Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente no jornal Tribuna da Imprensa.
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Em propaganda, onde acaba a mera coincidência e começa a chupada?
Há muito tempo deixou de ser raro ler nos jornais polêmicas envolvendo autores de músicas que se acusam de plágio. Denunciados publicamente, alguns destes casos chegam a ganhar até primeiras páginas, divulgando, no final, acusador e acusado.
Os leigos no assunto até arriscam suas sentenças em cima de uma já popular legislação que – os especialistas nos corrijam se estivermos errado - em oito compassos a possibilidade de coincidência sem caracterização de plágio.
Em propaganda, porém, por estarem envolvidos poderosos anunciantes com vultosas verbas - e não menos poderosas agências, é bom que se diga -, os casos de coincidência raramente chegam ao público. No máximo, recebem uma breve citação em uma ou outra mais corajosa coluna especializada em publicidade.
À primeira vista, poderia parecer que coincidências em propaganda não acontecem. O que está longe de ser verdade. Tanto que o público, se bem não leia nada a respeito, percebe o que ocorre, e multo bem, como espectador. E debita, da credibilidade que tem sobre a indústria da propaganda, mais um pouco. Isto não é nenhuma novidade. Uma recente pesquisa da Standard Ogilvy & Mather com donas-de-casa demonstrou tristemente que a propaganda tem hoje um descrédito que jamais teve.
Alguém aqui duvida que os telespectadores brasileiros tenham percebido a incrível coincidência do suco de caju Maysa estar "assim de caju", os Classificados do Globo estarem "assim de anúncios" e o iogurte Yoplalt estar assim de frutas"?
Ou que os novos filmes de Rodhiasol e o comercial do Shopping Center da Gávea estão imitando (não com a mesma elegância, é claro) os comerciais do apresentador desajeitado da Bom Bril?
Sem terem as peças publicitárias os oito compassos que determinem a coincidência X plágio, e sem poderem contar com a Conar (pouco útil, neste caso, por sua lentidão burocrática) nem as agências e os anunciantes interessados em tomar providências dispõem de ânimo para agir, acabando por ficar a roupa suja sem lavar, nem mesmo em casa.
Esta semana, por exemplo, fomos alertados pela agência Assessor da evidente coincidência entre alguns dos filmes da nova campanha do Banerj e os comerciais da Caderneta de Poupança Haspa, criados anteriormente pela agência. Um dos filmes do Banerj - o dos bailarinos termina com uma chuva de moedas, exatamente o gimmick usado pela Haspa desde que era atendida pela Proeme. E a coincidência também ocorre no filme das moedas que saem girando, que tem algumas tomadas praticamente iguais às de outro filme de moedas giratórias da Haspa.
Determinar, nos exemplos acima, em quais houve dolo ou em quais, apenas culpa, é muito difícil. Como é difícil encontrar os limites, como os oito compassos, para a propaganda.
Mais difícil ainda é imaginar que este assunto venha a ser tratado a curto prazo pelos lideres da propaganda brasileira, envolvidos, do momento, com temas mais relevantes para o negócio publicitário: as bonificações de volume, a regulamentação profissional e as investidas anti-publicitárias de nossos legisladores.
Enquanto isto -- e a justiça tarda, mas não falha -- as coincidências serão julgadas pelo juiz mais adequado e severo que uma empresa anunciante pode ter: o consumidor.
Ultima chance no Colunistas.
Termina hoje o prazo de inscrições para o XIII Prêmio Colunistas - versão nacional, a maior premiação da propaganda brasileira. As agências e produtoras cariocas, que no Prêmio do ano passado fizeram um belíssimo papel, não podem deixar de enviar seus trabalhos para este julgamento.
Para a inscrição, os interessados devem enviar todas as peças acompanhadas em seu verso de ficha padrão de inscrição (que pode ser recortada ou xerocopiada da que publicamos abaixo) e de uma carta em papel timbrado relacionando todos os trabalhos inscritos. As peças impressas devem estar montadas em papelão, os filmes todos reunidos em um só rolo, assim como os fonogramas, e os VTs devem ir em cassete.
No Rio, todo material deverá ser entregue bem embalado na Meios, à Av· Almirante Barroso, 63 grupo 2.502.
