Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente no jornal Tribuna da Imprensa.
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A busca dos profissionais de estúdio pela valorização profissional (II)

Como já havíamos noticiado na última coluna, os profissionais de estúdio vêm se reunindo em busca de uma valorização de sua classe.
Na série de encontros que resultou no documento que publicamos, houve a participação de cerca de 100 profissionais de várias agências cariocas, que tiveram a oportunidade de debater com advogados trabalhistas e com o presidente do Sindicato dos Publicitários, Murilo Coutinho, alguns de seus principais problemas empregatícios.
Segundo Carlos Martins, diretor de arte da Caio Domingues, e um dos participantes da mesa de debates - convidado por ter se iniciado em Propaganda pela área de estúdio -, entre as queixas daqueles profissionais está a de não considerarem que seu trabalho seja bem valorizado dentro das agências. Eles lamentam que, por falta de informação das pessoas que interferem no trabalho do estúdio - sejam eles criadores, atendimento ou clientes -, surgem enormes distorções de prazo para os trabalhos pedidos, que atrasam sem precisar atrasar, e os obrigam trabalhar fora do horário sem que por isso recebam remuneração adequada.
Martins admite que exista realmente, hoje em dia, um problema de qualidade na propaganda, mas que também não é solucionado porque não é dada a devida atenção a este setor. A falta de cursos especializados é muito sentida, levando a que, atualmente, os iniciantes só tenham condições de aprender suas técnicas se fizerem estágio dentro do estúdio de alguma outra agência.
Outra colaboração interessante aos debates deu Carlos Studart, diretor de arte de Salles, que também foi convidado a participar da mesa para relatar sua experiência profissional nos Estados Unidos. Studart sugeriu que fosse aplicado no Brasil o sistema empregado por agências como a McCann Erickson internacional. Por este sistema, existe uma tabela que classifica os vários tipos de trabalho de estúdio com um preço determinado: custo para montar anúncio de meia-página, de 60 cm/col., para fazer uma ilustração, para montar tantas letras etc. Cada trabalho realizado é pago ao profissional como comissão, além do salário que ele ganha para ficar dentro da agência. Dependendo do trabalho realizado, ele ganha mais. Se tiver que fazer após o expediente, ganha um adicional.
Na opinião de Studart, isto é bom para o profissional e para o empresário.
"Para o profissional, porque ele é incentivado a trabalhar mais para ganhar mais. E para o dono da agência, porque ele poderá notar, no estúdio, quem é o melhor ou não, além de evitar até o golpe de alguns profissionais que rendem pouco durante o dia para trabalhar à noite ganhando extra, o que é injusto para o empresário".
Studart lembra que este custo não é da agência, e sim transferido para o Cliente. Se o Cliente quiser o anúncio para o dia seguinte, terá que pagar, porque a agência apresentará quanto custou o serviço do estúdio.
No momento, os profissionais de estúdio continuam se reunindo no Clube de Criação do Rio de Janeiro, tendo como seu representante Sandner Monteiro, Chefe de Estúdio da DPZ, que assumiu no CCRJ a Secretária de Estúdio. Reforçando o movimento, Hayle Gadelha, redator da Estrutura e iniciador da mobilização, assumiu a Secretaria de Mercado de Trabalho, que orientará os associados em seus assuntos trabalhistas. Também é meta prioritária incentivar o pessoal de estúdio a também se sindicalizar, para conseguir amparo legal.

Cartas

Janela do Anunciante

• A Associação Brasileira de Anunciantes realizará, em junho, uma iniciativa chamada "1º Confronto de Ideias ABA", em que o júri do Anuário do Clube de Criação de São Paulo debaterá com representantes de anunciantes os critérios criativos x critérios mercadológicos das peças selecionadas no Anuário. E já está se pensando em depois se realizar este debate no Rio de Janeiro avaliando as peças premiadas pelo Prêmio Colunistas.
• Paulo Antônio Magoulas (Gerente de Comunicações da Internacional de Seguros) e Luís Eduardo Potsch (da Spal Refrescos) estão entrando para a diretoria da ABA, no lugar de Guilherme Castelo Branco e Carlos Eduardo Jardim, que respectivamente se desligaram do Banco Nacional e da Embratur, deixando, assim, a ABA. Paulo Antônio entrará como Diretor­Secretário do Rio, e Luís Eduardo como Diretor de Promoção de Eventos.
• A Diretoria da ABA esteve esta semana em Brasília com o Ministro da Comunicação Said Farhat, a fim de convidá-lo para a abertura do 3º Encontro Nacional de Anunciantes, que se realizará em setembro. O Ministro deverá estar presente.
• Por falar em Said Farhat, o Ministro acaba de dar inteiro apoio à ideia de se efetivar a participação das empresas estatais como associadas da ABA.
Até o momento, são sócios da ABA a Embratur, a Caixa Econômica, o Banco do Brasil e o CBPE.
• No CBPE, está absolutamente desmentida saída de Ary Lima, como se comentava pelos corredores da propaganda. Ainda no CBPE, assume a área de mídia Iraldo Barbosa da Silva, no lugar de Orlandino Medeiros, que se mudou para Brasília.

