Janela Publicitária    
 
  Publicada desde 15/07/1977.
Na Web desde 12/07/1996.
 

Janela Publicitária - Edição de 14/DEZ/1979
Marcia Brito & Marcio Ehrlich

 

Janela Publicitária
Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente no jornal Tribuna da Imprensa.
O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.

Pacote econômico beneficiará indústria brasileira da propaganda

Durante a semana os jornais brasileiros publicaram depoimentos dos vários setores econômicos nacionais sobre as repercussões de recente "pacote de Natal" anunciado pelo Presidente Figueiredo e pelo Ministro do Planejamento Delfim Netto.
O setor da propaganda, no entanto, não foi ouvido, apesar de, como setor terciário, sofrer consequências de atos que afetem as indústrias brasileiras.
Como atividade voltada eminentemente para o mercado interno, que tipo de influência a propaganda receberia numa política de incentivo à exportação em detrimento da distribuição interna? O que o setor publicitário pode esperar destas medidas governamentais?

Novas estratégias

Na opinião de Clementino Fraga Neto, vice-presidente da Esquire Propaganda e presidente do capitulo Rio da Associação Brasileira de Agências de Propaganda, estas questões são difíceis de serem respondidas, já que, se conhecidas na macro conjuntura, em termos de mercados específicos ainda não puderam ser bem delineadas. Fraga Neto, porém, acredita que o "pacote" será benéfico para todos, pois embora esteja mais voltado para o mercado externo, tem como objetivo combater a inflação, cujo convívio, a níveis de 70% ao ano, é bem pior.
Fraga não crê que destas medidas resultem cortes publicitários. Ele cita como exemplo um cliente seu, a Gillette do Brasil, que após ter estudado a atual conjuntura, percebeu que não vai poder aumentar muito seus segmentos específicos, como a maior parte das empresas, que terão crescimentos vegetativos nos atuais setores, e decidiu ganhar mercado através do lançamento de novos produtos. Na Esquire, por exemplo, ele cita, há a perspectiva de cinco ou seis novos produtos a serem lançados ano que vem, a partir de ações estratégicas baseadas no momento atual. Fraga lembra que, se o mesmo raciocínio for seguido por outras empresas anunciantes, o mercado da propaganda, a despeito do pacote não estar voltado para o mercado interno, será beneficiado.

Garantia de mercado

O industrial que exporta, de forma alguma deixará de anunciar no mercado interno, que é um mercado garantido, para veicular no exterior. Quem afirma isto é Francisco Borghoff, diretor de desenvolvimento da Norton Publicidade e ex-diretor de manufaturados da Cobec, que ainda recorda que o mercado externo é muito flutuante, já que se tem a concorrência de outros países. Além disso, diz Borghoff, em comparação com outros países, o Brasil está num patamar muito baixo. Ele exemplifica dizendo que, ainda que atinjamos os pretendidos 15 bilhões de dólares, estaremos longe dos 54 bilhões que a França exportou em 1978, ou dos 117 bilhões da Alemanha. Além disto, dos 15 bilhões das exportações brasileiras, tirando-se as matérias-primas, e os semi-manufaturados, que praticamente não anunciam, sobrará apenas 4-5 bilhões. Borghoff considera a maior tristeza que metade desses 4-5 bilhões deverá ser exportada por multinacionais, por terem controle de qualidade, facilidade de distribuição etc, ficando o restante nas mãos de, no máximo, 500 empresas que são basicamente de calçados e têxteis. Ou seja, depurando, é mínimo o que se exporta do Brasil de produtos manufaturados com marca que pudessem ser anunciados no exterior.

