Janela Publicitária    
 
  Publicada desde 15/07/1977.
Na Web desde 12/07/1996.
 

Janela Publicitária - Edição de 16/JUN/1978
Marcia Brito & Marcio Ehrlich

 

Janela Publicitária
Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente no jornal Tribuna da Imprensa.
O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.


Vencedores do concurso dizem o que é um bom outdoor.

Ernani Gouvea
Ernani Gouvea, diretor de arte
Hoje, às 18:30 horas, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, será inaugurada a exposição dos cartazes vencedores do primeiro Concurso Nacional de Outdoor, aliado à campanha antitóxico.
Aproveitando o acontecimento, a Janela foi ouvir a dupla de criação Ney Azambuja e Ernani Gouveia, vencedores do Concurso com o cartaz “Cláudia Lessin Rodrigues – que todos os pais dessa cidade jamais se esqueçam deste nome”, dentro de nossa sessão “O que é um bom... outdoor?”
Para o redator Ney Azambuja, o outdoor em si é um veículo muito forte. Ele diz: - Deve-se tirar partido dessa força para ser direto e objetivo. Para que, quando a pessoa olhar o cartaz na rua entender logo a mensagem, sem ser levada a raciocinar.
Ernani Gouveia afirma que o profissional deve trabalhar em cima de frases curtas. Apesar disso, ele acha que essa regra de que o bom outdoor só pode ter 4 palavras não deve ser tão rígida, “desde que não se transforme o cartaz numa salada de tipos e letras.”
Quanto à utilização de ilustrações e fotos no outdoor, Ernani, comenta: - Em certos casos a foto dá mais credibilidade ao cartaz do que uma ilustração, porque torna a informação mais real para o consumidor. Já nos anúncios all-type, a ilustração acaba sendo o próprio texto. Aliás, foi o que fizemos com o cartaz vencedor do concurso, utilizando um tipo bem feminino com um fundo totalmente branco, de acordo com o tema que escolhemos.
Ney Azambuja acha o outdoor um veículo meio injustiçado entre os criadores.
Ele explica:
- Pelo menos nas experiências que eu tenho como redator, outdoor é sempre aquela peça do “deixa pra depois”, e acaba sendo adaptado ao ritmo geral da campanha. Eu acho que os profissionais de criação não encaram um outdoor como um veículo específico, da mesma maneira como encaram o outdoor com um veículo adaptando assim uma linguagem de TV para o cartaz de rua. E isso é errado. A linguagem do outdoor é simples, clara e direta.
Caio Domingues: Cláudia Lessin Rodrigues

Também é função de colunista denunciar a má propaganda.

O maior contato que os colunistas de publicidade de todo o país passaram a ter com os profissionais de criação, principalmente através de seus Clubes, tem sido bastante benéfico para o colunismo nacional. Seja no Rio, Paraná, São Paulo ou Brasília, os criadores aprenderam a procurar os colunistas trazendo úteis informações e protestos relevantes, e mais, criando nestes a preocupação pela defesa na qualidade de nossa Propaganda.
Uma das últimas colunas de Fernando Vasconcelos, no Jornal de Brasília, mostra um exemplo daquela praça. Numa campanha em jornal e TV, o matemático Oswald de Souza prova, através da equação (7n + 13² = 771) que apenas 96 felizes proprietários ganharão morando no Edifício Guadalajara, na 316 Norte. Mas Fernando Vasconcelos e seus leitores provaram matematicamente que Oswald de Souza e o redator da campanha precisavam ser mais cuidadosos com suas declarações. Afinal, quem quiser fazer a conta pode comprovar. Se 7n + 13² = 771, logicamente 7n será igual a 602, e 'n' igual a 86 e não 96.
Já Silvia Dias de Souza, no Diário do Paraná, denuncia um problema mais grave. A falta de criatividade de inúmeros coleguinhas, que impiedosamente copiam trabalhos publicados em Graphis, Idea, Art Direction etc. Perguntando se isso é falta de vergonha”, Sílvio mostra um exemplo de um cartaz da Secretaria de Agricultura do Estado do Paraná, cujo ilustrador literalmente decalcou um trabalho publicado no Graphis Annual 74/75, mudando apenas a técnica da finalização. Vejam e entristeçam-se.

(Clique no anúncio do Oswald de Sousa para ver em tamanho maior)
Como diz Oswald de Sousa, serão apenas 96 felizes proprietários

Relações Públicas devem ficar dentro ou fora das agências?