Brainstorming • Brainstorming • Brainstorming

• A partir de outubro, a Bril fará um remanejamento em suas contas, passando toda a publicidade da linha de saponáceos e detergentes a ser atendida pela Assessor. A DPZ, que ainda cuida destes produtos, então, passará a ter a responsabilidade pela conta da esponja de aço BomBril, que vinha sendo atendida pela Tempo.
• A cigana que bota cartas para a Janela nos contou baixinho que a Interbrás está para mudar de agência, e passaria a ser atendida pelo consórcio Artplan-Premium.
• Aliás, essa cigana é terrível. Ele leu nas cartas que o Ministro Said Farhat já andou conversando com alguns publicitários, e estaria pensando em levar aos líderes da propaganda brasileira a sugestão de que passassem a incentivar em seus clientes o uso de propaganda institucional, diminuindo as campanhas de venda, para desestimular o "consumismo" e, na opinião dele, diminuir os efeitos psicológicos que levam a inflação. Se as cartas não mentem jamais, esse é um assunto sério para que nossos anunciantes e publicitários comecem a pensar a respeito.
• A Standard-Rio está com conta nova: Cobesa Imobiliária.
• O Advertising Age conta que toda a campanha eleitoral de Margareth Thatcher, na Grã-Bretanha, foi apoiada por uma agência publicitária. Quando será que no Brasil esse tipo de coisas poderá também acontecer com naturalidade?
• Grandes agitações e mudanças no meio dos mídias: Edinaldo de Jesus, ao contrário do que foi noticiado em outras colunas, não sairá da Salles. Mas quem vai para a Salles é André Carneiro, que era assistente de mídia da Labor. Maurino Mendonça é outro que muda: sai da CBBA no próximo mês e assume uma supervisão de mídia na DPZ-Rio. E na CBBA já está para ser contratado outro mídia.
• Muito simpática a festa de entrega do Prêmio Colunistas Regional Brasília, na última sexta-feira. O colunista Marcio Ehrlich, que fez parte daquele júri regional, lá esteve entregando as medalhas e respirando aqueles bons climas planaltinos.
• Está tomando corpo um movimento de repúdio à prática de algumas agências exigirem bonificação das produtoras. Já soubemos que a Associação Brasileira de Anunciantes e a Associação das Produtoras de Filmes Publicitários são favoráveis ao movimento. Das que estão envolvidas no processo, agora só falta a ABAP ­ Associação Brasileira de Agências de Propaganda se manifestar a respeito. Qual será a posição da ABAP nesta gestão Petrônio Corrêa, que vem se demonstrando tão lúcida?
• Impressionante o desenvolvimento do Jornal do Rio Sul: começou quinzenal e já deverá se tornar semanal, passando dos 5 mil exemplares. Damos a maior força. É importantíssimo o desenvolvimento de mais jornais regionais.
• A ITP está precisando de redator, diretor de arte, atendimento e revisor. Os interessados devem procurar Cléber Neves de Araújo, na ITP, munidos de portfólio. Os salários estão em aberto.
• Quem procurou o Cléber e ficou na ITP foi Raymond Torquato (ex-Thompson), como Chefe de Estúdio, Luís Cláudio (ex-SGB), como Produtor Gráfico e Noemi Ribeiro (ex-Abril e Rio Gráfica), como ilustradora.
• O Projeto Lindoso chegou esta última quarta-feira na Comissão de Comunicação da Câmara, após passar pela Comissão de Justiça. O Projeto Camata também está tramitando, só que no Senado. E pelo que pudemos apurar em Brasília, ou o CONAR provoca uma efetiva prática nos preceitos do Código de Auto-Regulamentação, ou será inevitável a aprovação de um dos dois projetos - se não acabarem sendo os dois.
• Aliás, graças ao Conar não ter conseguido nada com a Lee, os cariocas tivemos a oportunidade de assistir o tão comentado filme em inglês. Os deputados também.