Abertura de mercado

De qualquer maneira, Clementino Fraga Neto não acredita, em termos de finalidades publicitárias, que seja válido uma agência brasileira procurar criar anúncios para veicular no exterior para seus clientes exportadores. Para ele, por ser a propaganda eminentemente local, tais anúncios deverão ser criados por agências dos mercados a que o cliente pretender atingir. Por outro lado, Fraga Neto admite que pode-se pensar na exportação de serviços da agência como instrumento de seu marketing, para new business. Neste caso, se a agência tem um cliente grande exportador, ela pode ter interesse em montar uma sucursal no principal mercado do cliente, ou se associar com uma agência local para conjugarem os esforços da exportação.
Francisco Borghoff comunga da mesma ideia, e exemplifica que as maiores agências brasileiras já começaram a se preocupar com esta abertura de mercado através da aproximação com agências ibero- americanas, acompanhando os esforços de seus clientes na penetração destes mercados.
A curto prazo, tanto Fraga quanto Borghoff concordaram que os resultados do pacote não serão muito favoráveis. Mas Borghoff lembra que, como reflexo posterior da política de exportação está a possibilidade de as empresas brasileiras ampliarem a qualidade também dos produtos distribuídos no mercado interno, o que as permitirá ter, em sua linha de produção, o mesmo produto para exportação e importação, diminuindo seu preço médio. Com isto, o consumidor interno se sofisticará e passará a ser mais exigente, aumentando a competitividade entre as empresas, e beneficiando, no final, a indústria publicitária.

Bronca Indolor.

1 - Release é uma coisa útil para o jornalista, quando bem feito. E para dar noticias ou subsídios a ela. Agora, ficamos muito tristes ao receber, de agências que não precisariam de tal expediente, pedidos de publicação de notas já redigidas elogiando seus próprios trabalhos. Nesta coluna, toda opinião é assinada. Principalmente a nossa. Por isto não abrimos mão de efetuarmos nosso próprio julgamento dos trabalhos que assistimos. E sabemos mudar de opinião, se convencidos. Depois de dois anos e meio de lerem esta coluna, nossos leitores já devem saber que somos totalmente abertos a conversar, por telefone ou pessoalmente, sobre qualquer assunto e com qualquer pessoa.
2 - Graças à Propeg, os principais colunistas do país estão recebendo recortes das outras colunas semanalmente. Com isso, descobrimos que várias notícias cavadas pela Janela são reproduzidas nos dias seguintes por colunistas de outros jornais. Só que a fonte não é citada. Caros coleguinhas: que tal citarem essas fontes? Também não vai doer absolutamente nada.

Fichário dos anunciantes cariocas – 24

UNITEX

Comércio Indústria Gofra S/A.
Av. Suburbana, 3203
Cep 21050 - Rio-RJ
Te!.: 281-1122
Presidente: Natan Frajhof
Diretor Comercial: Roberto Levacov
Gerente de Marketing: Nélson Sirotsky - assessora a diretoria em assuntos publicitários e em relações públicas.
A Unitex - Gofra é, há 40 anos, fabricante de calças, conjuntos e camisas, tendo como marcas principais o jeans Inega e as calças sociais Unitex e Richman. Sua produção alcança 150 mil peças por mês, e em 1979 seu faturamento bruto superará os 400 milhões de cruzeiros, o que a coloca, segundo Roberto Levacov, entre as 4 maiores confecções do país.
Sua verba de comunicação é dividida em participação em feiras, anúncios cooperados e, em 1979, o setor de publicidade limitou-se a campanhas em FM, a nível nacional. Para 1980, sua verba deve alcançar 15 milhões de cruzeiros.
Agência que atende a Unitex:
Para 1980, a conta da Unitex foi entregue à SGB Publicidade e Promoções S.A.

Um levantamento Janela Publicitária/TRIBUNA DA IMPRENSA.

