Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente no jornal Tribuna da Imprensa.
O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.
ABP abre ao público as Lanternas Mágicas de David Ogilvy.
A ABP - Associação Brasileira de Propaganda estará promovendo, nos meses de outubro e novembro o "1º Ciclo de Lanternas Mágicas de David Ogilvy", com uma série de seis apresentações reunindo conhecimentos e doutrinas recolhidas pelo conhecido fundador da Ogilvy & Mather, para treinamento de seu pessoal.
As Lanternas Mágicas são apresentadas em forma de slides e filmes, narradas por um apresentador, que neste caso será Maurice Cohen, vice-presidente da Standard, Ogilvy & Mather, e estão voltadas para a criação de propaganda que vende. É a primeira vez que são apresentadas em circuito aberto.
O 1° Ciclo de Lanternas Mágicas será todo realizado no auditório de O Globo, e suas palestras se iniciarão às 18h30min. As inscrições poderão ser feitas nas agências de classificados daquele jornal e na ABP a partir da próxima semana. A assinatura do Ciclo custará Cr$ 800,00, sendo que sócios da ABP poderão pagar Cr$ 500,00 e estudantes Cr$ 300,00.
É o seguinte o programa do 1º Ciclo de Lanternas Mágicas:
Dia 15/10 - Como lançar novos produtos;
Dia 22/10 - O que é, o que é, que dá melhor resultado na propaganda para crianças?
Dia 29/10 - Os segredos da Procter & Gamble: o maior anunciante americano;
Dia 14/11 - O que funciona melhor em propaganda de turismo e viagens;
Dia 19/11 - Criação de campanhas eficientes;
Dia 26/11 - Como criar propaganda que vende alimentos.
A ABP dará certificado aos participantes que frequentarem 2/3 do Ciclo. Outras informações podem ser obtidas na ABP, pelos telefones: 223-8660 e 223-6244.
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Cigarro Novo.
A Janela não estranhará se surgir, desta vez produzida pela Souza Cruz, uma nova marca de cigarro, concorrendo na faixa do "baixo teor de nicotina", em que já atua o Galaxy.
O novo cigarro "inteligente" deverá se chamar "Advance" e, provavelmente, seja um dos maiores lançamentos publicitários já realizados pela Souza Cruz.
Sacudindo a poeira.
Já não era sem tempo ver os publicitários cariocas decididos a participar ativamente dos grandes debates nacionais da profissão.
Foi brilhante a participação carioca no 1º Encontro Brasileiro de Agências. Agora, a situação promete se repetir no Cibam. Dentro de alguns dias o mercado será surpreendido com a divulgação dos nomes dos profissionais cariocas que, coordenados pela Associação Brasileira de Propaganda - que é sediada no Rio -, representarão o Rio defendendo teses, participando de comissões e debatendo nos painéis.
A brisa da abertura - que o carioca sempre amou e se ressentia de sua ausência - está trazendo de volta ao Rio os seus bons tempos.
Em casa.
Mais duas house-agencies cariocas estão abrindo suas portas para novos clientes.
A Canto e Mello Propaganda, "house" das óticas Fluminense, por exemplo, conquistou a conta da Marcelino Martins & E. Johnston Exportadores S/A, e está promovendo o lançamento do Café MM em pó e solúvel no mercado brasileiro. A Canto e Mello também está veiculando anúncios para a organização "Youth for Understanding".
E a Superpublicidade, criada para ser "house" do Grupo Supergasbrás, também não está parada. Além de iniciar a realização de uma campanha para a ABIC, valorizando o uso do café, está interessada em comprar outra pequena agência, com suas contas, para cada vez mais descaracterizar sua imagem de house-agency.
Conar em ação.
Uma das funções do jornalismo é questionar.
Por isso, apesar de concordarmos inteiramente com as resoluções do Conar sobre os anúncios da Repro, criado pela CBBA (de um mau gosto tão grande que até pensamos ter sido criado direto) e da Martini (criado pela McCann-Erickson), estranhamos que, após haver tanto defendido o sigilo de seus trabalhos, o Conselho tenha resolvido de repente fazer tanta divulgação do seu repúdio.
