Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente no jornal Tribuna da Imprensa.
O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.
Publicitários definem acordo salarial e propõem nova codificação profissional.
Foram finalmente resolvidas as negociações entre o Sindicato dos Publicitários e o Sindicato de Agencias de Publicidade do Rio de Janeiro, referentes ao acordo anual para o reajuste salarial da classe.
Segundo Murilo Coutinho, presidente do Sindicato dos Publicitários, o índice a ser aplicado sobre o último salário será calculado tendo como base a relação entre o salário de novembro de 1978 e novembro de 1979. Murilo informou que, em virtude da nova legislação, que corrigirá os salários semestralmente, e não mais serão necessárias discussões sobre índices salariais, os Sindicatos concordaram que este índice será aplicado sobre o último salário sem se deduzir nem o abono de emergência, concedido há poucos meses, nem os aumentos espontâneos, dados no correr dos últimos doze meses.
A controvertida situação do feriado de 4 de dezembro - Dia da Propaganda - também foi estudada nestas negociações. Os Sindicatos decidiram, a partir deste ano, suspender a cláusula que criara o feriado, e transformá-la na decisão de que o dia 4 de dezembro passe a ser de remuneração em dobro, porém, expediente normal nas agências, veículos, produtores, etc.
Neste acordo, firmou-se também que, dentro de 120 dias, os dois Sindicatos vão homologar no Ministério do Trabalho, a codificação profissional apresentada por um grupo de trabalho representante das agências cariocas, já com as colaborações dos grupos profissionais. Antes da homologação, porém, o Sindicato dos Publicitários pretende discutir em assembleia os resultados deste estudo, para autorizar sua apresentação ao Ministério, como uma colaboração para suprir as brechas da lei 4.680 e do decreto 57.690.
O índice exato do reajuste será fornecido na próxima semana pelo Ministério do Trabalho. Murilo estima, no entanto, que ele oscile entre 48,6% e 51,6%. Considerando que a este aumento será somado o abono de emergência, concedido nas percentagens de 20%, 15% e 10%, dependendo do nível salarial mínimo, pode-se concluir que os publicitários cariocas terão, este ano, aumentos que vão de 50 % a 70%.
Cartas
• De Rodrigues A. Sá Menezes, superintendente da GRM/Propeg:
Prezado Márcio
Concordo inteiramente com V., quando afirma, em sua coluna do último dia 2, episódio da contratação de um consórcio de Agências pelo Ministério das Minas e Energia "em nada ajudou a imagem do negócio publicitário brasileiro".
Assim, peço-lhe a devida vênia para acrescentar que:
1) A formação de consórcios de Agência em nada ajuda a imagem do negócio publicitário brasileiro; tanto não ajuda, que foi condenada formalmente no III Congresso Brasileiro de Propaganda (está nos anais à pág. 335);
2) Ajuda menos ainda quando o porte das Agências consorciadas, suas respectivas participações no mercado e os objetivos inerentes à formação do consórcio permitem denominá-lo, mais propriamente, de cartel;
3) Também em nada ajuda o negocio de propaganda o fato de sermos nós, agências, apontados à opinião pública como capazes de manipulá-la e orientá-la ao nosso bel-prazer, assim como de influenciar a conduta e as posições da imprensa, em função do faturamento que encaminhamos aos Veículos de Divulgação.
4) Pouca ou nenhuma ajuda o negócio publicitário brasileiro receberá de seus mais expressivos líderes, enquanto estes apregoarem, de público, as vantagens do sistema democrático e da livre iniciativa, enquanto na prática estimulam a concentração da economia nacional, que se processa em benefício de poucos e em detrimento de todos; que aprofunda desigualdades e ressentimentos entre regiões de um mesmo pais; que não se faz sem o esmagamento dos concorrentes mais fracos, numa impiedosa aplicação das regras de um capitalismo selvagem que já não cabe neste final do século XX.
Por outro lado, acredito que o negócio publicitário brasileiro teria tudo a ganhar de uma nova postura dos seus empresários e, indispensavelmente dos seus lideres, com respeito às questões fundamentais que o afligem. Entre elas, o arrocho que veda a centenas de médias e pequenas Agências de Propaganda o acesso a melhores oportunidades de trabalho e do desenvolvimento.
Forte abraço do Rodrigo A. Sá Menezes.
|
• De dez agências regionais ao Ministro César Cals de Oliveira, com cópia a estes colunistas.
Senhor Ministro:
Somos profissionais e empresários de propaganda independentes, apolíticos, sem compromisso outros que o de servir bem e lealmente aos nossos clientes.
