Janela Publicitária    
 
  Publicada desde 15/07/1977.
Na Web desde 12/07/1996.
 

Janela Publicitária - Edição de 30/MAR/1979
Marcia Brito & Marcio Ehrlich

 

Janela Publicitária
Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente no jornal Tribuna da Imprensa.
O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.

Zurana fecha para sair por cima.

Ribeiro José Francisco
Depois de três anos e meio de continuado sucesso dentro e fora do meio publicitário, a produtora de fonogramas Zurana espanta o mercado com a notícia de sua desativação.
Já a partir de 2 de abril, um de seus sócios, Ribeiro José Francisco, assume como Diretor de Operações da agência baiana DM-9, com 20% de participação em seu controle acionário. Enquanto isso, seus outros sócios -- Márcio Moura, Tavito e Paulo Sérgio Vale -- estudam propostas para novas realizações. Márcio Moura, por exemplo, afirma que não teria interesse em voltar a trabalhar numa outra produtora, "porque não haveria sentido", e nesta área, para eles, "todos os desafios que queriam concretizar já foram concretizados".
É difícil saber todas as razões que estão levando a Zurana a abandonar sua atividade como produtora. Ribeiro José justifica a decisão pelo impasse com que se defrontaram seus dirigentes após conquistar a liderança do mercado. Segundo ele, "crescer seria impossível, pela atual restrição no mercado de jingles, e diminuir custos mais difícil ainda, pela qualidade de vida de cada um dos sócios, e do próprio nível exigente de trabalho da empresa". A partir daí, sair do ramo seria a melhor opção encontrada, "enquanto a Zurana está por cima".
Confirmando seu depoimento dado à Márcia Brito sobre a situação das produtoras cariocas de fonogramas (publicado na Revista Propaganda de novembro de 1978), quando declarou que "estamos sentindo os reflexos da realidade econômica do país" e que isso se sente verificando que "muitos clientes não têm verba suficiente para investir em jingles, preferindo fazer um trabalho de menor qualidade, mais barato", Márcio Moura relembrou agora que "o mercado tem sofrido as consequências do país onde se vive, e em épocas de crise, os prestadores de serviços é que sofrem".
Naquela matéria, Márcio Moura afirmava que "num país inflacionário como o nosso, os clientes também estão inseguros, passando por uma fase de retenção de despesas". Márcio exemplificava dizendo que "já estamos em outubro e, nesta época, há cerca de dois anos, os pedidos para campanhas de Natal eram imensos, coisa que não tem acontecido ultimamente".
Nitidamente decepcionado com a atual situação da propaganda brasileira, "abusando de trilhas estrangeiras que prejudicam demais o mercado das produtoras nacionais", Márcio Moura prevê que "este será um ano muito difícil para as produtoras de jingles que pretendam fazer algo de boa qualidade".
Apesar de continuarem a existir a Zurana Discos e a Zurana Edições Musicais, parece irreversível a extinção da Zurana produtora de jingles. Todo o acervo do grupo, inclusive, já tem seu destino: o Museu da Imagem e do Som da Propaganda Brasileira, sediado em São Paulo. A Zurana deixa a vida para entrar na História.

Já está marcada a grande reunião aberta para a formação do Grupo de Trabalho que reimplantará a ADVB no Rio de Janeiro, e para a qual estão convidados todos os profissionais de marketing e direção de vendas em atuação neste Estado.
Será no próximo dia 6-4, sexta-feira, às 19 horas, na Praia de Botafogo, 210 - 11º andar, local onde deverá funcionar provisoriamente a sede da ADVB carioca.
Diversos nomes importantes de nosso marketing já hipotecaram todo seu apoio à iniciativa da reorganização da ADVB. A comprovação é que mais de 400 profissionais já estiveram presentes na última terça-feira, no auditório de O Globo, quando foram apresentados os audio-visuais dos case­histories premiados com o Top de Marketing da ADVB. Entre inúmeros outros, podemos citar Oscar Santiago Lima e Reinaldo Paes Barreto, da Souza Cruz, Francisco Borghoff, da Copec, José Augusto Rodrigues, da Monsanto, Silvia Eisenstein, da Fininvest, Rubens Penteado, da Worthington, e Luís Carlos Costa, do Banorte. Sexta-feira, é preciso lotar a reunião. Compareçam.

Seleção da Janela

Novamente em dia a Seleção da Janela. Analisando os jornais cariocas nas semanas de 12 a 18 e 19 a 25 de março, o júri formado por Jorge Barros (redator - Standard), Carlos Olímpio (diretor de arte - Abaeté) e Fredy Nabhan (Dir. RTV - Standard), além destes colunistas, conseguiu destacar dois anúncios. Ambos, porém, veiculados na primeira semana, apenas.
Três estrelas recebeu "O Samba do Telex­tex",. assinado pela Embratel e realizado inicialmente pela L&M, que atualmente (desde sua desativação) não mais assina anúncio nenhum. Esta peça teve Toninho Lima como redator, Marcos Guedes como diretor de arte, Lindoval de Oliveira no atendimento e Nilo Chaves Teixeira Filho, da Embratel, na aprovação.
Com uma estrela ficou o anúncio "Finalmente, a abertura que não prende nem arrebenta", realizada pela Redinger & JG para a Slideaway, fabricante de tetos solares para carros. O redator, aqui, foi Marcos Coutinho, e o diretor de arte Chico Penedo. O atendimento esteve por conta de Luís Redinger e a aprovação por Joseph S. Davis.

