Janela Publicitária    
 
  Publicada desde 15/07/1977.
Na Web desde 12/07/1996.
 

Janela Publicitária - Edição de 25/JUL/1980
Marcia Brito & Marcio Ehrlich

 

Janela Publicitária
Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente no jornal Tribuna da Imprensa.
O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.


PROPAGANDA E MERCADO
Não deixem de assistir amanhã às 14h30min, na TV-Bandeirantes, Canal 7, em Propaganda e Mercado, Paulo Roberto Lavrille contando o que pretende fazer quando assumir o Sindicato das Agências do Rio; enquanto Francisco Araújo fala sobre as mudanças em Interview; e Carlos Augusto Montenegro, Luiz Paulo Montenegro e Ignácio Machado explicam o que é e o que faz o Ibope.

CBBA se desliga do BBDO, que se associa à LS&G.

A Lage Stabel & Guerreiro -- 17ª agência de propaganda no ranking nacional -- anunciou esta semana a admissão da BBDO International como sócia na agência, numa participação que irá de 3 a 40% do capital social. Segundo o comunicado, a BBDO, "presente em mais de 24 países onde associa-se com as melhores agências, identificou na LS&G a empresa brasileira dotada das características fundamentais ao respaldo de sua evolução".
A notícia foi divulgada no dia seguinte à CBBA - agência que era ligada à BBDO - anunciar que decidira recomprar os 29% da participação acionária da agência americana em seu capital.
Segundo Jomar Pereira da Silva, presidente da CBBA-Rio, a decisão da agência foi posterior ao conhecimento da nova política da BBDO em todo o mundo, de aumentar sua participação acionária nas agencias associadas. Diz Jomar que na época do acordo entre as duas agências, a BBDO declarara ter como política não ser majoritária nos mercados regionais, o que interessou à CBBA:
- Quando Willi Schaikt assumiu a presidência da BBDO - continuou Jomar - a agência passou a ter como política ou ter o controle ou 50% das associadas. Durante algum tempo resistimos a esta ideia, mas chegou um momento em que a situação precisou ser definida.
O presidente da CBBA-Rio conta que a diretoria nacional da agência se reuniu, decidindo que não interessa ao grupo brasileiro da CBBA abrir mão do controle da companhia, apesar dos benefícios que a ligação com a BBDO trazia, em termos de know-how, troca de informações, ou apoio internacional nas operações.
Apesar da separação, não haverá grandes modificações na estrutura da agência brasileira, que inclusive manterá em sua diretoria Hilda Ulbrich Schutzer, que tinha a procuração da BBDO no Brasil, segundo afirmou Jomar Pereira. A possibilidade agora, diz ele, será a de haver um novo acordo operacional com alguma outra multinacional, ou mesmo admiti-la como sócia, desde que com participação minoritária.
Jomar afirma que, até o momento, não houve qualquer repercussão, a nível de descontinuidade no atendimento de multinacionais da CBBA, como consequência da desvinculação com a BBDO. Apesar disto, ele admite a possibilidade de que outras agências possam receber estas repercussões, já que contas atendidas pela BBDO no exterior e existentes no Brasil, como R.J. Reynolds, ou Henkel, dividem seus produtos por várias empresas, neste país. A Reynolds, por exemplo, também está com a Almap e a Caio. E a Henkel com a McCann Erickson e a Salles.
A expectativa natural do mercado é que a Lage Stabel & Guerreiro venha a fazer um esforço conjunto com a BBDO no sentido de conquistar no Brasil, clientes já atendidos também no exterior.

Carta

A Janela Publicitária:
Sem dúvida, estamos todos do mesmo lado. Mas nós estamos mais ao do Sr. Clementino Fraga de que ele do nosso. Pelo menos a julgar por sua carta publicada na sexta-feira passada, onde ele denuncia com patrulheiros ideológicos e diagnostica miopia em todos aqueles que criticaram o teor pouco claro de sua entrevista à "Janela". Erro de ótica, erro de ética. Não é nesse nível que desejamos debater o aprimoramento do negócio de propaganda no Brasil. O nosso pensamento a respeito está expresso na carta que enviamos a Janela na quinta-feira passada. Em nome da necessidade de esclarecimento aos leitores da TRIBUNA DA IMPRENSA permitimo-nos insistir na publicação de tal carta bem como da presente correspondência, modo civilizado de repelir a acusação do Sr. Fraga.
E de nossa parte daremos por encerrada, a questão.
Ass.: Colegiado do CCRJ
N. R.: Hoje publicamos todas as cartas, em nosso poder, do CCRJ. Mas ainda esperamos dos criadores alguma sugestão concreta e útil para ajudar a combater o desemprego na propaganda. E que, não necessariamente precisam vir do CCRJ. Nosso espaço está aberto a qualquer profissional do mercado.

