Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente no jornal Tribuna da Imprensa.
O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.
As produtoras já não querem apenas produzir...
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Ribeiro José Francisco |
No texto de sua peça de fim de ano, que também será aproveitada em anúncios para revistas, a produtora de filmes Power se dirige às agências lembrando que, como a elas não cabe mais fazer "reclames", também "uma produtora que se preza não pode ficar só fazendo fita". A peça explica que o profissionalismo a que chegou a propaganda, utilizando-se de marketing, planejamento, pesquisa, posicionamento etc., alcançou as produtoras, que, por isso, não devem ser simples executoras de roteiros, mas "oferecer um universo cada vez mais amplo de recursos para as agências".
Carlos Alberto Vizeu, diretor da Power, confirma que sua produtora está, procurando cada vez mais ampliar a prestação de seus serviços, fornecendo a possibilidade de eles próprios realizarem pré-testes de comerciais junto aos públicos-alvo, selecionarem os modelos, e organizarem Projetos Especiais a partir de uma atenção constante, com documentação e capitalização de eventos que possam ser comercializados pelas agências.
Este tipo de filosofia de trabalho está começando a se disseminar com muita rapidez entre os fornecedores de serviços para as agências, e possivelmente esteja apontando um caminho futuro a ser normalizado. Até certo ponto, esta mudança pode ser interessante para as agências, já que elas passariam a se despreocupar com a entrega de serviços correlatos a diferentes empresas.
Na área de fonogramas, a Zurana é uma das produtoras que mais defendem este sistema. Em recente entrevista dada a estes jornalistas para a edição da revista Propaganda sobre o Rio de Janeiro, Márcio Moura, um de seus diretores, informou que a Zurana inicialmente só produzia a música, mas agora, prefere trabalhar em conjunto com as agências, criando jingles e participando, de campanhas inteiras, sugerindo textos, eventos especiais e músicas para estes eventos, para servirem de apoio a trabalhos de merchandising.
Ribeiro José Francisco, outro diretor da Zurana, considera que estas atitudes não significam uma busca de saídas para um suposto mercado restrito, sem se queixar do mercado, Ribeiro afirma que estas diversificações de serviços se devem principalmente à potencialidade dos integrantes daquela produtora. Todos os quatro sócios - Márcio Moura, Ribeiro José, Paulo Sergio Valle e Tavito -- além de outros integrantes da equipe, como Ivan Lins e Mariozinho Rocha, vieram da produção e criação de músicas e discos fora da área de propaganda, e acreditam que devem usar sua experiência ao máximo. Tanto que a própria Zurana começa a incentivar este ano sua Divisão de Produção de Discos, através da qual procurarão fazer todo um trabalho de produção fonográfica visando o aproveitamento de todas as músicas da equipe que ganham possibilidades comerciais de sucesso.
Na área de propaganda, Ribeiro também afirmou que conseguiram provar às agências que não fazem simplesmente jingles. Atualmente, a Zurana trabalha recebendo um briefing da campanha e estudando qual o caminho a seguir. Márcio Moura inclusive garantiu que se procura até perceber se o objetivo da agência é o mesmo do cliente.
Carlos Alberto Vizeu concorda que a produtora também deva compreender as necessidades do cliente. Segundo ele, a função destas empresas não é interferir propriamente na criação das agências, mas tentar auxiliá-las a encontrar o melhor caminho para cumprir seus objetivos. Vizeu defende a tese de que a produtora não só deva entender de propaganda como de marketing do produto.
A necessidade desta diversificação, segundo Vizeu, foi descoberta por sua experiência na área de R-Tv-C de agências como Esquire e MPM, e confirmada por seus contatos com produtoras europeias. E, como lembra Vizeu, estas diversificações têm outra vantagem: demonstram que não apenas a máquina é suficiente para a prestação de um trabalho bem feito. Como praticamente todas as produtoras têm acesso ao mesmo tipo material técnico, será o nível de serviço que as pessoas que as manipulam podem oferecer que determinará a diferenciação entre uma ou outra.
Roberto Chueiri já é o novo presidente da ABA.