Pode até ter sido uma demonstração de força às autoridades e publicitários que não acreditavam na eficiência do Conar. Se foi, valeu porque funcionou. Mas, agora, o órgão está comprometido, para que não apenas a CBBA e a McCann sejam admoestadas publicamente, a divulgar todas as suas resoluções tomadas, quaisquer que sejam os resultados, mesmo os favoráveis.
Questão de justiça.
Cidade paradoxal
Deu no Jornal do Commercio do Rio:
"Enquanto a Light investe altas somas em comerciais para recomendar às crianças que não soltem pipas, a Secretaria de Educação do Estado, através do seu Departamento de Cultura, abre concurso para incentivar a criatividade de crianças do 1º grau. Objetivo: fazer e soltar pipas. É o Rio paradoxal."
País muito paradoxal
Como adendo à nota acima, não é só o Rio o paradoxal. É todo o Brasil. Que acaba de cair no "Conto do INPS".
De repente, o INPS começa a soltar notícias de que veicularia um anúncio com os nomes das empresas devedoras de seus impostos. Arma-se uma tremenda confusão. Pessoas protestam. Os jornais divulgam as reclamações. E está criado o interesse.
Aí o INPS diz que desiste de publicar o anúncio, mas deixará a lista à disposição dos interessados. Quase todos os principais jornais do país correm até lá e publicam a lista na integra. De graça.
Maior economia jamais o INPS poderia ter feito.
Gafieiras.
Levados pela comemoração do aniversário de Sônia Ribeiro, diretora da Disk Publicidade, a gafieira Granfinagem (numa oportunidade em que Sigismundo da Rocha Spiegel, gerente de comunicações da Delfin, surpreendeu a todos como um exímio dançarino, tirando damas para dançar desde o maxixe ao jazz, passando pelo chorinho) descobrimos repentinamente a razão óbvia de atual sucesso das modernas gafieiras.
Elas nada mais são do que uma reedição dos antigos "bailes de clube", aqueles em que tocavam conjuntos e orquestras como as de Ed Lincoln e Waldir Calmon, e que eram frequentados justamente por esta geração que não conseguiu se adaptar à moda de discotecas.
Criação e entendimento.
Os debates sobre o relacionamento entre os profissionais de criação e de atendimento, gerados no 2º Encontro de Criação Publicitária, e reproduzidos nesta coluna, acabou propiciando um encontro entre o Clube de Criação do Rio e o Grupo de Atendimento, resultando num protocolo formal distribuído à imprensa com o seguinte texto:
"Reunidos em 16-09-71, os representantes do Clube de Criação do Rio de Janeiro e do Grupo de Atendimento do Rio de Janeiro, formalizaram protocolo de intenção que visa o trabalho permanente pelo aprimoramento da conduta profissional e social das áreas de Atendimento e Criação das Agências de Publicidade.
"E, por acreditarem que o respeito mútuo e a comunhão de princípios são capazes de harmonizar, compatibilizar e sedimentar esta união, concluíram pela realização de encontros regulares envolvendo profissionais das 2 áreas, que começam a ser planejadas."
Está selada a paz.
ABA com os fotógrafos.
Os fotógrafos publicitários resolveram abrir o berreiro, através de sua Associação dos Fotógrafos Profissionais de Publicidade.
Eles acabam de assinar, junto à ABA Associação Brasileira de Anunciantes, um protocolo como aquele já assinado pelas produtoras de fonogramas, combatendo as comissões de agência. Conseguiram que a coordenação do Cibam prometesse a eles um espaço durante o congresso para que apresentem suas reivindicações. E agora estão preparando um portfolio coletivo a cores para distribuir às agências, facilitando a concorrência do material destes profissionais com os distribuidores estrangeiros.
Haja saúde.
Segundo dados do IBGE, o brasileiro gasta mais em cigarros do que em remédios. De cada Cr$ 100,00, ele destina 1,43% para remédios e gasta, para a mesma importância, 1,95% em fumo.
