Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente no jornal Tribuna da Imprensa.
O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.
Inteligência do público merece respeito.
Assistir televisão, atualmente, está revelando que nunca a criação publicitária andou tão perdida dos caminhos da simplicidade e objetividade. Cada pesquisa feita junto a consumidores/espectadores determina mais e mais que a credibilidade da propaganda vem decaindo. Apesar disso, não são raros os comerciais que praticamente consideram o público um bando de ingênuos a acreditar em qualquer absurdo que lhe digamos.
Repararam como está ficando abusivo o uso de comparações irreais? Não será exagero alguém cheirar de olhos vendados um sabonete e pensar que é perfume francês? Terá o paladar do cidadão médio se deteriorado de tal maneira o ponto de confundir margarina cremosa (o máximo do produto artificial) com uma manteiga feita no campo? Será que alguém poderá acreditar que o manjar de coco da Chambourcy poderia ser tão parecido ao feito por uma doceira de fazenda?
Que espécie de identificação com o consumidor estará a Goodyear procurando ao mostrar uma série de entrevistas com personagens que demonstram uma total incapacidade mental de repetir uma frase simples como "é mais do que pneu, é pneu com aço, é pneuaço", numa proposta diametralmente oposta à apresentada, ao mesmo tempo, por Eder Jofre?
Sabemos pacificamente que os responsáveis por estas campanhas protestarão de maneira enérgica por estas criticas. Na verdade, aqui entre nós, jamais conhecemos um publicitário que desse a quem quer que fosse o direito a criticar seu trabalho.
Mas será que não está sendo desconsiderada a inteligência do consumidor/espectador quando uma mulher, depois de dizer coisas estranhas sobre sua maionese ser de verdade ou de mentira, afirma, apontando o novo rótulo da maionese Gourmet, que o tal novo rótulo até tem uma saladinha para mostrar que o produto está mais gostoso?
Não queremos que os comerciais tornem-se meros relatórios sem criatividade. Achamos, no entanto, que à atividade publicitária também cabe preservar - e até estimular - a inteligência do público. Em atitudes que devem existir na prática profissional dos criadores. E não apenas nas reuniões dos Clubes de Criação.
Codificação das Funções em Tráfego.
Segundo a nova regulamentação dos profissionais de propaganda aprovada pela DRT do Ministério do Trabalho e pelos Sindicatos, estão incluídos como publicitários os profissionais do Tráfego, com as seguintes funções.
* Coordenador
Juntamente com a Diretoria, estabelece a filosofia e a política de trabalho da Agência no que diz respeito ao relacionamento interdepartamental, além de coordenar tarefas e o pessoal do Depto. de Tráfego.
* Chefe de Tráfego
Supervisiona o andamento de todos os trabalhos criativos ao cargo da Agência, sendo responsável pela ligação entre Atendimento, Criação e Produção, estabelecendo junto a estes Deptos critérios de prioridade e controle do fluxo dos trabalhos, responsável pela compra e controle do material de Arte e Estúdio.
* Tráfego
Controla a rotina de andamento dos trabalhos e seu fluxo na Agência, confecciona envelopes de JOBs, confere notas fiscais e faturas, emite estimativas de custo para o Atendimento. É responsável ainda pelo cadastro e atualização dos talentos externos que poderão vir a ser utilizados pela Agência, negociando os custos desses trabalhos.
* Assistente de Tráfego
Assiste o Tráfego em todas as tarefas na área administrativa, assim como no que lhe for delegado.
PROPAGANDA E MERCADO
Continua firme no seu caminho o programa Propaganda e Mercado, que estes colunistas apresentam às cinco para o meio dia (ou 11h55min, como queiram) de sábado, na TV Bandeirantes.
Esta semana, Pedro Galvão, presidente do Conselho Nacional dos Clubes de Criação, falará sobre o que deverá ser discutido no próximo 3º Encontro Nacional de Criação; Euniro Berger Farhat, diretor da Technos Relógios, a empresa líder na comercialização de relógios no Brasil, dirá quais as tendências do mercado relojoeiro, e porque a Technos, em suas campanhas, afirma que agora relógio é moda; e Rogerio Steinberg, diretor de criação da Estrutural, e Luís Weksler, diretor da produtora Avant Garde, explicam a trucagem do filme apartamento sem quartos em que a cena ao vivo é casada com desenho animado. Amanhã, às cinco para o meio dia.
|
Brainstorming • Brainstorming • Brainstorming
A Wella tem ouvido, nos últimos dias, algumas apresentações de agências, não conseguimos descobrir com que finalidade. Só torcemos é que, se for para entregar parte de sua conta, a Wella opte por alguma agência que possa atendê-la integralmente através do Rio de Janeiro. Estamos certos de que não faltarão agências aqui nestas condições.