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Gilberto de Camargo Barros e Carlos Roberto Chueiri |
Já é sabido (por só ter havido uma chapa concorrendo às eleições do dia 18 para a ABA), que Carlos Roberto Chueiri é o novo presidente daquela entidade. Basicamente, o programa da chapa de Chueiri prosseguirá com as propostas da dinâmica gestão Camargo Barros. De seus 12 pontos de ação, selecionamos alguns que faremos questão de acompanhar durante o ano, já que afetam diretamente outras áreas da propaganda que não somente a dos anunciantes:
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CRIAR UM PROGRAMA DE ENVOLVIMENTO COM ESTUDANTES DE COMUNICAÇÃO E ÁREAS CORRELATAS.
Propiciar aproximações, desenvolver programas, no sentido de procurar envolver os estudantes de Comunicação e áreas correlatas, mostrando a validade das suas especializações também no Anunciante. Seria, desta forma, a busca de novos valores e a criação de um mercado de trabalho que tende a se saturar se continuar a ser de domínio apenas das Agências e dos Veículos.
Nossa dúvida é: poderá este objetivo (que é mais do que elogiável), engrossando o número de pessoas trabalhando na área de propaganda da empresa, contribuir, ainda que involuntariamente, para o desenvolvimento natural de house-agencies?
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INCENTIVAR TODOS OS PROCESSOS QUE RESULTEM NA CRIAÇAO DE INSTRUMENTOS MAIS PRECISOS PARA A ATIVIDADE PUBLICITÁRIA.
Manter acesas as iniciativas que resultem na criação, no desenvolvimento e no aprimoramento de instrumentos que tomem a atividade publicitária mais aperfeiçoada, mais científica e mais controlável, em termos de objetivo a ser atingidos e resultados econômicos constatáveis. Nesta linha, compreende-se a outorga de apoio e prestígio a todos os grupos e entidades de profissionais que venham a se formar paralelamente aos serviços técnicos e também aos institutos de pesquisas, controles de circulação, cobertura e efetividade da Propaganda.
Aqui é importante lembrar que estas entidades, como Clubes de Criação, Grupos de Mídia, Grupos de Atendimento etc, muitas vezes, para o desempenho melhor de suas atividades, precisarão, mais que qualquer apoio moral ou institucional, de um apoio financeiro. A grande ajuda que a ABA poderá dar, tenho certeza, será co-patrocinando efetivamente algumas iniciativas destas Associações.
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LIDERAR E ACOMPANHAR MAIS INTENSAMENTE AS CHAMADAS "CAMPANHAS COMUNITÁRIAS"
Através do acionamento das denominadas "agências experimentais" das Faculdades de Comunicação e daquelas denominadas "agências voluntárias" desenvolver, pelo menos, duas campanhas por ano de caráter comunitário em cada polo regional que a ABA esteja instalada.
Ótima ideia, pois permitirá que as "agências" das Faculdades de Comunicação realizem seu trabalho didaticamente, afastadas de interesses comerciais. É importante, porém, que tais campanhas sejam entregues apenas a Faculdades cujas "agências", não se dediquem à atividade (ilegal?) de atender contas comerciais (o que está começando a acontecer com frequência). Isto evitará que, no futuro, estas "agências" se utilizem do fato de terem realizado estas campanhas como prova de currículo para conquistar clientes maiores. (ME).
Out-Door tem aula séria no Curso de Mídia
Faltam dois meses para a apresentação do projeto da nova programação instituída pela Central de Out-Door às empresas comercializadoras do veículo e, ao mesmo tempo, out-door será um dos temas do curso programado pelo Grupo de Mídia do Rio, para aperfeiçoamento dos profissionais do setor.
Nossa JANELA PUBLICITARIA foi entrevistar o mídia Yuzul Ywamoto, da Esquire que, além de ser o responsável pela aula sobre out-door, é considerado no meio como um dos profissionais que mais entende daquele veículo no Brasil.
Yuzul já tem o programa de sua aula preparado e nos disse que tratará o assunto out-door de forma bastante abrangente, desde ensinando os principais macetes para uma boa e rentável veiculação até propondo aos mídias uma maior participação na criação de lay-outs, pois segundo ele, "por melhor que seja o criador, é o mídia quem conhece as características do veiculo, principalmente no que se refere à sua localização nas ruas".
