora, que comprova o quanto a TV-S, do Silvio Santos, nada mais é do que um veículo exclusivo dos anunciantes daquele empresário. Vamos aos rankings que seus resultados são bens curiosos.
Ranking das agências por veiculação em TV
1ª |
MPM |
11,7% |
2ª |
ALMAP |
9,7% |
3ª |
DPZ |
8,0% |
4ª |
SALLES |
7,8% |
5ª |
MCCANN |
7,1% |
6ª |
JWT |
6,8% |
7ª |
STANDARD |
6,1% |
8ª |
NORTON |
5,5% |
9ª |
LINTAS |
4,8% |
10ª |
DENISON |
4,8% |
11ª |
PROEME |
3,9% |
12ª |
CBRAS |
3,9% |
13ª |
GANG |
3,9% |
14ª |
MARCEL’S |
3,9% |
15ª |
SGB |
2,4% |
16ª |
ARTPLAN |
2,4% |
17ª |
UNIDADE |
2,3% |
18ª |
YOUNG & RUBICAN |
2,3% |
19ª |
SIBONEY |
2,2% |
20ª |
NOVAGÊNCIA |
2,1% |
21ª |
LÉO BURNETT |
1,5% |
Aplicação Percentual por Emissora
|
São Paulo |
Rio |
Globo |
63% |
71% |
Bandeirantes |
17% |
18% |
Record/TVS |
13% |
6% |
Tupi |
5% |
5% |
Brainstorming • Brainstorming • Brainstorming
• O acordo operacional Diler & Ellis e Lage & Stabel & Guerreiro já conseguiu trazer como conta para as agências: a Erickson do Brasil. O primeiro trabalho será o lançamento de um aparelho telefônico.
• A ABAP nacional reuniu-se ontem em São Paulo para alterar seus estatutos. Agora, também a ABAP enterra de vez o critério de faturamento para suas decisões. O novo critério da faixas de cobranças da entidade serão baseadas na receita das agências e são mais por seu faturamento declarado.
• Alguém precisa saber por que as agências de propaganda micro empresas foram penalizadas com a exclusão do benefício de não declararem imposto de renda.
• Na próxima terça-feira, no auditório da Globo, o CCRJ fará a prévia de seu prêmio Eleições Direta.
• Roberto Wrencher, ex-Agência da Casa e ex-Assessor é o novo redator da Denison-RJ.
• A MPM fez um acordo com o Colégio Acadêmico para suas aulas passarem a ser ministradas naquele colégio. A sede da Escola vai funcionar apenas com a parte da administração.
• Ana Maria Funke, a conhecida RP, está agora representando com exclusividade no Rio a loja Só Canhotos. A loja de Ana é a Coisa do Arco da Velha, na Visconde de Pirajá, 207 sala 206. Canhotos correi!
• Segundo a Gazeta Mercantil. O Banco Bahia de Investimentos requereu a falência da Wanderley & Viana Publicidade. É raro ver agências na lista de falências requeridas.
• Estes colunistas estão sentindo agora como é difícil escolher um nome para uma marca que deve durar muitos anos. É que estamos a menos de dois meses de ter que dar o nome à nossa primeira filha. Que o produto será feminino já nos garantiu a ultrassonografia. Mas a marca, até agora, só a da fábrica “Ehrlich”. Quem tiver alguma sugestão que combine com o nome da fábrica, por favor, entre nesta concorrência imediatamente. Faremos os pré-testes de prazo com os avós, tios, amigos chegados, enfim, os primeiros consumidores. Liguem para 561-748 ou 251-5948. Depressa!
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