François Nebel
François Nebel, relações públicas
Não são recentes as restrições que as empresas especializadas de Relações Públicas fazem à presença de profissionais desta área atuando dentro das agências de Publicidade. Por seu turno, as grandes agências estão investindo em seus próprios departamentos de RP.
François Nebel, relações públicas da Labor, e que tem realizado palestras em Universidades sobre este assunto, acha que “toda agência que dispõe de estrutura deve ter seu Departamento de RP”.
Em sua justificativa, François deixa perceber que p distanciamento mantido entre as empresas de RP e as agências tem sido uma das principais causas daquele desentendimento: - O setor de RP não deve ser isolado, mas ter acesso a todos os outros departamentos da agência, para que, em conjunto possamos resolver os problemas do cliente. É importante que o RP tenha mobilidade, participando até das reuniões de criação. Só assim ele obterá um profundo conhecimento do produto para a realização de campanhas eficazes.
Leonardo Laginestra, relações públicas da Salles/Interamericana, agência que conta com uma das maiores estruturas do gênero, classifica seu Departamento como “uma miniagência que realiza um pouco de cada função”. Laginestra explica: - Nossos clientes são, geralmente, os clientes da Salles. O anunciante procura a Agência e esta oferece “mais um serviço”, através de nós. Normalmente realizamos campanhas baseadas em atividades artísticas ou esportivas, que proporcionem lazer e cultura para o público. Assim é que firmaremos a imagem da agência, beneficiando nosso cliente e alcançando nosso objetivo.
Com Sérgio Cavalcanti, da Denison, o problema é visto de outra maneira. Embora seu trabalho seja rotulado de “Relações Públicas”, ele afirma que atua num “Departamento de Relações com a Imprensa”. Sérgio esclarece que, normalmente, desenvolve um trabalho de divulgação das promoções de seus clientes, como a Brahma, para a Imprensa, e, ao que parece, “eles ficam muito satisfeitos”.
Já a relações públicas Anna Maria Funke, da Lintas, coordenando um Departamento surgido recentemente, explica que sua filosofia é “ter a Lintas como cliente”:
- Atendemos os pedidos dos departamentos, realizamos trabalhos, promovemos campanhas e as divulgamos – dependendo dos interesses do cliente, e nos mantemos atentos a todos os acontecimentos que envolvam a imagem da agência.
O exemplo de Anna Maria, que também pode ser aplicado a François, demonstra que manter a separação entre ser um RP do cliente funcionando dentro da agência ou ser o relações públicas da atuação da agência com o cliente, talvez seja o maior questionamento desses profissionais. Sem dúvida, o importante trabalho de cuidar do relacionamento entre os próprios profissionais da agência, ou destes com s clientes e prospects só poderá ser realizado por alguém que funcione a nível interno. Mas, pelo que as informações dos profissionais entrevistados nos fizeram perceber, a atuação das empresas independentes das relações públicas poderá melhorar, e muito, dependendo de uma maior abertura das agências em prestarem informações as mais abertas sobre os clientes comuns. Afinal, a preocupação de todos deveria ser a de que não só estes saiam completamente satisfeitos, mas a própria agência também. Como explica Anna Maria:
- Não tomamos posse de nossos clientes. Se estes não querem nosso trabalho de RP eu mesmo indico uma empresa que poderá realiza-lo. Não pretendemos fazer RP para arrebatar grandes contas, mas para satisfazer o cliente Lintas.

Seleção da Janela

Foi absolutamente impossível pensar em Seleção da Janela com essa Copa do Mundo acontecendo por aí. Semana que vem, já com a decisão das quartas de final, a Seleção voltará.
Outdoors
Aproveitamos a oportunidade do descanso para lamentar a dificuldade que tem sido para estes colunistas realizar a Seleção da Janela de outdoors, a que nos propusemos no começo do ano. Tínhamos a plena convicção de que esta Seleção, incentivando as boas peças veiculadas no Rio, contribuiria para a melhoria no conceito público e estadual deste veículo. Infelizmente, porém, não encontramos outdoors exibidos nesta cidade o suficiente para que sequer possam ser julgados. Sendo assim, pedimos novamente às agências e exibidores que disponham de provas ou fotos dos outdoors exibidos a cada quinzena, que nos enviem, para que possamos, a exemplo do que estamos realizando com jornais, selecionar os melhores outdoors desta cidade.