Para Yuzul, ainda são muitos os problemas enfrentados pelo profissional de mídia em relação à programação de out-doors. Ele explica:
- A Central de Out-Door precisa exercer uma força política, como meio de comunicação, para que se possam evitar problemas como as retiradas dos cartazes dos bons locais. A zona sul está praticamente a zero e isto para nós, mídias, acaba dificultando todo um trabalho. Estes lugares fazem muita falta, pois dificilmente temos um produto em que a mensagem de venda seja dirigida a uma classe que não seja a B. Ora, se o indivíduo mora na zona sul, seu hábito de compra será na zona sul. E neste aspecto está difícil trabalharmos em out-doors.
Embora Yuzul admita que a Central do Rio esteja se esforçando para aprimorar o veículo, ele propõe que seja feito aqui o mesmo que a Central de S.P. está fazendo, juntamente com o GM daquela capital:
- Em São Paulo eles fizeram um acordo para um zoneamento padronizado e as empresas de out-doors de S.P. estão hoje, pelo menos teoricamente, capacitadas em dizer que o cartaz X da rua X com o cruzamento da rua Y vai ser colado em tal dia. Isto para o mídia significa uma certeza de que seus cartazes serão exibidos realmente em 15 dias, permitindo, até aliar o veículo às datas de lançamentos de campanhas. Outra sugestão é a criação de uma forma de seguro ao anunciante por danos imprevisíveis como a retirada das tabuletas ou mesmo descolagem do cartaz. Isto porque o anunciante é prejudicado, pois ele está pagando por um cartaz que não está no ar e, consequentemente prejudicando seu objetivo final. Estes prejuízos, muitas vezes são impossíveis de serem avaliados, pois nunca se sabe realmente quantas tabuletas caíram, pela falta de fiscalização. Nós hoje trabalhamos com as empresas de out-door na base da confiança, mas isto não deverá continuar, pois estamos cada vez mais nos profissionalizando e estamos todos num sistema comercial. A criação da Central de Out-Door foi um primeiro passo para aprimoramento do veículo, embora aqueles programas que andaram apresentando por aí não tivesse tido nenhum significado para nós. Mas é errando que se acerta e eu tenho impressão que eles erraram no começo, mas não acertaram ainda no que eu quero que eles façam, pois aquele audio-visual não me acrescentou nada. Eu precisava de outras coisas mais, pois como mídia me interesse muito pelo veículo como um importante meio de comunicação. Mas o fato principal é que com a criação da Central está havendo uma certa conscientização e união entre a empresas, que não existia até uma certa época.
Brainstorming • Brainstorming • Brainstorming
A Professa acaba de conquistar a conta do Banco Boavista.
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A Rádio Carioca está ampliando sua programação no sistema “Selective Programming” empregando sofisticadas técnicas de produção radiofônica.
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A Associação Alagoana de Propaganda acaba de definir sua primeira diretoria. Quem quiser maiores informações, escreva para a agência Contato, Rua Comendador Calaça, 1123, Bairro do Poço, Maceió, Alagoas.
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Muito oportuno o anúncio do Jornal de Brasília publicado esta semana nos jornais carioca, valorizando a cobertura daquele jornal à indicação de Figueiredo para a Presidência. Ao mesmo tempo foram muito pouco eficientes a arte – utilizando-se um quase ilegível corpo 7 para o texto principal da peça – e a mídia – que não atentou para que o anúncio saísse em jornais e páginas condizentes, ou seja, de política racional. O resultado foi ver o trabalho mal cercado por crimes, acidentes, farofeiros, afogamentos etc.
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A Campanha da Denison para o Fiset-Turismo entra no ar esta semana. Aliás, é o último trabalho daquela agência para a Embratur, antes da concorrência.
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Joaquim Vaz de Carvalho (ex-MPM) é o novo redator da Esquire, e passa fazer dupla com Valdo Melo.
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A JMM ganhou a concorrência para o 1º Shopping Center de Belo Horizonte, incorporação da Bozzano Simonsen e Multiplan, empresa ligada a Embraplan tenha mudado de agência. Ela continua sendo atendida normalmente pela Esquire.
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Amaury Albuquerque (ex-Salles) entrou para a área de atendimento da JMM.