Cada agência só poderá inscrever uma peça (ou campanha) em cada categoria. Outros trabalhos, porém. podem ser inscritos pelo anunciante, pela produtora, ou por qualquer dos colunistas participantes do júri que no Rio são Jomar Pereira da Silva, José Roberto Penteado e Marcio Ehrlich.
Ficha de Inscrição para o XIII Prêmios Colunistas. |
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- Uma colaboração Janela Publicitária/TRIBUNA DA IMPRENSA
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Grécia e Canadá terão mostras de desenhistas de humor.
Já estão abertas a inscrições para a 3ª Exposição Internacional de Desenho de Humor, de Atenas, Grécia, aberta a ilustradores e desenhistas de humor inéditos ou não.
O tema obrigatório deste ano é "Crise de Energia", e os desenhistas interessados devem enviar, até 10 de abril próximo, o máximo de três cartuns de até 45x45 cm, publicados ou não. Haverá onze prêmios para os melhores trabalhos. O primeiro lugar ganhará 100 mil dracmas, e os dez restantes 30 mil. Além disto, gratuitamente, cada participante receberá o Catálago de Exposição, contendo um desenho de cada um dos desenhistas expostos.
Os trabalhos deverão ser enviados, por correio, para: Elias Skoulas Kostas VIachos., 277, Kifissias Av. - Kifiissia Athens Greece.
Já para os desenhistas editados, há o Salão Internacional de Humor, de Montreal, Canadá, que encerra suas inscrições em 1º de março, aceitando apenas um original, sobre qualquer tema, com medidas máximas de 60 cm. Em
anexo, os desenhistas devem apresentar provas de que já tiveram trabalhos publicados. Neste caso a correspondência deve ser enviada a:
Robert La Palme
Pavillon de l'Humoar
Terre des Hommes
Montréal, H3C 1AO
Canadá
Brainstorming • Brainstorming • Brainstorming
A Castrol do Brasil está se desligando da Caio Domingues e preparando, para os próximos dias, a abertura de uma nova concorrência de sua conta.
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Não param também, no mercado, as especulações sobre o futuro da conta do CBPE. Como se sabe, faltam poucos meses para encerrar o contrato de dois anos da Almap – Alcântara Machado, Periscinotto com aquele órgão.
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Fernando Barbosa Lima, presidente do Conselho de Administração da Esquire/Oliveira Murgel trocou uma parte significativa de suas ações na agência por toda a participação acionária que a Esquire tinha na Sinal, agência que atende exclusivamente o Banco Nacional. Com isto, a Sinal passa agora a ser propriedade de Fernando Barbosa Lima e da JMM.
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A Chrysler está incrementando sua associação com a Volkswagen também na área de propaganda. Sua conta publicitaria, que era atendida pela Denison, agora está na Almap, agência que atende a VW.
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Falando de Almap, também foi para ela a conta da Braniff International, que foi atendida durante 8 anos pela Esquire. A troca teve até envolvimento internacionais. Agora, nos Estados Unidos, a Braniff passou a ser atendida pela Wells, Reech & Greene, agência da Mary Wells que, não por coincidência, é casada com T. Lawrence, presidente da Braniff.
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A conta do Grupo Atlântica Boavista de Seguros já está na Assessor, após sair da JMM. A conta representa, no momento, cerca de 15-20% do faturamento da agência no Rio. Até onde se sabe, este ano, a Atlântica Boavista fará grande investimentos na área de promoções e merchandising.
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Deu no Genilson: as contas da KLM – Companhia Real Holandesa de Aviação e da fabricante de equipamentos telefônicos GTE passaram para a Norton Publicidade.
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A empresa Associada de representações Sima vai preparar um suplemento especial sobre o Brasil encartar nos maiores jornais de Assunção, Paraguai, no dia 19 de abril, quando chegar naquele país o Presidente Figueiredo.
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A Rádio Dragão do Mar, de Fortaleza, CE, alcançou o 2º lugar de audiência local. Quem nos conta é a NP Assessoria e Publicidade, sua representante no Rio.
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Semana passada, fechando a coluna quase em cima da hora de ir ao Vermelho-e-Preto, cometemos a mancada de colocar a 5ª Avenida na Esquire. A 5ª Avenida é da Propeg. Da Esquire é a Tavares Roupas.
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Já saiu o número dois do Jotacê, jornal do Clube de Criação, bem mais maduro e jornalístico. |