Janela Publicitária    
 
  Publicada desde 15/07/1977.
Na Web desde 12/07/1996.
 

Janela Publicitária - Edição de 16/DEZ/1977
Marcia Brito & Marcio Ehrlich

 

Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente no jornal Tribuna da Imprensa.
O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.


Lintas inaugura sede e promove palestra sobre o futuro do VT

Marcia Brito, Marcio Ehrlich, José Claudio Maluf e Michel Sallouti
Os colunistas da Janela, Marcia Brito e Marcio Ehrlich, com o jornalista José Claudio Maluf e Michel Sallouti na inauguração da nova sede da Lintas, em São Paulo.
A Lintas de São Paulo reuniu sua diretoria nesta quarta-feira, 14 de dezembro, com os colunistas especializados em propaganda do Rio, São Paulo e Brasília - Roberto Simões, Fernando Vasconcelos, Jomar Pereira da Silva, Elói Simões, José Cláudio Maluf, Ivan Curvelo, Maurício Coutinho, Marcio Ehrlich e esta colunista - para apresentar sua nova sede, na Bela Cintra.
Naquela ocasião, Michel Sallouti, supervisor do Departamento de RTVC da Lintas nos apresentou alguns filmes ainda inéditos criados pela Lintas e, uma série de VTs produzidos por empresas brasileiras e estrangeiras.
A qualidade dois VTs estrangeiros comprovou que uma mensagem veiculada através de um filme comercial pode ser transmitida em VT, sem perder seu conteúdo. E Michel lembrou que "o VT reduz incrivelmente o custo da produção, oferecendo grandes vantagens de investimentos aos clientes e às agências que produzem muito para televisão".
Mas é preciso ressaltar que o VT no Brasil, infelizmente está sendo muitíssimo mal explorado e ainda não encontrou sua linguagem própria. Esta talvez seja uma das razões de nessas produtoras raramente o utilizarem bem. Esta questão foi amplamente discutida, pelos colunistas presentes, que se manifestaram apoiando a necessidade de se incentivar o aprimoramento técnico para o uso de VT no meio publicitário.
Roberto Simões (editor da Revista Marketing; Diário Popular da Tarde - São Paulo) sugeriu a Elói Simões (Popular da Tarde - SP) que começasse a fazer um estudo sobre "a linguagem do VT"; Ivan Curvelo (Jornal do Comércio - Rio) propôs a criação de um "grupo de produtores de VT"; Marcio Ehrlich (TRIBUNA DA IMPRENSA - Rio) lembrou que "uma das melhores maneiras de incentivar a qualidade da criação e da produção dos comerciais em VT do Brasil seria a instituição de uma premiação regular para o melhor comercial de VT do ano", no que foi apoiado por Roberto Simões. Fernando Vasconcelos (Jornal de Brasília) se colocou à disposição de Michel para levantar os problemas do VT em palestras em Brasília.
(ME)

RETOQUE

Ainda Nanicas & Mídia

O esforço de concretização de uma Central de Comercialização de Imprensa Nanica começa a dar alguma mostra de resultados práticos.
Nesta última terça-feira, 13, Maria Alice Langoni (MPM), José Arteiro (Artplan), Marlene. Fuchs (Coscom) e Ulysses Santos (DPZ), representando o Grupo de Mídia; Carlos, Ralph (Rádice) e Narciso Lobo (Bagaço), pelos jornais políticos-culturais; e Roberto Pereira· (O Patropi) e Edson Mattos (O São Gonçalo) pelos Jornais de bairro; sob nossa coordenação, participaram da primeira reunião das comissões para a formação da Central.
Nesta reunião, realizada na sede da MPM-RIO, se verificou que, a partir de divergências Ideológicas e estruturais (já demonstradas no encontro de novembro, quando participaram cerca de 25 representantes de Jornais nanicos), será mais viável o estudo separado dos problemas dos Jornais de bairro e dos jornais da área político-cultural (ou alternativa) implicando na organização de duas Centrais.
Por decisão unânime, ficou estipulado que os novos representantes das comissões de cada área se restringiriam a duas pessoas, que centralizariam profundamente os entendimentos entre os veículos e os mídias. Isto, para nós, é um passo fundamental, pois encaminha para a liderança das organizações pessoas realmente integradas aos veículos interessados, e com melhores condições de defendê-los.
A escolha destes representantes teve que obedecer a um critério prático. Dos quatro membros das primeiras comissões das duas áreas, que haviam se comprometido a comparecer, apenas dois o fizeram, e demonstraram interesse sério em prosseguir com os trabalhos. Isto não impede, porém, que após reuniões com seus veículos, estes representantes optem por serem substituídos por outras pessoas, se acharem que estas poderiam exercer melhor a função, Mas isto transcende nossas discussões.
Por parte dos jornais políticos culturais, ficaram estabelecidos os nomes de Carlos Ralph e Narciso Lobo (tel: 265-8817) e pelos jornais de bairro, Roberto Pereira (tel: 394-4450) e Edson Mattos (teI: 712-1033).