Além disso, apesar de ser o 7º país mais populoso do mundo, o Brasil ocupa o 17º lugar em consumo de medicamentos, tendo tido, em 1978 um gasto "per capita" de Cr$ 267,00.
O mais triste destes dados não foi divulgado (ou sequer pesquisado). Quantos por cento daquele consumo não o terão sido para produtos como Vitassay, Atalaia Jurubeba ou Astonol?
As conclusões, nossos leitores são suficientemente inteligentes para tirarem sozinhos.
Mais ação do Conar.
O Conar acaba de proibir mais um filme. Desta vez foi o dos calçados Yank, criado pela Ampla, de Porto Alegre. Neste comercial, um rapaz escreve com spray, em um muro, a expressão ''Liberdade para as agitações", o que parece ter gerado a atitude do Conar. Em sua justificativa, o Conselho informou que o filme "incorreu no grave erro de atentar, principalmente, numa época conturbada como a atual com a frase que por si só é ofensiva e perigosa, e consequentemente não pode ser usada em nenhuma mensagem comercial". O Conar julgou o filme gaúcho, que está em veiculação nacional, como incurso no Artigo 21, item "responsabilidade", informando também que "ainda pode ser enquadrado no Art. 22, que trata da decência".
O curioso, no caso, é que, enquanto o júri do Conar desqualificava o filme "Liberdade para as agitações", na mesma semana o júri da primeira prévia semestral do concurso "Profissionais do Ano", promovido pela Rede Globo, premiava-o com o primeiro lugar da regional Rio Grande do Sul.
Brainstorming • Brainstorming • Brainstorming
• A Cica está lançando sua goiabada em embalagem individual, mas uma vez utilizando-se da Mônica e Cebolinha na programação visual. Como promoção os revendedores receberam um long-play dos personagens de Maurício de Souza interpretando Romeu e Julieta.
• Não será surpresa para esta coluna se a MPM levar para assumir uma de suas Diretorias o conceituado homem de criação e planejamento Vital da Costa e Silva, que atualmente está na Standard-Rio.
• A conta da 3M, que era atendida pela CosCom Grant, já está na Salles/Inter-Americana, no Rio.
• A Companhia Internacional de Seguros decidiu entregar sua conta, que estava com a Thompson-Rio e a Lintas-Rio, para Novagência, de São Paulo.
• A Evandro Barreto Comunicações já está instalada na Rua Santa Clara, 70/605, com o telefone 237-6395 e prestando assessoria para clientes como Embraplan, Hotéis Othon e Metalúrgica Lacron.
• Paulo Peres (RTV da Denison-Rio) e Júlio Hungria fundaram a gravadora Sonora, e estão lançando o primeiro disco de Pepê Castro Neves, o mesmo que está no Happy Hour, do Leblon.
• A Merck S.A. Indústrias Químicas, do Rio, é a mais nova associada da ABA, representada por Ernst Neumann, gerente da divisão Farma 2 e Patrick Jean Divone, gerente do departamento de marketing.
• A relações públicas Arlette Milito está deixando a LVB&A para uma temporada em Nova York.
• A Chrysler começou o processo de escolha da agência que atenderá a conta de seus caminhões.
• O Sindicato dos Publicitários do Rio está de mudança marcada para sua nova sede, à Rua Assunção, 220, uma casa em Botafogo.
• Alteração no Fichário dos Anunciantes Cariocas nº 7, da Bolsa de Valores: Mário Vilhena deixa a Gerência da Divisão Revista Bolsa, que passa a Sérgio Atílio Grossi. E Murilo Coutinho assume a Gerência de Publicidade da Revista no Rio.
• A Artplan está preparando o relançamento do uísque Green & Gold usando como modelos a turma do Pasquim e de Ipanema.
• Correspondências para Rua Barão de Itambi, 7/605 - CEP 22231 - Rio - RJ. Telefones 226-0638 e 286-4876.
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