Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente no jornal Tribuna da Imprensa.
O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.
Já não se faz mais Natal como antigamente...
Paupérrimos os anúncios natalinos deste ano. É certo que o empresariado brasileiro está passando por um período difícil de contenção de despesas, e isto vem refletir diretamente no setor publicitário. Basta compararmos os anúncios de hoje com os de alguns anos atrás que, inevitavelmente constataremos tristemente que já não se fazem anúncios de natal como antigamente.
Do setor varejista tivemos apenas dois bons comerciais. Criativo e oportuno foi, por exemplo, o comercial feito pela SGB para o Ponto Frio. A peça segue a mesma linha de utilização da nossa música popular, apoiada anteriormente, em outros comerciais daquela empresa, nos sambas e nas figuras dos compositores. Só que desta vez, inteligentemente, a SGB lançou o "Natal do Chorinho", utilizando aquele gênero musical para dar novo sentido à diluída campanha da pechincha. A Brastel, através da Labor também apresentou um trabalho bastante criativo. Um comercial onde presta uma espécie de homenagem à nossa cultura e ao exagero "kitsch" de nossa brasilidade, através de um enredo tropicalista, onde, não poderia deixar de faltar as imagens de Carmen Miranda, do pequeno jornaleiro, a Lapa antiga, moças na escada, brilhantina no cabelo, cabaré/Liza Minelli, tudo perfeitamente integrado a um colonialismo americano/hollywoodiano que nos é revelado progressivamente, só atingindo seu auge no final, quando nossa Carmen Miranda abandona seu turbante e deixa saltar um chapéu de cetim vermelho, com um pompom branco na ponta. Ai então, se esclarece a mensagem de Natal da Brastel - "a verdadeira mamãe Noel".
Infelizmente, as outras empresas daquele mesmo setor primam pela falta de bom-gosto de imaginação. A Mesbla continua repetindo o seu nostálgico comercial "o maior natal do Brasil" e a Tele-Rio mostra pela enésima vez aquele seu horrível Papai Noel, totalmente dispensável em suas ofertas, já que estas não transmitem nenhuma mensagem natalina, além da "pechinchar é comprar antes do natal chegar".
Outra mensagem de natal que aparece como incompreensível é a da caderneta de Poupança Delfim. Não tem nada a ver "Cinderela na janela com sapatos de cristal e Papai Noel com flores"... e uma série de frases soltas; totalmente fora do contexto objetivo da mensagem.
Enfim, diante de tantos equívocos que se pretendem ser anúncios natalinos, o consumidor (pobre coitado) é contemplado com os comerciais da maionese "Hellmann's", do Banco Nacional, feito pela Esquire (e que já mereceu uma nota de nossa "Janela") e da Globo, que, apesar de insistir em todo final de ano que hoje é novo dia, um novo tempo já começou", ainda se faz criativa, pois aproveitou o momento da copa do mundo para tema de sua mensagem Global.
(M. B.)
RETOQUE
Esclarecimento a quem não nos conhece.
O Sr. Aroldo Araújo, ao que parece, não compreendeu o sentido de nossa critica à sua lamentável atitude de se utilizar da sorte de um de seus profissionais para divulgar o nome de sua agência, conforme publicamos na coluna de 9 de dezembro.
Quando fizemos esta crítica, estranhando inclusive o "release" vir assinado por duas relações públicas (fato também condenável, pois além de supérfluo deixa a dúvida: quem estará referendando a quem?), não pretendíamos desfazer da agência, mas alertá-la com vistas ao aprimoramento de seu próprio conceito perante o meio, conceito que está sendo prejudicado desnecessariamente por pequenas atitudes como aquela. Além disso, achamos que também deva ser função do colunismo publicitário apontar situações que possam comprometer o respeito profissional. É fundamental que cuidemos sempre do fortalecimento da classe e do meio publicitário, cujas proteções legais já são tão deficientes.
Sem dúvida nos causou muita estranheza tais atitudes partirem de uma agência que tanto se gaba de entender de relações públicas, como estranhávamos ver que aquelas mesmas RPs, até a algum tempo atrás, sequer se identificavam (por opção própria ou ordens superiores?) em seus envios, assinando um enigmático "A.M.R.P.N.B.R.P.".