Brainstorming • Brainstorming • Brainstorming

Sepp Baendereck se afastou essa semana da presidência da Denison, passando pra a presidência do Conselho Diretor da agência. Enquanto isso, Oriovaldo Vargas Loffler assume em seu lugar. Dentro das alterações na diretoria da Denison, Celso Japiassu assume a direção do escritório – Rio.
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No próximo dia 4 de julho se realizará o coquetel de lançamento oficial do Grupo de Atendimento do Rio, no SENAC. O Grupo já é uma realidade indiscutível, e conta com cerca de 20 integrantes.
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O competente Nelson Mendes (ex L&M) assumiu a Supervisão de Atendimento da Lintas – Rio.
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Ney Azambuja saiu da MPM para SGB onde trabalhará em dupla com o diretor de arte Ernani Gouvêa. Ney não chegou a trabalhar uma semana na MPM.
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Dilson Tavares (ex-Abril) entrou para a área de atendimento da Standard.
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Julho é mês de aniversário na Janela Publicitária. Dia 15 – a coluna completa um ano de existência semanal e nos dias 4 e 30 são os natalícios de Marcio Ehrlich e Márcia Brito, respectivamente. Alvíssaras! Alvíssaras!
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Marley Maia é a nova assistente de atendimento da McCann.
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Já está confirmada para o dia 26 deste mês, às 19:00 horas, mais uma palestra do ciclo “Salles & Marketing”, que será pronunciada por Reginald K. Brack, “Associate Publisher” do “Time Magazine”. A apresentação se realizará no Auditório da CESP (No Center 3, em São Paulo).
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A Thompson comprou a Marti Flores Pietro Inc., de Porto Rico, que se torna assim a maior agência de publicidade de todo o Caribe, com faturamento de 18,5 milhões de dólares.
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José Luís Porfírio (ex-marketing da Philips Morris e Coca-Cola) está no Rio, em disponibilidade no mercado. Os interessados podem telefonar para: 257-3412.
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Estes colunistas ficaram muito lisonjeados com a simpática menção que Fernando Reis, editor da Revista Meio & Mensagem, fez à nossa Janela Publicitária no editorial do número 3 daquela informativa publicação. Agradecemos sensibilizados.
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Muito simpática à campanha de pequenos anúncios lançada pela Esquire para a Coristina, inspirada na famosa gripe batizada como: Dama do Lotação. Apenas achamos que a Direção de Arte poderia ter sido mais ousada.
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A DPZ continua exportando os anúncios criados para o Shampoo Johnson’s. O comercial das “Titias” foi exportado para 6 países latino-americanos, e agora outro comercial, recente criado para o mesmo produto, vai ser exportado para Portugal.
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No próximo dia 15, o Hotel do Farol, de Salvador, promoverá uma Exposição de trabalhos de artistas gráficos. Os gravadores são: Ana Lettycia, Edith Behring, Darel e Lívio Abramo.
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Não há ainda nada de concreto nas notícias que indicavam uma possível fusão entre a Herald e a Franco Paulino Moraes. Até agora, há apenas uma espécie de acordo para o funcionamento das duas empresas em suas sucursais paulistas, já funcionando no mesmo prédio. Pelo acordo, a Herald cuidará do atendimento e mídia dos clientes de ambas e a Franco Paulino cuidará de toda a criação e produção.
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A Brandão & Brandão, agência paulista de Celso Eduardo Brandão, tem nova Diretora de arte: Leila Maria Loureiro.
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A CosCom-Grant efetivou a conquista da conta da Aliança Metalúrgica, fabricante de mais de 1500 artefatos de metais.
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O Seminário de Transmissão de Energia Elétrica a grandes distâncias se realizará, no período de 18 a 23 de junho, em Brasília contando com a participação de especialistas no assunto. Terá o patrocínio das Centrais Elétricas do Norte do Brasil.
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Agora embolou tudo. Já estava começando a se definir que “atendimento” era de agência e “contato” de veículo. Mas em SP, semana passada, foi fundado o GRAVE – Grupo de Atendimento de Veículos. Pronto. Ninguém mais quer ser contato...
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A P.I. acabou de lançar seu Anuário de mídia 77/78. Na semana que vem sairá o tão esperado Anuário Brasileiro de Propaganda, comemorando os 10 anos destas publicações, incluindo depoimentos dos maiores nomes publicitários.
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A TV-JB, apesar da redução de entusiasmo do Jornal do Brasil para a sua efetivação, deverá iniciar suas transmissões em julho, nas praças do Rio e São Paulo, antes que termine o prazo de concessão.
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Por um lamentável engano, publicamos, semana passada que a FAET era fabricante de chuveiros elétricos. Na verdade, a FAET fabrica grande variedade de aparelhos eletroeletrônicos (torradeiras de pão, grill, ferros de passar, fogareiros elétricos, irradiadores de calor, climatizador etc...), ventiladores, e até aquecedor de água solar, mas não chuveiros.
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O redator Roberto Wrencher foi contratado pela Agência da casa (TV Globo), ocupando a vaga deixada por Carlos Pedrosa.
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É incrível a falta que Antônio Luiz Accioly está fazendo ao Grupo de Mídia do Rio de Janeiro. Desde que ele se tornou homem de veículo, deixando a GM, nunca mais recebemos notícias oficiais daquela entidade.
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Albano Alves Filho
Albano Alves Filho, um dos novos coordenadores do GM Rio
Apesar da nota acima, sabemos que Albano Alves Filho (da Caio) e Alcina Machado (da Labor) são os novos coordenadores do Grupo de Mídia do Rio de Janeiro.
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Artur Barcelos Fernandes, RP da Assessor, nos telefona para reclamar de uma nota que publicamos semana passada informando que a Revista do domingo do JB é encartada em todo o Rio de Janeiro. Segundo ele, a revista sequer chega a Petrópolis ou Teresópolis.
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Muito engraçado o último filme do Banespa tendo a Copa como tema. “José de Assis”, até agora foi o melhor dos comerciais sobre a Copa do Mundo. Ah, o Banespa é conta da Norton.
Absolutamente bem bolada a utilização dos 8 segundos que preparam a formação das cadeias de televisão da Globo, antes dos jogos, para veicular mensagens publicitária. O filmete da General Motors, inclusive, ficou muito bem feito.
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Isso é que é exemplo da vergonhosa censura prévia que também está imperando na Argentina do general Vidella: os câmeras argentinos, que estão transmitindo a Copa com exclusividade para todo o mundo, receberam ordens superiores expressas para desviar imediatamente as câmeras caso iniciasse qualquer tipo de incidente dentro ou fora do campo, durante os jogos. Esta é a imagem da tranquilidade, falsa e mentirosa que reina nos países cujos Governos não encontram apoio popular.
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Ficou muito bom o trabalho realizado, pela Salles/Interamericana, na campanha de divulgação das toalhas de papel Scottex. Toda a campanha foi dirigida à mulher jornalista e o produto, nesta promoção, vem dentro de uma interessante e também se presta a tarefas domésticas diversas.
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A primeira tentativa para a criação de um órgão internacional em defesa da Propaganda proposta pela área latino americana foi aprovada no último Congresso Mundial do IAA – International Advertising Association. Lembramos aqui que esta proposta foi colocada inicialmente no XXV Congresso do IAA, em 1976, por Hector Brener, diretor executivo da Denison Propaganda em nome da delegação brasileira. Com a criação do “Comitê de Propaganda” que atuará como porta-voz internacional contra ataques infundados ou restrições a Publicidade Mundial está dando um passo à frente.
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Roberto Duailibi publicou um folheto sobre sua palestra realizada no 1º Encontro Nacional de Criação Publicitária, em março de 1978. Os interessados devem procurar a DPZ.
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David Monteiro de Carvalho, ex-contato da PI, está trabalhando em Xico Feitosa em sua produtora de jingles e comerciais.
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Muito original a peça de formatura da turma de Comunicações das Faculdades Integradas Estácio de Sá. O convite deste ano é uma página de classificados, na qual o nome de cada formando aparece sob forma de anúncio, vendendo seus serviços num tom bem humorístico. Antônio Bezerra Pascot, criador da peça, e um dos formandos, também oferece seu anúncio.

