Janela Publicitária    
 
  Publicada desde 15/07/1977.
Na Web desde 12/07/1996.
 

Janela Publicitária - Edição de 12/MAI/1978
Marcia Brito & Marcio Ehrlich

 

Janela Publicitária
Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente no jornal Tribuna da Imprensa.
O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.


Conforme já havíamos dito antes, a padronização de envelopes afetará o mercado de criação.

A Janela Publicitária recebeu através do editor deste jornal, nosso companheiro Hélio Fernandes Filho, uma carta do presidente da Empresa Brasileiras de Correios e Telégrafos, Sr. Adwaldo Cardoso Botto de Barros, sobre uma matéria aqui publicada no mês de abril. Reproduzimos, na íntegra, a carta, mas não nos furtamos de tecer novos comentários, publicados em negrito. Achamos que a matéria ainda diz respeito aos leitores desta página, já que muitas vezes as agências de publicidade são as responsáveis pela programação visual de material impresso de seus clientes.
Brasília, DF, 18 de abril de 1978
Prezado Senhor,
A edição de 7 do corrente, publicou na coluna "Janela Publicitária, matéria intitulada - Padronização de Envelopes Afeta Mercado de Criação - com críticas a respeito da padronização dos envelopes a serem proximamente adotados no serviço postal.
Analisado o texto enfocado, ressaltam como principais os aspectos que serão a seguir esclarecidos, com a finalidade de posicionar a questão dentro de uma realidade ainda insuficientemente entendida dado que, inovação pioneira nos correios, é passível de desentendimentos e distorções facilmente sanáveis.
Este é o objetivo da presente - elucidar alguns tópicos controversos na matéria publicada, fornecendo subsídios para que os numerosos leitores da TRIBUNA DA IMPRENSA venham a ter uma convicção formada do por que do envelope padronizado e de suas principais características.
(A matéria citada foi totalmente baseada em explanação de um funcionário da própria EBCT, Sr. Marcos Montebelo, em palestra aberta a qualquer pessoa interessada, e realizada, segundo informação da EBTC, todas as quintas-feiras nas dependências da empresa. Quanto à "realidade da questão", podemos afirmar que ela foi suficientemente explicada. Mas como no conhecido programa de televisão, o difícil não é explicar, e sim entender. Aliás, controvérsia não é a matéria a matéria publicada, e sim as explicações dadas pelo Correio, e nela reproduzidas).
1. A padronização de envelopes para uso no serviço postal, surgiu da necessidade de compatibilizar os invólucros com as especificações exigidas pelos equipamentos de triagem automática de correspondência, a serem proximamente utilizados com a inauguração do primeiro Centro de Triagem Automática de Brasília. Inovação de grande importância para a agilização do giro dos objetos postais, possibilita a seleção de 40.000 cartas-hora a uma velocidade de 80 km horários. Para a completa operacionalidade dos equipamentos, os envelopes devem atender às especificações técnicas, sob pena de serem rejeitados e até mesmo danificados pelos componentes das máquinas de triagem em caso de desacordo às instruções.
A padronização de envelopes e de papéis de escrita aprovada pela Norma PB-530 da Associação Brasileira de Normas Técnicas, resultou de pareceres técnicos emitidos por representantes de áreas cuja atuação está mais diretamente ligada ao assunto, como de empresas privadas, artes gráficas, a própria ECT, a ABNT, a Casa da Moeda, instituições bancárias, enfim aqueles que se utilizam dos serviços de correios em grande escala ou detêm experiência no trato de matéria postal e gráfica.
(Não negamos a necessidade de adaptações técnicas. Afirmamos, porém, que da maneira como foram decididas estas adaptações, o mercado de criação ficará prejudicado. Esta é, inclusive, a afirmativa do título da matéria. E que o Sr. Botto, infelizmente, não conseguiu desfazer em sua carta).
3. Dentre as inovações dos envelopes padronizados, dois aspectos foram mais criticados no noticiário. A primeira deles, refere-se à colocação do selo de franqueamento da correspondência, e a palavra SELO existente no interior do campo próprio que deve ser no canto superior direito do anverso do invólucro. No sistema de leitura ótica dos equipamentos para triagem do objeto, a colocação do selo no local adequado é de vital importância, isto porque também com tratamento de tinta fosforescente permite sua aceitação pela máquina, qualquer que seja a condição em que nela for colocado. Se invertida a posição em qualquer sentido, o equipamento tem quatro pontos para recolocação de envelope na posição correta de leitura, desde que o selo esteja no canto superior direito. Daí o sentido didático da palavra SELO impressa no envelope, para acostumar o público em geral ao seu uso adequado. Mas a norma PB-530 permite a confecção de envelopes sem o campo próprio e a palavra SELO. Basta ver as figuras 11 e 12 às fls. 24-25 para confirmar esta informação. Firmas que utilizam o franqueamento mecânico podem usar envelopes em tais condições desde que obliterem o objeto no campo apropriado, já que a tinta é fluorescente. No aproveitamento desses envelopes para franqueamento por selos, basta aderi-los no campo superior direito e estarão de acordo com as normas.