Brainstorming • Brainstorming • Brainstorming •

• A Esquire conquistou a conta do Caesar Park Hotel, de Ipanema. E na próxima terça-feira, estará reunindo na agência seu pessoal, clientes e amigos para a confraternização de fim de ano.
• Edson Zenóbio, do Estado de Minas, conta em sua coluna que Rui Agnelli, que era diretor de criação da DPZ, associou-se a Simão Lacerda na agência mineira L&F.
• Deve ser publicado, nos próximos dias, o edital da concorrência para as agências que atenderão a Embratur em 1980. A conta é cada vez mais promissora. Miguel Colasuonno, em recente entrevista, admitiu que "falta ao Brasil um plano agressivo de marketing no exterior". Colasuonno informou que "enquanto gastamos US$ 300 mil em propaganda nos outros países, a ilha do Caribe investe US$ 5 milhões só em Nova York".
• Neste domingo, a revista do Domingo do JB baterá seu recorde, alcançando 72 páginas, sendo 36 de publicidade.
• Yuzul Iwamoto, mídia da Esquire, recebeu ontem o troféu Cebecê pelo título de "Homem de Veiculação 1978", em almoço de confraternização oferecido aos Supervisores de Mídia do Rio.
• A Rebe Globo está divulgando os regulamentos para seus prêmios Profissionais do Ano 79 (para filmes e VTs) e Mercado Global (para pesquisas). As fichas de inscrição podem ser conseguidas, no Rio; com Cristina Leal Viana, no 5º andar da Vênus Platinada. (Este ano, a Globo dará quase dois milhões de cruzeiros em prêmios).
• Sani Sirotsky, presidente da SGB Publicidade, desmentiu ontem a esta coluna que sua agência estivesse sendo comprada pelo Grupo Supergasbrás, ou mesmo que ela estivesse à venda.
Segundo Sani, ele e seu sócio Arthur Bernstein têm efetivamente tido encontros com os Lemos de Moraes, da Supergasbrás, "Mas estamos apenas conversando e trocando ideias", afirmou.
• Faleceu anteontem a jornalista e publicitária Helena Ferraz, que em 1978 havia sido homenageada com o ingresso no Hall da Fama da Propaganda.
• As exportações do Grupo Electrolux vão ultrapassar 10 milhões de dólares este ano. A exportação maior é de enceradeiras, seguidas por aspiradores. A Facit, fabricante de máquinas de escrever, calcular e copiar, também faz parte do Grupo.
• A revista Briefing tem novo endereço em São Paulo: Rua Peixoto Gomide, 996 – 4º andar conj. 450, com o telefone 288-7467.
• Muito inteligente o brinde de Natal da Júlio Bogoricin: uma Batalha Imobiliária, nos mesmos moldes da batalha naval, só que em vez de se afundar submarinos, destroyers etc, se vende shopping centers, edifícios, lojas, casas e sobrados. O tiro errado não cai na "água", e sim na "rua" -. Tudo isso para que o jogador sinta-se ''no lugar de um corretor de imóveis".
• O Clube de Criação do Rio realiza na próxima terça-feira, às 18:30 horas, sua Assembleia Geral para discutir um novo Estatuto, e a proposta de mudança do regime de direção do Clube, que pode passar de presidencialista para parlamentarista (lembram-se do plebiscito de 1963?).
• A Gazeta Mercantil iniciará na terça-feira, em colaboração com o CCRJ, e após o programa da nota anterior, a série ''Momento Brasileiro", com uma palestra do economista Geraldo Langoni, sobre "O esvaziamento Econômico do Rio de Janeiro".
• Errata: na coluna da semana passada, a agência colocada em 18º lugar chama-se Luz, e não Luiz; o novo secretário executivo da Conar é Robério Júlio, e não Roberto Júlio; a excelente revista Administração e Serviços está em seu nº 2, e não 21: e na coluna de 30 de novembro, a conta da Fink estava com a MPM, e não com a MIM.
• E Alfredo Souto de Almeida, da Focus, telefonou-nos informando que, por falhas técnicas, o faturamento nos fornecido de sua agência em 79 referia-se apenas aos primeiros dez meses do ano. No total, a Focus terá faturado 90,7 milhões em 1979, o que a eleva para o 8º lugar naquele ranking do Rio, descendo, as sete seguintes agências uma colocação.


Promete ser excelente este ano a safra de filmes comerciais institucionais de Natal. Dos poucos que já vimos, pudemos perceber que o componente humano vem sendo bem valorizado. A destacar até agora, o da Coca-Cola, homenageando os trabalhadores aos quais normalmente não damos muita atenção, como carteiros, motoristas etc.; do da Telerj, que não só é institucional da empresa como tem como mensagem oculta fazer seus funcionários aceitarem bem trabalhar durante o Natal; e o das Casas da Banha, com uma ideia simples mas uma bela filmagem relembrando que o dia 25 é aniversário de Jesus. Na área de vendas, nada ainda superou a classe da campanha do Ponto Frio, do Natalzão.