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Estudantes de Comunicação - Alunos do 4º período das Faculdades de Comunicação, que pretendam seguir a área de jornalismo, e estejam interessados em estágio, podem nos procurar pelo telefone indicado nesta coluna todo dia, pela manhã.
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O Grupo de Mídia do Rio de Janeiro comemora hoje seu 6º aniversário. A Janela Publicitária e a TRIBUNA DA IMPRENSA se associam às homenagens que todo o meio publicitário deve prestar ao esforço destes profissionais em unir e valorizar sua classe.
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Os dois empresários de comunicação social convidados pelo presidente Geisel em sua viagem ao México não só vem da propaganda como da televisão. Um é Mauro Salles (S/I-A e Associados) e outro é Fernando Barbosa Lima (Esquire e TVE).
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Tereza Souza Campos, a colunável e a nova modelo dos próximos comerciais dos tapetes Milacron.
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A Caio preparou para o cigarro Vila Rica uma campanha maciça de apoio ao cinquentenário da Escola de Samba Mangueira, que será a última a desfilar no sábado de carnaval, para permitir que o povo sambe seguindo com ela, fato liberado tradicionalmente pelas autoridades. A convocação desta participação estará sendo feita em takes com o pessoal da Mangueira em 77 veiculações pela tevê até sábado de carnaval.
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O Clube de Criação do Rio está fazendo a programação visual para o Movimento de Defesa do cinema brasileiro.
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Muito boa a revista Homem deste mês, que depois de mostrar fotos ousadas de Sônia Braga, vem dizer o que fazer para evitar o stress – assunto, aliás, muito importante para inúmeros publicitários que conhecemos.
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Dentro do seu programa de estágios, a Labor está estudando agora qual deve ser o período mínimo em que um estagiário deve permanecer na agência para compreender razoavelmente o funcionamento de todos os seus setores, para poder optar pela sua própria especialização. O importante, até agora, é que já se questiona aquele prazo oficial de três meses.
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Como amanhã é feriado e a TRIBUNA não circula, a Janela está sendo publicada hoje. Mas esta coluna sai normalmente às sextas e fecha às quintas-feiras ao meio-dia. Qualquer comunicado pode ser passado para Rua Barão de Itambi, 7/605, Flamengo, Rio, CEP 20000, RJ. Ou, pelo telefone 286-4876.
Para quem não se lembra da importância do colunismo publicitário, reproduzimos aqui as opiniões de Sani Sirotsky e Arthur Bernstein, em conversa com esta Janela:
- Revistas como Propaganda, Publicidade & Negócio e outras sempre foram muito importantes para o meio. Mas as colunas que surgiram na imprensa fizeram da propaganda um assunto diário do jornal. E deram importância ao nosso trabalho. Os homens de propaganda passaram a ser notícia de jornal. Agora foi mudado aquele conceito antigo de que "não se atende vendedor de reclame e cachorro". Os colunistas publicitários ajudaram a criar uma mentalidade de publicidade como profissão. Hoje, esta profissão é seguramente mais respeitada porque há o colunismo. Se você conversa com uma pessoa alheia ao ramo, facilmente verá que ela já leu sobre e já conhece agências, campanhas, prêmios, e tudo sobre propaganda. Se tivesse colunistas sobre sociologia, os sociólogos estariam mais bem posicionados no panorama profissional brasileiro.
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Catálogos de fotógrafos e ilustradores tem prazo de inscrição até dia 30.
O Clube de Criação de São Paulo vai lançar dois catálogos de “Criatividade” dedicados aos fotógrafos e ilustradores brasileiros. As edições mostrarão, além dos trabalhos, o currículo e o endereço dos artistas participantes, levando estas informações a diretores de arte, redatores, diretores de agências, anunciantes e editoras de todo o Brasil. É a grande chance de se conseguir mais serviços e oportunidades. A inscrição é gratuita, e deve ser feita até o dia 30 de janeiro através da sede do CCSP. à Av. Brigadeiro Faria Lima, 1348 – 2º andar, cj. 21, CEP 01452, tel.: 212-7772, São Paulo, SP. O Clube de Criação pede a ajuda a todos para que divulguem estas informações aos amigos fotógrafos e ilustradores que os leitores tiverem. A Janela apoia incondicionalmente.
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