• A Denison acaba de conquistar a conta da Novotel Hotelaria e Turismo, firma francesa com 120 hotéis operando em 23 países. No Brasil, com a participação majoritária de capitais nacionais, a Novotel tem unidades em São Paulo, Niterói, Curitiba, Limeira, São José dos Campos, Manaus, São João del Rei e Caçapava. A empresa está programando a inauguração de mais sete hotéis em Belém, Brasília, Vitória, Campinas, Uberaba, Uberlândia e Belo Horizonte.
• Murilo Gibson Barbosa é o novo contato da Redinger JG. Ele vai trabalhar com João Guilherme, ampliando o atendimento das contas éticas (Laboratórios Farmacêuticos).
• A empresa Verde Lar, cliente da Redinger JG, distribuiu 2.000 mudas de plantas fornecidas pelo IBDF na "1ª Manhã do Verde", realizada em Campo Grande.
• O Jornal José, impresso em Brasília, prepara para a edição de 1° de julho um profundo trabalho sobre as causas e efeitos da inflação. Quem quiser anunciar na edição da "Batalha da Inflação" procure no Rio o representante Giovanni Navarro Moro, na Ágora Representações, Rua Professor Brandão Filho, 60 apto. 101 - Leblon, Fones: 274-1633 e 274-1406.
• A Pablo Gonçalo passa a ser chamada Pablo, Gonçalo & Martins Propaganda, acrescentando o nome de Cristóvão Martins, sócio da agência há 3 anos. Ela conquistou as contas da Coencisa - Indústria de Comunicações SA, Krishna Boutique, Camarim Óptica, e Thorton Navemar Marine. Além disso está desenvolvendo na Europa um trabalho de penetração para seu cliente Indústrias Reunidas Caneco.
• Antônio Torres, Marina Colasanti e mais 28 escritores consagrados estarão autografando seus livros na 1ª Grande Promoção do Escritor Sindicalizado, hoje às 20.00h no Shopping Cassino Atlântico. A renda será em beneficio do Sindicato dos Escritores.
• A Salles está enviando, como peça promocional dos cigarros Luís XV, um compacto com a música "Ready to take a chance again", tema do filme Golpe Sujo, que faz parte do novo comercial criado pela agência para a Souza Cruz.
• O jornal O Patropi de Campo Grande vai comemorar na edição de 22 de junho os 306 anos daquele município. O fechamento publicitário será dia 14 de junho e a entrega de material deverá ser feita até o dia 18.
• O Grupo da Rádio Capital está em negociações com o Governo Federal a fim de obter a concessão dos canais 9 do Rio e São Paulo.
• A Editora Gazeta Mercantil lançará em junho a revista "Balanço Financeiro", com uma tiragem de 60.000 exemplares. A revista entra em circulação no dia 18 de junho e o prazo para entrega de materiais vai até o dia 1°.
• O piloto profissional de Fórmula Ford (Bino) John O'Donnel está procurando patrocinadores para as 13 corridas que realiza por ano no Rio, São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná, Brasília e Goiânia. O custo para o patrocinador sai por menos de 50 mil mensais.
As agências que se interessarem podem ligar para o John e fechar logo o negócio pelo telefone 256-9588.
• Hoje, no programa "A verdade de cada um", na TVE, Hayle Gadelha, do CCRJ, estará falando sobre a nacionalização dos quadrinhos e das capas de disco.
• Começa amanhã, na Escola de Propaganda e Marketing, um curso de Planejamento de Marketing dado por Boris Drizin que realmente vale a pena ser feito pelos profissionais da área. Até hoje, as inscrições estarão abertas. Os telefones da Escola são 256-0828 e 286-7397.
• Esta coluna é publicada toda sexta-feira. O endereço para correspondência é Rua Barão de Itambi, 7/605 - CEP 22231 - Rio - RJ. Nossos telefones são 226-0638 e 286-4876.