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Se nossas acusações foram consideradas justas ou injustas pelo Sr. Aroldo Araújo, deixamos de saber. Sabemos é que esta agência, numa providência imediata, (represália!), suspendeu radicalmente todo o envio de "releases" para esta coluna (situação fácil de constatar, pois, como todos sabem, a Aroldo Araújo Propaganda envia aos jornalistas uma média de cinco "releases" por semana sobre suas atividades), cuidando para não alterar o fornecimento aos coleguinhas deste mesmo Jornal.
Este talvez tenha sido seu mais grave erro de relações públicas, tanto em relação a nós quanto à conceituação que a agência pareça fazer dos outros colunistas. Ficou sugerido que a ela não interessa o jornalismo mais questionante, e sim aquele que esteja apenas disposto a lhe fornecer gratuitamente o espaço para a divulgação de suas "realizações", e que, em sua boa-fé, acaba sendo utilizado pela agência.
Felizmente para nós, porém, isto não faz a menor diferença.
Não estamos apenas atrás de "furos". E o fato de não recebermos um "release" não nos desautoriza de comentar e analisar a notícia após sua publicação nos coleguinhas, Não somos nem nunca fomos jornalistas de "releases". Somos, sim, colunistas que procuramos sempre emitir alguma opinião que venha a orientar nossos leitores na formação de suas próprias opiniões. Dai termos a humildade de saber que não estamos com a última palavra. Ela pode ser contestada, tanto pelos leitores quanto pelas pessoas diretamente atingidas por nossas colocações.
Por isso não justificamos a omissão, de qualquer das partes. Ninguém jamais poderá nos acusar de termos lhe sonegado o direito de resposta. Não é a ausência de "releases" que esconderá o fato. E jamais será a ausência de críticas que abonará qualquer ato. Principalmente quando esta ausência de críticas advier de uma divulgação restrita e dirigida segundo interesses próprios.
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Assim sendo, para aqueles que leram em algumas colunas a notícia enviada por aquela agência de que "o CIE-E-Centro de Integração Empresa-Escola estabeleceu que a campanha em benefício dos estagiários, iniciada pela Aroldo Araújo Propaganda, deverá ser um instrumento permanente de sensibilização da comunidade empresarial...” achamos fundamental ser lembrado que este mesmo senhor Aroldo é nada menos que o vice-presidente daquele CIE-E.
(M.E.)
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CARTAS
De Thomaz Schwerdtner, presidente da Central de Out-Door do Rio de Janeiro:
Prezados Márcio e Márcia.
É um grande prazer para nós ver que o Out-Door tornou-se notícia.
Isso mostra que o esforço que a Central de Out-Door vem desenvolvendo está sendo compensador.
Agradecemos a colaboração de vocês, que sempre nos apoiam e destacamos a percepção jornalística na elaboração da “Janela Publicitária”, que na medida em que passa o tempo, vem se afirmando como uma coluna digna de credibilidade e como leitura indispensável para os profissionais de comunicação.
Mais uma vez agradecemos a atenção que sempre nos é dada e desejamos muito sucesso.
Atenciosamente, Thomas Schwerdtner.
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Brainstorming • Brainstorming • Brainstorming
Cada vez mais aumentam as queixas (justas) das agencias médias quanto à avaliação e classificação das empresas da propaganda segundo seu faturamento. Em matéria de 25 de novembro, na Gazeta Mercantil, Renato Castelo Branco (CBBeA) já criticou brilhantemente este critério, e agora é a vez da Mendes Publicidade, de Belém do Pará. Através de sua "Carta Informativa-12", aquela agência mostra que apesar de ter obtido resultados excelentes em 77, não pode ser incluída entre as melhores do país no levantamento do mercado realizado pela revista Exame, porque não estava incluída entre as maiores em faturamento. Assim como a Mendes, inúmeras outras agências seguramente estão sendo excluídas por esse erro de avaliação que vem se perpetuando inexplicavelmente, mesmo em publicações especializadas em economia. Mas não precisa ser nenhum ministro da Fazenda para entender que a avaliação da administração de qualquer empresa só deve ser realizada em cima de seu balanço e não apenas pela receita bruta.
