Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente no jornal Tribuna da Imprensa.
O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.

Rio terá seminário gratuito sobre produção publicitária.

Nos próximos dias 8, 10 e 12, a ABA – Associação Brasileira de Anunciantes promoverá seu 1º Seminário de Produção Publicitária, aberto para o público em geral e, particularmente, para profissionais de propaganda e marketing que queiram entender mais sobre o normalmente hermético universo da produção em propaganda.
Dia 8, Vital da Costa e Silva (MPM) e Paulo Dantas (2P) falarão sobre Produção de Cinema e TV. Dia 10, será a vez do compositor Chico Feitosa e do publicitário e poeta Marcello Silva explicarem a Produção de Rádio. E finalmente Manolo Rodrigues, autor do Dicionário de Artes Gráficas para Publicitários, falará sobre Produção Gráfica, no dia 12.
Apesar de gratuito, o 1º Seminário exige que sejam feitas inscrições com antecedência, na Divisão Educacional da Bolsa de Valores, pelos telefones 231-5854 (R. 459) e 224-2238. Todas as palestras serão no auditório da Bolsa de Valores do Rio, às 18 horas.

Fleischmann & Royal usa a Inglaterra como mercado teste para chá brasileiro.

A Fleischmann e Royal acaba de completar seu esquema de distribuição, para todo o país, de seu novo lançamento: o chá Tender Leaf Gold.
A história deste produto é, até certo ponto, sui generis. Criado a partir de encomenda, feita há dez anos, ao Instituto Agronômico de Campinas, para uma planta que produzisse um chá de sabor mais forte, marcante, que rendesse mais na xícara, e que resultou no arbusto IAC-259, o novo chá exigiu que a Royal, por não ter metas de avaliar perfeitamente seu valor no Brasil, onde é restrito o hábito de tomar chá, o enviasse à Londres, para comercialização. Para grata surpresa da empresa, o IAC-259 obteve uma cotação excelente no mercado londrino, incentivando sua distribuição no próprio país produtor.
O Tender Leaf Gold, nome comercial dado ao IAC-259, será a tentativa da Fleischmann & Royal de se aprofundar no segmento de elite dos bebedores exigentes de chá, e que normalmente procuram os produtos importados. O tratamento dado à embalagem, com saquinhos envelopados individualmente e numa programação visual sofisticada, aliados ao alto preço do produto se adequaram à proposta de segmentação.
Ao mesmo tempo, a F&R procurará popularizar o consumo de chá através do Tender Leaf tradicional, que atualmente domina o mercado com uma participação de 56%. Lançado há seis meses, a partir dos Estados do sul do Brasil. o Tender Leaf Gold já alcançou a participação de 1,8% do mercado. Segundo as perspectivas da Royal, o Tender Leaf Gold deverá chegar a 5 % do mercado total de chás.
Hoje, no Brasil, o mercado de saquinhos ainda representa 48% do volume total de vendas, cabendo os restantes 52% aos chás em granel. Porém, do mercado de saquinhos, a Royal detém cerca de 70%, enquanto do de granel chega a 37%.
De acordo com Antônio J. A. Godoy, Gerente de Produtos da Fleischmann & Royal, o futuro do mercado de chás está totalmente na apresentação em saquinhos, já que cada vez mais se torna um ato ultrapassado preparar o chá em granel, exigindo coagem etc.
O lançamento do Tender Leaf Gold foi entregue à J. Walter Thompson Rio, e se baseará em veiculação em revistas, pela adequação ao público, tipicamente selecionado.

Lobby oficial.

A propaganda em jornais e revistas também deverá ser estudada pelo Grupo de Trabalho Interministerial que foi criado junto ao Ministério da Indústria e do Comércio, por sugestão das associações de propaganda integrantes do Grupo. A ideia original do Ministério envolvia apenas rádio e tevê.
Mas enquanto o Grupo delibera, novos projetos restritivos à propaganda são apresentados. O mais recente, na Câmara, é de autoria de José Maria de Carvalho, tendo o número 1655/79, e, para variar, estabelece restrições à propaganda de produtos que contenham fumo e de outros artigos para fumantes.
Isto é mais um trabalho para o Grupo Interministerial.

Bebida marginal.

Semana passada, todos souberam da proibição da Conar de um anúncio da Vodka Eristow com a alegação de que ela representaria o início de uma bacanal com cinco jovens.
Nesta última sexta-feira, num merchandising na série Plantão de Polícia, um grupo de delinquentes juvenis, que se divertia pela cidade jogando gasolina e ateando fogo em mendigos, foi também mostrado com seus participantes dirigindo em velocidade, ao mesmo tempo em que se embriagavam passando entre eles uma garrafa de Vodka Orloff.
Se o público alvo para a vodka é realmente composto de desajustados ou marginais, estamos tranquilos, como analistas de propaganda. Os fabricantes de vodka no Brasil estão realizando um belíssimo trabalho promocional.

Boas maneiras.