(Conclusão óbvia, para as empresas que utilizam normalmente o correio: não imprimiam em seus envelopes o quadrado com a palavra SELO).
4. Quanto aos cinco quadradinhos de cor vermelha para a colocação do número do CEP, a informação de que seu objetivo é o de ensinar o povo a usar o código de endereçamento postal, é totalmente incorreta e inadmissível partindo de um servidor desta casa, a proceder a afirmativa do noticiário. Dentro da característica faceadora da máquina, é necessário que haja uma determinada sequência igual e continua entre os algarismos do CEP para a leitura ótica. É praticamente impossível, obter-se um espaçamento continuo em caso de escrita à mão livre, e na altura indicada como ideal para a leitura pela máquina. Por isso, a impressão de cinco quadrados, dispostos no local próprio do campo de endereçamento. A cor vermelha não é para chamar a atenção do usuário; é a cor que, submetida à máquina, permite ser apagada pelo censor automático que vai permitir somente a leitura dos algarismos inscritos no espaço e na ordem recomendada pela técnica utilizada.
(A afirmativa do noticiário procede, sim, como poderá comprovar qualquer um dos outros presentes àquela reunião. E afirmamos mais. Segundo o Sr. Montebelo, o leitor mecânico transfere para uma tela os dados do destinatário, sendo então digitado o número do CEP por um operador. Daí o número ficar no canto inferior esquerdo do envelope. Assim o operador teria maior facilidade em identificá-lo. Comprovaria esta informação a indicação de que em endereçamentos mecânicos, por máquinas tipo “Address graph”, ou por etiquetas, ficam dispensados os quadradinhos vermelhos e o “espaçamento contínuo”, bastando o número do CEP ser impresso na última linha do destinatário, à esquerda. Ora, se isto é válido para o endereçamento mecânico, por que não o será para o manual? Sendo assim as empresas também poderiam dispensar os quadradinhos. Ou não?)
5. Não foi a ABNT que estipulou a colocação das palavras PAR AVION nos envelopes para uso internacional. Trata-se de norma legal vigente no correio brasileiro em consonância com os regulamentos internacionais, à que a ECT está obrigada a cumprir.
(Nós não dissemos o contrário. O absurdo é a restrição – estimulada pela ABNT e pela EBCT – da área a ser ocupada pelo logotipo, que concorrerá com a impressão das palavras PAR AVION. Conforme informações do Sr. Montebelo, publicadas naquela matéria, repetimos, no envelope de 114mm x 162mm a identificação da empresa remetente – aliás obrigatória – deverá ser feita num espaço de 17mm de comprimento por 40mm de altura. Ou o funcionário da EBCT nos deu a informação errada?)
Com estas explicações e diante de um estudo mais atento da norma PB 530, estou certo de que os interessados na matéria terão ao seu dispor suficientes esclarecimentos que irão eliminar as duvidas existentes a respeito.
(Quem estiver lendo esta matéria poderá perceber que isto não é tão certo. Se nem na informações prestadas pelas próprias pessoas do Correio coincidem...).
De modo algum a criação artística será limitada pela padronização dos novos acondicionadores. Este não é e nem poderia ser o propósito da ECT como empresa que vive de e para a comunicação.
(Será limitado sim, Sr. Botto. Talvez o senhor não tenha conhecimento de que seja a criação artística em papéis e envelopes timbrados (de empresas ou pessoais), e o desenvolvimento deste campo em centros como os Estados Unidos e a Europa. Onde, convenhamos, Sr. Botto, sem tantas padronizações o Correio sempre anda bem melhor que o daqui. Restringindo a criatividade nesta área das artes gráficas, sem dúvida o mercado para profissionais da criação será afetada.)
Finalmente, o uso de envelopes não padronizados ou com padronizações fora das especificações resultará em prejuízo para o próprio usuário. Ao invés de ser tratado mecanicamente com maior rapidez na entrega, será submetido à triagem convencional com maior demora.
(Prejuízo de demora, Sr. Botto, é até aceitável. Afinal, quem já paga mais caro por um serviço "entrega rápida" e que demora mais a ser entregue que o "comum" já está acostumado com essas coisas. Agora, cobrar uma sobretaxa para cartas que não estiverem dentro das tais especificações – como o correio andou anunciando que faria – quando nem todas as exigências são perfeitamente explicáveis --, e nem mesmo compreendidas pelos funcionários do Correio, nos parece, com sua licença, um pouco arbitrário.)
Dentro dos princípios da TRIBUNA DA IMPRENSA, de levar aos leitores a informação jornalística de interesse público, solicito a V.Sa. fazer publicar a presente, em razão do que apresento-lhes os meus agradecimentos.
Atenciosamente,
Adwaldo Cardoso Botto de Barros

E surge uma nova no mercado.