• • •
Terça-feira, feriado, dia do funcionário público, uma raposa da propaganda nos telefonou dizendo estar surpreendida que algumas grandes agências, que quase só atendem contas de Governo, tivessem funcionando normalmente.
• • •
O redator Ayres Vinagre está assumindo na McCann Erickson.
• • •
Meio ridícula a aparição do Henfil na TV Mulher ser em preto & branco, segundo ele "porque a maioria dos televisores no Brasil é em preto & branco". Até parece que esses aparelhos não transmitem os programas produzidos em cores. Seguindo esse raciocínio, é melhor o Henfil sair do ar, porque a maioria dos brasileiros sequer tem televisão. Quanta festividade...
• • •
Há algum tempo, comentamos com Luís Carlos Teixeira de Freitas que a revista Briefing tinha um bom conteúdo, mas era muito feia. Ele, com a auto-segurança que lhe é peculiar, respondeu que "Briefing não era uma revista para ser bonita, e sim para ser lida". Desculpa de marido de mulher feia. Queremos ver o que ele anda dizendo agora, que a Briefing mudou sua equipe de programação visual, e se transformou na revista mais bonita do setor, sem perder a qualidade editorial. Como essa turma não admite crítica...
• • •
Ricardo Fuchs é o novo gerente de marketing e treinamento da Nashua. Ricardo já passou pela Xerox, R. J. Reynolds e Lemac. Também na Nashua, como trainee do departamento de marketing, Solange Liana, ex-Redinger & JG.
• • •
Atenção, Nélson Luís Jorge, e amigos da Telerj: não deixem de assistir amanhã o programa Propaganda e Mercado, que tem um recadinho para vocês.
• • •
Estão abertas as Inscrições para o 3º Encontro Nacional de Criação Publicitária, que será realizado de 27 a 30 de novembro próximos, no Hotel Fazenda Ipê Amarelo, km 665, da Estrada BR-04O, a 20 minutos de Belo Horizonte. As reservas deverão ser feitas no Rio, pelo telefone 259-2245, no CCRJ, ou no Clube de Criação de Minas, com Ronald Andrade ou Zilda Carvalho, pelo telefone (031)223-3644. O tema do encontro será "A valorização dos mercados regionais".
• • •
A revista Bolsa comunica que sua edição de 17 de novembro terá como tema principal os seguros.
• • •
A Setembro, de Minas, está negociando com David Paiva, que teve seu passe comprado pela DPZ, em São Paulo, uma possível volta para a agência.
• • •
A Prefeitura de Ilhéus está abrindo concorrência para uma agência que se encarregue da divulgação do centenário da cidade, no próximo ano.
• • •
Francisco Alberto Madia de Souza, nosso coleguinha no júri do Prêmio Colunistas e agora diretor da Madia & Associados, foi eleito, pela oitava vez consecutiva, presidente do júri do Top de Marketing, promovido pela ADVB.
• • •
Concordamos com a nova campanha da Rio-Gráfica: Quadrinhos podem ser uma excelente opção de mídia.
• • •
A GFM/Propeg está completando 15 anos, informando que "sem festas, como convém numa época de austeridade". Hoje, a Propeg ocupa o 16º lugar no ranking das maiores agências brasileiras, tendo à testa um dos mais dinâmicos homens de propaganda que já conhecemos: Rodrigo Sá Menezes. E que na última sexta-feira, recebeu em Salvador, o Prêmio Colunistas como Agência do Ano também naquele mercado.
• • •
E em Salvador, Arthur Couto, empolgado presidente da Associação de Propaganda da Bahia, nos garantiu que a IV Congresso sai mesmo, de 13 a 16 de abril do próximo ano. Agora, é preciso que todos os outros Estados colaborem para que o Congresso seja tão produtivo para o setor quanto foi o último realizado em São Paulo.
• • •
A Janela Publicitária, por ser uma coluna séria, não publica "denúncias" que não venham devidamente identificadas quando cartas, ou através de telefonemas anônimos. Detestamos covardias.
|