(Clique nos anúncios para ver em tamanho maior)

(N.R.em 2014): A peça da Redinger, para quem não viveu a época, brinca com a frase que o presidente do Brasil, no final da ditadura militar -- o General João Batista Figueiredo --, disse naquele ano, ao prometer que faria de qualquer maneira a abertura política: "Quem for contra a abertura, eu prendo e arrebento".

L&M para Embratel: "O samba do Telex-Tex"
Redinger & JG para Slideaway: "Finalemente a abertura que não prende nem arrebenta"

Reynolds lança Mirage para conquistar jovens

Mirage, da R.J.ReynoldsA partir de domingo à noite começa a campanha de propaganda do lançamento dos cigarros Mirage, da R.J. Reynolds, que segunda-feira já estará sendo distribuído no Rio.
Mirage foi criado especialmente para atingir o público fumante normalmente situado nas chamadas faixas H e I da classificação de cigarros, ou seja, as marcas de Cr$ 12,50 e Cr$ 14,00, que respectivamente ocupam as cotas de 23% e 21,8% do mercado de cigarros no Brasil. Este mercado, em seu total, é estimado em 146 bilhões de unidades por ano, o correspondente a 20 milhões de maços por dia.
Segundo Dieter Kellermann, Diretor de Marketing, da Reynolds, e um dos responsáveis -- juntamente com Hugo Eisenstadter --pelo lançamento, em entrevista exclusiva à Janela Publicitaria, a colocação do preço de Cr$ 14,00 do Mirage pretende não afastá-lo da faixa I já consumidora deste preço, além de estar dentro dos planos de possibilidade de ascensão da faixa H.
O apelo da propaganda, realizada pela Almap, está na enfatização de termos como "ousadia", “desafio", “conquista do futuro" e outros elementos que caracterizem a ânsia de identificação do jovem com os processos de descobertas de novas técnicas e novos hábitos. Pelo que pudemos notar nos filmes apresentados a nós em primeira mão, desta vez o padrão de status é colocado no grupo que exerce o domínio da tecnologia avançada, e por isso mesmo, propenso a renovações.
A embalagem, em azul­rei, apresenta um desenho que pretende sugerir o simbolismo de asas, e seu tamanho é o chamado "King Size", com 85mm.

Brainstorming • Brainstorming • Brainstorming

A Denison acaba de fazer um convênio com a agência Compania Boliviana de Publicidad, obviamente da Bolívia, visando a propaganda do guaraná Brahma naquele país, respeitando a linguagem local.
• • •
Segundo informações não confirmadas, estaria havendo uma cisão na Central de Outdoor, com o afastamento da Época.
• • •
A Scala, de Fortaleza, Agência do Ano Norte-Nordeste, conquistou a parte de reembolso e mala-direta das Casas Pernambucanas.
• • •
Eddie Augusto da Silva, o conhecido executivo da Associação Brasileira de Anunciantes, está se desligando desta entidade. Eddie também era o editor do Boletim ABA.
• • •
A CBBA-Rio, dirigida por Jomar Pereira da Silva, está com novas contas: Supermercados Ideal e Carlos Magalhães Empreendimentos Imobiliários.
• • •
Semana passada, demos a nova estrutura do departamento de marketing da Reynolds. Complementando a nota, informamos que se desligaram daquela empresa Eric Egan, seu ex-presidente, Romildo Peçanha, do marketing, e Gisela Claper, Gerente de Comunicações.
• • •
A Meios está, a partir de agora, representando comercialmente o semanário "O Pasquim" em São Paulo e outros Estados do Brasil.
• • •
Hoje a Luiz Publicidade está encartando um enorme suplemento nos jornais cariocas com o balanço das Docas ligadas à Portobrás.
• • •
Merece aplausos a iniciativa dos Supermercados Disco e Peg­Pag incrementando a veiculação de anúncios em jornais. Finalmente eles descobriram uma coisa que já é feita pelos supermercados do mundo inteiro. Falando em supermercado, achamos muito simpático o marrequinho das Sendas em desenho animado. Pena que apareça tão rapidamente.
• • •
Os publicitários Antônio Torres e Ruy Lisboa participaram com vários estudantes de um Laboratório de Literatura no MAM, que resultou num livro recém-editado, com 40 contos dos participantes. Os interessados em literatura brasileira podem consegui-lo com o próprio Torres, pelo telefone 253-0882.
• • •
O Jornal do Bar está retornando com toda a força. Seu redator-chefe, agora, é César Oliveira, um nome que muito em breve, estará surpreendendo o mercado carioca.
• • •
Esta coluna fecha às quintas­ feiras, ao meio dia. Qualquer comunicação deve ser enviada à Rua Barão de Itambi, 7/605 CEP 22231 - Rio-RJ.