Aproveitamos aqui para sugerir aos colegas colunistas que desde já comecem a desestimular esta prática de avaliar e principalmente divulgar apenas o faturamento das agências. E quando da elaboração de qualquer ranking, não deixem de se basear na rentabilidade das empresas. Já será um bom começo para uma mudança de mentalidade. |
A festa de aniversário do Studio 7, quarta-feira, no Mikonos, foi um belo exemplo de como uma boa festa de publicitários deve ser.
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E hoje está sendo a festa de confraternização interna da Esquire, no Floresta Club, com um campeonato de futebol com três times: atendimento, burocracia e criação.
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A Labor, através de seu diretor Hélio Ramos, esclarece que não tem o menor fundamento o boato que anda correndo de que a Brastel estaria pensando em trocar de agência. Falando em Labor, ela está mudando sua razão social de Sociedade Anônima para Limitada. Além disso, a agência dos irmãos Ramos descobriu que as motos de 50cc são de uma incrível utilidade para o serviço de entregas de uma agência, já que não exigem que os boys tirem carteiras de habilitação e gastam menos que táxi ou ônibus. As entregas da Labor têm sido realizadas multo mais rapidamente (e isso a "Janela", já comprovou) desde que a agência comprou quatro motocas de seu próprio cliente, a Garelli.
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Dia 2 estes colunistas participarão do Seminário que a Labor realiza para seus estagiários, dentro do programa de incentivo a estágios, na prática, que esta agência desenvolve.
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O Clube dos Executivos iniciará um treinamento aos profissionais de seguros de vida, em todo o país, credenciado pelo Conselho Federal de Mão de Obra, do Ministério do Trabalho.
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Esta coluna agradece as manifestações natalinas recebidas e deseja a todos em dobro tudo o que nos desejaram.
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João Batista Demonte Neto, Relações-Públicas da Associação Profissional das Empresas de Propaganda de Brasília informa que com a nova diretoria eleita parece que a APEP desta vez engrena. Curiosamente, em sua carta-release, João Batista chama a associação de "das Agências de Propaganda", incluindo a sigla APAP, contrastando com o timbre do papel, E eu me pergunto: por que não é "ABAP - seção Brasília"?
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Dia 27 a TRIBUNA DA IMPRENSA estará comemorando seu 28º aniversário. A nossa "Janela Publicitária" se associa desde já às comemorações.
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A DPZ reformulou seu Departamento de Mídia, colocando Antônio Aragão para trabalhar com Antônio Padilha, que assume o checking. Com isso Reinaldo Godinho deixa o checking e passa a coordenador.
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Esta colunista ficou muito honrada de ter sido convidada para apresentar as dez mulheres personalidades de 1977, nesta última terça-feira, 20, escolhidas pelo Conselho Nacional de Mulheres do Brasil. Só espero que brevemente as mulheres não precisem mais ser homenageadas apenas em solenidades especialmente femininas, como esta. Já está na hora de se acabar com a discriminação com a mulher nos prêmios já consagrados, e que levam títulos como "Homem de Visão" "Homem de Vendas", "Homem de Veiculação" etc. Sem querer tirar o mérito do excelente profissional que é Edinaldo de Jesus (mídia da Salles/I-A), vencedor do prêmio "Homem de Veiculação" da Rede Bandeirantes, tenho certeza que Maria Alice Langoni (MPM), uma das concorrentes por indicação anterior dos próprios mídias, foi prejudicada simplesmente por ser uma mulher, concorrendo a um titulo de "Homem"! Bem que a Rede Bandeirantes poderia, para o ano, mudar o nome de sua homenagem para "Profissional de Veiculação". (MB).
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Esta coluna sai todas as sextas-feiras e fecha as quintas, ao meio-dia. Qualquer comunicado deve ser enviado para a Rua Barão de Itambi, 7/605. Flamengo. Rio. Ou pelo telefone 286-41376.
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Esta coluna deseja um FELIZ NATAL a todos os nossos leitores e também às agências que não nos enviaram nada. Afinal, a gente entende a atual situação da economia brasileira.
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