Conforme havíamos noticiado semana passada, se dependesse de Franzé, diretor de novas contas da Premium, a Sérgio Dourado Empreendimentos Imobiliários, maior conta imobiliária nacional, não sairia da Premium para formar uma “house-agency".
Mas a alternativa admitida por Franzé, de se constituir uma nova agência, aberta a conquistar novas contas, apesar de ter a de Sérgio Dourado como principal, não foi abandonada. É assim que, a partir do próximo mês, Franzé e mais seis funcionários da Premium se desligam da agência para fundar uma nova empresa de propaganda, levando consigo, basicamente, a conta da Sérgio Dourado.
Como todo homem em véspera de se tornar empresário, Franzé esteve impossível de ser encontrado esta semana na Premium, para informar o nome de sua futura agência, ou quais os profissionais que comporiam seus cargos chaves. Apesar disso, Antônio Pacot, Diretor de Criação da Premium, afirmou que, pelo menos em sua área, nenhum profissional se desligaria. Pacot também garantiu que, para a tranquilidade do mercado, a Premium manteve-se muito unida a seus funcionários, não demitindo ninguém pela perda da grande conta.

BRAINSTORMING • BRAINSTORMING • BRAINSTORMING

A Salles/Interamericana, do Rio, acaba de conquistar duas importantes contas: a divisão de fósforos da Fiat Lux, e, através de concorrência, a conta da rede de lanchonetes McDonald's, considera a maior do mundo no ramo.
Hélcio de Freitas Souza, Tácito Monteiro e João Ferrari Júnior, todos ex-Opendoor, foram contratados para a Standard de São Paulo. Hélcio será vice-presidente da empresa funcionando adjunto à presidência; Tácito Monteiro se torna supervisor de atendimento das contas novas da Standard: Pereira Lopes (parte), Eucatex (parte), CID, Aços Tupy, Johnson & Johnson (parte promocional) e Lando Eletrônica, todas também ex-Opendoor. E João Ferrari Júnior entra para a área de criação.
O redator Pedro Galvão também ingressará na Standard, Ogilvy & Mather, no Rio de Janeiro. Pedro deve se desligar da Thompson dia 22 deste mês, assumindo imediatamente naquela agência.
A próxima reunião do Grupo de Atendimento – Rio será às 18 horas de segunda-feira, dia 15 de maio. É fundamental que todos os profissionais de atendimento cariocas compareçam a esta reunião. Afinal, é uma vergonha São Paulo ter um Grupo de Atendimento forte, enquanto os profissionais cariocas ficam se escondendo. Vamos mostrar aos paulistas que aqui não se fica só na praia.
A fábrica de bonecos da látex Lanco, do grupo Brastel, dirigido por Assis Prim Cunha, está para inaugurar seu novo parque industrial de 35.000 m2 em Vassouras, para atender a todo o mercado latino-americano. A instalação da fábrica naquele distrito, basicamente agropecuário, teve a incentivo do almirante Heleno Nunes.
Será dia 19, na Livraria Francisco Alves, o lançamento carioca do livro “O Conto da Propaganda”, reunindo trabalhos de representativos publicitários brasileiros. Entre eles, Orígenes Lessa, José Monserrat Filho, Antônio Torres, Celso Japiassu, Ruy Lisboa, Roberto Simões, Ivan Curvelo, Nei Leandro de Castro, Pedro Galvão e outros tão ou mais famosos. Serão servidos coquetéis, salgadinhos e autógrafos. Mas só pra quem comprar o livro.
O jantar de aniversário do Clube de Criação do Rio de Janeiro será no dia 18, às 19h:30min, na Churrascaria Guanabara. As adesões poderão ser feitas com qualquer membro da Diretoria do Clube (a CR$130,00), com direito a levar apenas sua própria pessoa. Aos presentes que estiverem em dia com a mensalidade do Clube serão sorteados valiosos prêmios, como um livro de gravuras de Picasso, o Arte Contemporânea, do Roberto Pontual, várias garrafas de uísque (Oba! Oba!) etc.
UM catálogo/portfólio com a relação de todos os técnicos de cinema brasileiros, e que incluirá os nomes de quem faz cartaz de cinema no Brasil, está sendo organizado pela Comissão de Cinema do Sindicato dos Artistas. Os cartazistas interessados em participar podem ligar para Lielzo Azambuja (286-9422) e/ou Ivânio Cunha (221-8167 r. 22).
Neste sábado, às 9 h., na Associação Comercial, será realizado o concurso do outdoor sobre tóxicos, que escolherá o cartaz que receberá CR$ 50.000,00 e será exposto nas principais ruas do subúrbio carioca. O júri será formado por Pedro Galvão, Jacques Lewkowicz, Luís Antônio Vieira, Sérgio Toni, Jarbas José de Souza, Anna de Freitas, Ercílio Tranjan, Ernani Buchmann, Carlos Alberto Nanô (da Central de outdoor), Jomar Pereira da Silva e Ayush Morad Amar, psiquiatra especialista em toxicoses. Será que agora Marcos Tamoyo ficará comovido?
Prestobarba é mais um produto da Gillette que passa a ser atendido pela Esquire, sendo o contato da conta Eduardo Quentel // A Agência do ex-“TVE Man” Fernando Barbosa Lima também começa a atender às Pastilhas Valdas.
Pelo último comercial do Peru Sadia deu pra perceber que o apelo de venda agora mudou de o peru ser “temperado” para ser “pronto para o forno”. Isso só pode significar uma coisa. Descobriram que a mulher brasileira não deve confiar muito nas comidas que já vêm temperadas. Para ela, cozinhar também significa ela mesma cuidar do tempero. Enquanto que “estar pronto para o forno”, só implica em entender que ele está morto, depenado e limpinho pra ser preparado. (MB).
A Fininvest – Financiamento e Investimento, e a Pronorte Petroquímica (empresa do grupo Coimbra Bueno) são os novos clientes da Standard-Rio.
O Café Globo solúvel ganhou uma medalha de ouro na Feira de Leipzig. É a primeira vez, em seus 800 anos de existência, que esta feira concede prêmio a um produto sul-americano.
Esta coluna sai às sextas-feiras e fecha às quintas-feiras ao meio dia. Qualquer comunicação deve ser feito para a rua Barão de Itambi, 7/605, Flamengo, Rio. CEP 20000. Ou pelo telefone 286-4876. Podem telefonar a qualquer hora.