Expediente
Editores: Marcio Ehrlich e Márcio Brito
Repórteres: Carla Pinheiro, Laís Frota, Marlene Barcelos, Vitor Felzenszwalb e Humberto Martins.
Esta coluna sai às sextas-feiras e fecha as quintas ao meio-dia. Comunicados para a Rua Barão de Itambi, 7 605. Flamengo. Rio. CEP 20000. RJ. Ou pelo telefone 285-4876.

APELAÇÃO DE VENDA

Profissional de Propaganda há mais de 3 meses tentando vender-se no mercado em contatos modulares com Agências de Publicidade, Veículos e também com “Velhos Companheiros”, em desespero de causa e num rasgo de honestidade pessoal, admite macular seu status oferecendo-se pelo presente a quem ainda acredite em que a criação de um mercado interno é inevitável e que a Propaganda é essencial para potencializar como consumidores os 110 milhões de habitantes deste país. Acredita que seus 30 anos de experiência profissional (mídia, tráfego, contato de Agências e Veículos. Gerências, Chefias, etc.), seus 49 anos, as mazelas já vividas e sua formação humanística, além do aprimoramento técnico-profissional possam interessar aos empresários sérios e dispostos a pagar um salário justo. Precisei de tanta coragem para publicar este anúncio que acredito que não custaria a você ter um pouco de coragem para me responder diretamente ou por intermédio de sua Agência da colocação preferida, para APELAÇÃO, aos cuidados desta coluna sob o nº 001-78.
Anúncio publicado na edição impressa da Janela.