Nossas agências de propaganda que, nos diversos quadrantes do pais, atendem a cerca de um dezena de empresas do setor elétrico, têm em comum as dificuldades que cercam, permanentemente, a pequena e a média empresa brasileira às quais vem agora somar-se a anunciada intenção que tem V. Exa. de transferir todas as contas de propagandas vinculadas ao seu ministério a um grupo de cinco das maiores agências do eixo Rio-São Paulo.
Vemo-nos assim compelidos, porque subitamente ameaçados de perder uma substancial e indispensável parcela da receita com que sobrevivemos, a manifestar a V. Excia., nossa inquietação e nosso protesto, assim como alguns fatos que acreditamos haverem sido subtraídos à sua apreciação e análise.
Em primeiro lugar, permitimo-nos afirmar a V. Excia. que não existe neste País agências de propaganda capazes de formar opinião pública ou de exercer qualquer tipo de pressão junto à imprensa, em função do seu porte ou do montante do seu faturamento. Se há uma maneira de fazê-lo, será ela exclusivamente a utilização da verdade dos fatos, a informação correta e despretensiosa, os argumentos da boa razão e do bom senso, além de um saudável e direto relacionamento com líderes de opinião e com a própria imprensa. Creia V. Excia., que qualquer afirmação em contrário terá seguramente partido de quem busca pretextos, não importa quais, para vender os seus serviços ou oferecer seus préstimos.
Assim, quer por estarem geograficamente melhor distribuídas, quer por serem mais numerosas e radicadas em maior número de lugares, quer sobretudo por já conhecerem na intimidade os problemas e os objetivos do setor elétrico, nossas pequenas e médias agências podem prestar a V. Excia., melhores serviços.
Outrossim, lembramos a V. Excia., que o próprio e simples fato de atendermos aos nossos atuais clientes conduz à presunção de que estejam eles satisfeitos com o tipo a qualidade e a forma dos serviços que lhes prestamos. A longa prática adquirida em muitos anos de atividade profissional e empresarial, no campo da propaganda, nos permite afiançar que todo relacionamento cliente/agência, que não tenha origem e fundamento na livre e recíproca conveniência das partes, nem produz bons frutos, nem subsiste ao tempo.
Mais ainda: através do noticiário da imprensa, ficamos sabendo de uma suposta campanha dos poderes econômicos do sul contra a pessoa de V. Excia., pelo fato de um Ministério tradicionalmente entregue a um filho daquela região ter sido ocupado por um nordestino. Admitindo que esteja efetivamente em curso tal campanha, é incompreensível que parta exatamente de V. Excia., a decisão de prestigiar cinco grandes agências, precisamente do sul, em detrimento de mais de uma dezena de pequenas e médias agências regionais, inclusive algumas nordestinas.
Finalmente, fazemos ver a V. Excia., que, enquanto para essas grandes agências as verbas de publicidade do seu Ministério nada mais representarão do que a engorda do seu já considerável faturamento, abocanhando novas fatias de um bolo que já lhes pertence quase inteiramente, para as nossas pequenas e médias empresas, esses negócios representam parte nada desprezível da receita que permite manter uma estrutura mínima de pessoal e de serviços, uma mínima condição de sobrevivência e competitividade empresarial.
Por isso estamos certos de que V. Excia., quer como membro eminente de um governo que apregoa exatamente o contrário - ou seja, a desconcentração econômica quer como brasileiro que permanece fiel e atento às suas origens regionais, uma vez avaliados os fatos e argumentos que neste momento lhe trazemos, haverá de reconsiderar a decisão que tanto nos preocupa.
Respeitosamente,
Fernando Muniz, Staff Publicitário (PE); Francisco Barroso Damasceno, Seara Publicidade Ltda. (CE); Gilberto Ricardo dos Santos. Múltipla Propaganda (PR); Hesíodo da Silva Andrade, Martins e Andrade Propaganda (RS); Ítalo Silgueiro Filho, Oficina de Comunicação (DF); José Jorge Randam, Randam Comunicação (BA); Oswaldo Mendes, Mendes Publicidade (PA); Roberto da Luz Costa, Propague Serviços de Marketing (SC); Rodrigo Menezes, GFM/Propeg (BA); Zander Campos da Silva, Cannes Publicidade (GO). |
Agenda
Dia 19 - às 18:30hs: no auditório de O Globo, Ciclo de Lanternas Mágicas, com o tema "Criação de Campanhas Eficientes", Promoção da ABP.
Dia 21 às 19:00hs: no auditório de O Globo, projeção dos audio-visuais do Top de Marketing. Promoção da ADVB e ESPM.