Brainstorming • Brainstorming • Brainstorming

Miguel Escobar, vice-presidente da McCann e gerente do escritório carioca da agência está deixando o Brasil para assumir a presidência da McCann na Argentina. A transferência deverá se realizar até setembro, quando chega ao Rio, para ocupar a gerência da McCann, George Teichholz, ex-supervisor da Coca-Cola na McCann-Rio, ultimamente atuando na própria Coca, em Atlanta, USA. Também deixa a McCann no Brasil Márcio Moreira, vice­presidente nacional de criação, que se transfere para os Estados Unidos chefiando o New York Team ­ grupo de criação da agência para assuntos da América Latina.
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A conta dos relógios Mido está agora na Norton-Rio, agência que, aliás, está num clima de euforia e otimismo muito grande antevendo a possibilidade de fechar 1980 com um faturamento superior a 200 milhões de cruzeiros.
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E por falar em Norton-Rio a agência está procurando um profissional de mídia.
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Manoel (Manolo) Rodrigues deixou a Gerência Geral da Canto e Melo, agência que era house e talvez volte a ser das óticas Fluminense. Junto com Manolo sai, além de outras contas, a Exportadora Marcelino Martins, produtora do café MM, do uísque Man's e da vodca Russkaya. No lugar de Manolo, assume na Canto e Melo o jornalista e publicitário Pedro Porfirio.
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Cláudio Baeta (ex-Herald) desligou-se da sociedade da Garden, que, com isso, desativa seu escritório em São Paulo.
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Peter Burke está deixando a Gerência de Marketing da De Beers no Brasil para assumir a Direção de Marketing da empresa nas áreas do Japão e Itália. Para seu lugar foi nomeado Martin Gratham, que atuava naquele mercado. Este revezamento é feito de 4 em 4 anos por tradição na De Beers.
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No próximo dia 5 de agosto será realizada a eleição para o Sindicato de Agências de Propaganda do Rio de Janeiro, tendo como única chapa apresentada a liderada por Paulo Roberto Lavrille de Carvalho, vice-presidente da Salles/Inter-Americana.
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Joel Vaz é o novo Diretor de Programação e Produção da Tv Bandeirantes, Canal 7, no Rio. Além disso, Joel também continua sendo o diretor do programa Propaganda e Mercado.
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Mais duas contas Rio passam a ser atendidas por São Paulo; a parte de vinhos da Seagram e a vodca Orloff estão com a Leo Burnett. No Rio continuam ainda Ron Montila, Chivas Regal e Cachaça de São Francisco com a Standard; Natu Nobilis, Passport, Green & Gold e House of Lords na Artplan; e Royal Label e o porto Adriano com a SGB.
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A DPZ desistiu de transferir-se para o comentado casarão da Rua Paissandu, e continua, por mais algum tempo, no Russell,
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Carlos Alberto Mousinho (TV-Bandeirantes) assume a partir de agosto a Gerência Comercial das Rádios Manchete AM e FM.
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A Rio Gráfica deverá entrar, até agosto, na área de coleção de fascículos de longa duração, sendo está primeira experiência dirigida para o público feminino. E a editora, seguindo sua linha de lançar edições especiais, já está preparando um número sobre "Malu Mulher", outro com "Receitas de Sobremesas" e, ainda para este mês, um sobre "Como Manter a Forma", com apresentação de Tônia Carrero.
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A agência mineira Setembro está precisando urgentemente de um mídia, para trabalhar em Belo Horizonte, e com a faixa salarial de 60 mil. Os interessados devem se comunicar, de preferência ainda hoje, com os telefones 226-0638 ou 226-0988, aqui mesmo do Rio.
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Em agosto, a revista Bolsa passa a ser impressa totalmente em papel couché, produzida, como sempre, pela Assessor.
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Mais uma produtora surge no mercado carioca: a House Filmes, encabeçada por Ronaldo Nunes, e que já produziu o novo comercial de Caracu.
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A Rede Bandeirantes de Rádio, juntamente com a Rádio Guanabara e a Cadeia Verde-Amarela, tem novos telefones. O PBX é 262-5452, e os diretos, são 240-7265/3615/7346 e 7296.
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A Consul, com o sucesso do comercial "Consul com C" decidiu transforma-lo em compacto simples para distribuição aos revendedores. O disco inclui os dois comerciais e um monólogo do "C", declamado por Chico Anísio. A campanha toda é da Almap.
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O leitor Ítalo Fábio Casciola, da sucursal do Estado do Paraná, em Umuarama, nos escreve dizendo que gostaria de receber house-organs, que podem ser enviados para Rua Marialva, 4433 - Caixa Postal 14 - CEP 87500 - Umuarama - Paraná.
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De 5 a 8 de agosto o Clube de Criação do Rio vai promover, entre estudantes e profissionais, um Laboratório de Direção de Arte. Informações pelo telefone 259-2245.
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A GTM&C contratou Mizuho Tahara (ex-Almap) para sua mídia.