Seleção da Janela.

Mais duas seleções da Janela aqui publicadas. A da semana de 24 a 30 de abril, realizada por estes colunistas e a da semana de 1 a 7 de maio, que contou com um júri composto de Ayres Vinagre (redator/Artplan), Flávio Brick (diretor de arte/Professa), Ricardo Galletti (Redator/Abaeté), e José Aguillar /diretor de Arte/Thompson), além de nós.
Na semana de 24 a 30 de abril duas peças foram selecionadas. Recebeu três estrelas o anúncio “Este é o tanque...”, da Denison para a Brastemp, tendo como redator Celso Nogueira e diretor de Arte Osvaldo Soares, e com uma estrela o calhau “Gomes, vendi o meu apartamento” da L&M para O Globo.

Denison para Brastemp: "Este é o tanque..."

Jotaé para Monartis: No dia em que este pais reconhecer a profissão do artista..."

Já na semana de 1 a 7 de maio, a Janela, Ayres Vinagre, Ricardo Galletti, Flávio Brick e José Aguillar decidiram-se por três anúncios, entre os publicados na imprensa carioca. Para este belo trabalho "No dia em que este país reconhecer a profissão do artista", da Jotaé para o Monartis (tendo como redator Marcello Silva, e diretora de Arte Raquel Braga), publicado em 1º de maio, Dia do Trabalho, foram instituídas quatro estrelas.
Três estrelas recebeu a peça da agência paulista GTM&C – Grupo de Trabalho de Marketing e Comunicação para a TV Tupi, anunciando a volta do programa de Flávio Cavalcanti. Ainda estamos verificando a dupla responsável. Como comentário unânime do júri: no anúncio é bom, mas o programa... que coisa triste”.
E duas estrelas ganhou o anúncio do Clube de Criação do Rio em homenagem ao Jomar, tendo com redator Pedro Galvão e diretor de Arte José Aguillar, que, honra seja feita, não só não disse a ninguém que a peça era dele, como, estranhamente para nós, na hora, ficou calado e não emitiu nenhuma opinião.
CCRJ para Jomar Pereira da Silva
GTM&C para TV Tupi