Dias 22 e 23 - às 19hs: no auditório de O Globo, exibição do rolo "Dez Anos de Propaganda Brasileira" e debates. Promoção do CCRJ.
Brainstorming • Brainstorming • Brainstorming
• Ruy Schneider venceu, com larga margem de votos, as eleições para a Associação Brasileira de Marketing, realizadas dia 14.
• A Standard conquistou parte da conta da Pond's, que estava com a Thompson.
• Não será surpresa para Janela se a convocação das eleições do Sindicato das Agências ocorrer na próxima semana. Afinal, como o próprio Presidente do Sindicato, João Moacir de Medeiros, afirmou a esta coluna, a convocação sairia logo após os términos da negociações sindicais.
• Hélcio Ferreira está deixando a rádio Jornal do Brasil para voltar à Gazeta Mercantil, só que desta vez para assumir a Direção Comercial do jornal, em São Paulo.
• Luís Fernando Pinto Veiga é o novo Gerente do Departamento de Relações Públicas da Artplan, já que Luís Fernando Pinto Veiga tornou-se um dos novos diretores (do board, mesmo) da agência, passando a ser responsável por um Grupo de Contas na área de propaganda. Enquanto isso, Paulo Rolf foi alçado a uma das vice-presidências da Artplan.
• A Standard-Rio trouxe de São Paulo, para ser Supervisor de Atendimento, Ocelo Pereira, ex-Promo.
• Mário Vilhena, ex-Bolsa de Valores, é o novo Gerente de Publicidade da Editora Vecchi no Rio.
• A Labor passou a atender o Café Sublime, do Grupo Sacipan.
• A ADVB - Associação dos Dirigentes de Vendas do Brasil elegeu Roberto Paulo Richter, Diretor Comercial da Eucatex, o Homem de Vendas do Ano.
• Pela primeira vez um diretor de arte brasileiro foi premiado na Competição Anual do Type Directors Club, de Nova Iorque. Concorrendo com mais de 2.500 diretores de arte do mundo inteiro, o paranaense Oswaldo Miranda (Miran) ficou entre os 230 escolhidos no TDC-25, utilizando-se letras fornecidas pela Gravartex, fornecedora de letras do Paraná, e que, por isso, acabou ganhando também seus diplomas.
• Faltou uma informação em nosso Fichário do Anunciante sobre a Richardson Merrel - Moura Brasil. Entre as agências que a atendem, também está a Redinger & JG, que cuida do Cepacol.
• O semanário Pasquim fará uma edição especial de Natal com 200 mil exemplares, 64 páginas e 1,2 milhões de leitores, cujo fechamento será em 3 de dezembro próximo.
• Dois colunistas baianos mudam de agência: Carlos Verçosa deixou a Publivendas e foi para a Denison baiana, e Francisco Bruno desligou-se da Scala.
• Falando na boa terra, a conta da Prefeitura de Salvador foi dividida entre a GFM/Propeg e a Publivendas.
• Aloysio Milward Filho, ex-Johnson & Johnson e Brahma estão agora no atendimento da Casa do Desenho.
• Mais uma chapa surge para concorrer às eleições do Conselho de Relações Públicas. Leva o nº 001, o nome de "União e Abertura" e é composta por Lício Ramos de Araujo, Avio Arouca Brasil, Atílio Nazareno, Anna Telma Wainstok, João Carlos Pires, Luiz Carlos de Souza, e Túlio Xavier de Brito como efetivos, e Wilson Gavinho Viana, Sérgio Gramático, Aracy Couto, Beatriz de Mesquita, Péricles Lucena Costa, Pedro Antônio Mourão e Walter Medeiros como Suplentes.
• O mercado de iogurtes tem um consumo estimado para 79 de 350 milhões de potes. Já na faixa de alimentos achocolatados, o tamanho do mercado este ano foi de 20 mil toneladas, distribuídas em 61% com o Nescau (Nestlé), 20% com o Toddy (Suconasa), 6% com Ovomaltine (Wander) e os restantes com os demais 10%.
• Folheando o International Herald Tribune, encontramos um bonito anúncio do Banco do Brasil, com o título "Buy Quality, Buy Brazilian", afirmando que a qualidade de nossos produtos "talvez se deva às incursões do Brasil em alguns dos mais competitivos mercados do mundo", e cita alguns países.
É bom saber que nossos produtos alcançaram tal qualidade. Só é uma pena o público no exterior ficar sabendo, através de um anúncio, que não foi em consideração ao próprio consumidor de seu país que as empresas brasileiras procuraram se aprimorar.
• Leiam, aos domingos, o Diário Popular de São Paulo, com a coluna Asteriscos.
|