Os anunciados repúdios públicos da Conar - Comissão de Auto-Regulamentação a algumas peças publicitárias já começam a gerar debates. O Clube de Criação do Rio promoverá um sobre "Moral e Bons Costumes na Propaganda" na próxima terça-feira, às 20:00h, em sua sede, com a presença de representantes da Conar, das agências repudiadas e de outras associações de propaganda, para "tentar explicar o que é que é capaz de atentar contra a moral, nesta altura do campeonato", conforme a comunicação do CCRJ.
Aliás, sobre a proibição do anúncio da Repro, criado pela CBBA, Hiran Castello Branco, diretor da agência, enviou carta à Conar comunicando que suspenderam o anúncio, conforme solicitação da entidade. Mas Hiran não deixou de lavrar seu protesto, nos seguintes termos:
"... não podemos deixar de manifestar nossa estranheza pelo parecer do Conselho da Conar, especialmente considerando que o anúncio em questão é dirigido especificamente aos publicitários e veiculado exclusivamente em publicações dirigidas a este segmento. Tendo isto em vista achamos que o referido anúncio não fere os artigos do código especificado em sua carta, sobretudo ante o que estabelece o artigo 22, que relaciona os padrões de decência ao público a que a mensagem é dirigida.
"Reafirmando nosso propósito de prestigiar e apoiar o Conar, expressamos ao mesmo tempo nossa preocupação ante a severidade do seu julgamento que pode levar a uma nociva ação inibidora e censória, como nos parece o caso em pauta".
Como se vê, a dificuldade para se criar a Conar só não foi maior que a necessária para que todos se acostumem à sua existência. E também que a da própria Comissão para que descubra os melhores parâmetros para seu importante funcionamento.

Telemania.

O Rio de Janeiro é o Estado em que percentualmente mais se assiste televisão no Brasil. Segundo estimativas realizadas pela Comissão de TV do Grupo de Mídia de São Paulo, 90,3 % dos domicílios cariocas têm aparelhos de tevê, contra 89,3% de São Paulo.
As cifras, publicadas no Informativo de Mídia-McCann, indicam, porém, que o número de domicílios com tevê, no Rio, é de cerca de 2,4 milhões, enquanto em São Paulo chega a 4,8 milhões. A nível nacional, temos 13 milhões e 556 mil domicílios com tevê, o que significa 56,6% o número de domicílios no Brasil.
Se Stanislaw Ponte Preta estava certo, e a tevê é a máquina de fazer doidos, estamos feitos.

Segurança comercial.

No próximo dia 14, para o "lançamento do álbum de figurinhas "Turma da Mônica", da Editora Abril, foi armado um esquema em que os personagens Mônica e Cebolinha chegarão de helicóptero no Aterro do Flamengo, onde serão recepcionados por Cascão e Magali, e depois desfilarão pela cidade em carros abertos, acompanhados de banda musical.
Só que, além disso, segundo release do serviço de divulgação, o cortejo também contará com batedores da PM.
Isto é muito tranquilizador. Afinal, uma cidade em que a Policia Militar pode destacar parte de seu efetivo para servir a fins unicamente comerciais, deve ser porque concluiu estarem seus habitantes perfeitamente garantidos em sua segurança pessoal.

Brainstorming • Brainstorming • Brainstorming

• As Óticas Brasil entregaram sua conta publicitária regular à CBBA-Rio, que, conforme havia sido noticiado nesta coluna, já lhe estava prestando um serviço.
• A Propaganda Estrutural contratou Roberto Rodrigues (ex-McCann, CPM, Standard e Visão) para chefiar seu Departamento de Mídia.
• A SGB está investindo em ex-anunciantes: contratou Paulo Antônio Magoulas (ex-Internacional de Seguros) e Eduardo Lucano da Ponte (ex-Bolsa de Valores) para seu atendimento. Este último, especificamente, para o Codimec, sua recente conquista.
• A Associação dos Contatos em Veículos de Comunicação promoverá dia 25 de outubro, na sede do Sindicato dos Jornalistas, palestra do redator Marcello Silva, sobre "Criatividade no Tempo e no Espaço".
• A ACVC também está preparando a realização de um almoço de confraternização em 22 de outubro, comemorativo do Dia do Contato.
• O escritor e diretor de criação da Denison, Antônio Torres, lança seu 4º romance, "Carta ao Bispo", editado pela Ática, na próxima quarta-feira, em noite de autógrafo na Livraria Muro.
• E o diretor de RTV da Standard, Fredy Nabhan, também lança seu livro de poemas "O sangue é mais doce do que o mel", na edição do próprio autor.
• O colunista Fernando Vasconcelos interrompeu sua coluna "Informe Publicitário", no Jornal de Brasília, por ter se desligado da gerência comercial do jornal. Fernando, porém, continuará a escrever em outro veículo, sobre propaganda, segundo promessa dele mesmo.
• A Editora Abril está realizando hoje e amanhã o seu 1º Encontro de Publicidade-Rio, com um puxado programa de treinamento e reciclagem dos profissionais da área comercial. Falando em Editora Abril, sua equipe de futebol venceu o Troféu Ivan Curvelo, jogando contra a Editora 3, a Radial e a Denison Publicidade.
• Ribeiro José Francisco, que foi um dos sócios da extinta produtora de fonogramas Zurana, e havia se mudado para a Bahia, associando-se à Duda Mendonça na DM-9, está de volta ao Rio, novamente atuando no mercado de produção de jingles.
• Correspondência: Rua Barão de Itambi, 7/605 – Cep.: 22231 - Rio-RJ – Tels.: 226-0638 e 286-4876.