Esclarecimento´

A Janela Publicitária, de 11 de julho, afirma: "... não concordamos quando o CCRJ sugere que não se deva divulgar" as soluções aventadas pelo Sr. Clementino Fraga sobre os atuais problemas do mercado de propaganda no Rio. (o grifo é nosso).
Em nenhum momento, o CCRJ sugeriu isto. Vejamos exatamente o que o CCRJ disse a respeito:
"Cremos que o Sr. Fraga não concorda com essas 'soluções'. Mal o simples fato de divulgá-las significa dar crédito a uma das falácias do planejamento, mal que no momento assola o Brasil, e particularmente o Rio de Janeiro. É a partir de afirmações como essa que se consegue instalar no País, nos diversos setores da economia, um clima de terrorismo profissional".
Onde a sugestão de que "não se deva divulgar" as soluções levantadas? Dissemos foi que o fato de divulgá-las significa dar crédito a uma das falácias do planejamento. E que tais afirmações concorrem para criar no país um clima de terrorismo profissional, ou seja, os profissionais deixam de se sentir seguros em seus empregos, pois sobre eles paira a ameaça de demissão. E sobre esta realidade os jornais falam diariamente. Foi isto o que dissemos. Nada mais.
Incrível interpretação foi dada, na merma Janela, à expressão "terrorismo profissional", tão em voga hoje em dia e usada na carta do CCRJ.
Diz a Janela:
"Lembramos ao Clube que esta foi exatamente a mesma justificativa dada pelo Governo para implantar a odiosa censura à imprensa, sugerindo que a divulgação dos reais problemas do País - por jornalistas que também foram chamados de "terroristas" - poderia alarmar a população, comprometendo a chamada "segurança nacional".
Como demonstramos acima, em nenhum momento o CCRJ sugeriu que esta ou aquela opinião não deva ser divulgada. E toda a história do CCRJ comprova esta posição aberta e democrática.
Logo, não cabe - sob pena de se cometer irreparável injustiça - colocar o Clube de Criação do Rio de Janeiro em situação sequer semelhante a do governo ditatorial que durante tantos anos censurou a Imprensa, a começar pela própria TRIBUNA DA IMPRENSA.
Não custa lembrar que foi o CCRJ que apresentou a "moção pela volta do País ao Estado de Direito", com todas as garantias decorrentes, aprovada por unanimidade e grande ovação no III Congresso Brasileiro de Propaganda, em 1978, em São Paulo. E na recente reunião de Clubes de Criação do Brasil, a 21 e 22 de março em Belo Horizonte, o CCRJ deu firme apoio ao documento "Propaganda para um país mais Justo", propugnando pelo fortalecimento da democracia e o mais amplo e livre debate de todos os 'problemas nacionais. Esta é também nossa posição no meio publ1citário a que pertencemos. E à prova disto é que em cinco anos de existência do CCRJ nenhuma outra entidade da classe, no Rio, organizou mais debates, conferências e discussões, tanto sobre problemas gerais como específicos.
Por tudo isto, o CCRJ só tem a se congratular com a Janela Publicitária quando ela "pretende continuar entrevistando empresários e profissionais para avaliar a realidade do nosso mercado".
A nosso ver, a busca da verdade e o diálogo são indispensáveis. Sem eles dificilmente chegaremos às soluções que atendam ao maior número possível de interessados. E este diálogo deve esconder nada, nem mesmo os expedientes utilizados em detrimento da própria Lei.
Se ainda não apresentamos soluções é porque não as temos e desejamos continuar ouvindo opiniões as mais variadas, de dentro e de fora da propaganda.
Para tanto, os debates iniciados este ano sobre o esvaziamento do mercado do Rio terão prosseguimento, conforme anunciaremos em breve.
Certos de que, seguindo as boas tradições democráticas, a Janela publicará na integra esta nota, agradecemos desde já à atenção dispensada.
Clube de Criação do Rio de Janeiro