Como primeira função destes representantes, está a realização de um levantamento exaustivo dos jornais de sua área em âmbito nacional para os político-culturais, e do Rio de Janeiro para os jornais do bairro.
Este levantamento, que pode e deve contar com a colaboração dos Próprios veículos, procurando aqueles representantes, deverá indicar quais os jornais interessados ou não em participar das Centrais de Comercialização da Imprensa Nanica, e seus dados técnicos, como periodicidade, tiragem, formato, processo de impressão, processo de distribuição, preço de capa (se vendido), preços de anúncios e conteúdo editorial.
A partir dai, sabendo-se com quem estamos falando, e suas peculiaridades, as sugestões para normas práticas de comercialização surgirão mais facilmente.
Outro aspecto importante desta reunião foi as publicações politico-culturais admitirem suas deficiências em conhecimentos técnicos de comercialização e propaganda, o que vêm dificultando uma conclusão, por parte delas mesmas, de todas as variáveis possíveis de veiculação cooperativada, e por qual optar. O Grupo de Mídia, porém, numa atitude muito digna, se dispôs a orientar os representantes das comissões em tudo o que "for necessário para" aqueles veículos compreenderem melhor a mecânica da propaganda, visando bases satisfatórias para a implantação da Central.
Também se veio a saber que alguns profissionais de mídia e planejamento de São Paulo, como Luiz Grottera (Salles/Inter-Americana) e Maria Fátima Jordão (Lintas), estão interessados em ampliar estes estudos em São Paulo, inclusive através do Grupo de Mídia daquela capital.
Apenas o registro de algo a se lamentar: a incompreensão de algumas pessoas, como o Sr. Daria Paes, do ZN Jornal, de Madureira, quanto à importância de um trabalho conjunto e de união de esforço. E a incompreensão do fato de que esta coluna não está ganhando nada, nem espera ganhar, para promover esta Central. Nosso Interesse está ai, nestas linhas, às claras. Por isso não vamos nem nos explicar. Não temos por que.
E, estamos seguros de que este mesmo raciocínio pode ser estendido aos Grupos de Mídia.
(ME)

CARTAS

Expressar publicamente suas ideias é um direito inalienável de qualquer um. Uma carta à imprensa é uma forma de exercer este direito, Publicá-la: é um dever de quem recebe. Ainda que não compartilhe, total ou parcialmente, com seu conteúdo. E ainda que não se disponha a respondê-la, imediatamente.

De Hélio Ramos, Diretor de Planejamento da Labor
Márcia & Márcio,
A página de vocês aí na TRIBUNA estava prestando mesmo de uma seção humorística como a publicada na última "Janela", de autoria dos Cri-Cris dos Clubes de Cri-Cri-Ação do RJ/SP/MG/PR/BA/ES/SC e RS.
Aquela declaração de princípios é o fim, e por ai só demonstra a realidade dos Cri-Cris dos Clubes de Cri­Criação pelo Brasil adentro. Uns verborrágicos primários, auto-badaladores infantis, uns pretensiosos, uns chatos crônicos e bons basbaques, com raras exceções.
Se as associações regionais de Propaganda não estivessem na entre-safra de líderes, toda esta imensa comichão superficial já teria sido superada por realizações com sentido profissional mais profundo e sério.
Mas quando a temporada de caça às medalhinhas e a distribuição de títulos e comendas passam a ser a principal atividade de entidades quarentonas como a nossa; aí se compreende os fenômenos da pulverização de esforços, da fuga de talentos e da proliferação destes tipos de Cri-Cri-Atividade de titica.
Os meninos estão querendo aparecer de qualquer jeito, e jeito que encontraram foi o de cavar regra à vontade, em nada menos que trinta princípios.
Um tremendo bestialógico ético-estético-dialético, nada sintético, para a satisfação dos frenéticos Cri-Cri-Ativos da nossa propaganda.
E pensar que este tridecálogo sobre a importância do óbvio em forma de lugar-comum, neste momento deve estar sendo alvo de infindáveis verborréias comunicológicas nas nossas dificuldades (quem falou em faculdade?) de comunicação.
É dose prá leão.
Chega de bronca. Um grande abraço pra cês dois do Hélio, 9/12/77.

De Paulo de Tarso, redator da Denison-Rio:
Querida Márcia,
Eu não estou protestando contra os critérios adotados pela ABP nas premiações deste ano, conforme você anunciou na "Janela" da semana passada.
Simplesmente porque não conheço os tais critérios e depois porque no meu protesto eu atingiria profissionais de talento, merecedores dos prêmios que lhes foram entregues. 
Protestei; sim (e protesto mesmo), ainda que sozinho, contra a eleição do Sr. Adolpho Bloch "O Publicitário do Ano".
Por dois motivos. Primeiro: ele não é publicitário. Segundo: é dono de house-agency. Por isso, sejam quais forem os critérios de qualquer associação de classe, nessa premiação a ABP passou recibo de idiota.
Premiou um empresário e jornalista como Publicitário do Ano, premiando quem nunca redigiu um texto, rafiou um layout ou sequer discutiu um plano de mídia e (portanto) deu um chute no traseiro de todos os profissionais sérios e competentes do Rio de Janeiro.
Como se não bastasse isso, deu (por tabela) um voto de louvor à house-agency, se não me falhe a memória, prática político-empresarial combatida até os dentes pelos próprios profissionais que entregaram o prêmio.
É contra isso que eu protestei; Márcia. Mas só contra isso.
Eu continuo lendo Manchete do mesmo jeito.
Um abração, Paulo de Tarso, Rio, 15 de dezembro de 1977.


Brainstorming • Brainstorming • Brainstorming



ABM SGB Agência do Ano
N.R.(2013): Anúncio publicado na edição impressa da Janela.
Dia 11 de dezembro a profissão de Relações Públicas completou dez anos de regularização no Brasil. Na eleição realizada neste dia, para o Conselho Federal de Profissionais de Relações Públicas, a chapa de Dante de Lima Vianna derrotou a de Domingos Araújo da Cunha Gonçalves de 690 votos a 306, em todo o Brasil. No Rio, a diferença foi de 378 a 122.
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A L&F (representante da DPZ em Minas) está comemorando seu 5º aniversário e novo endereço com um dos maiores anúncios de agência que já vimos de jornal: 7 colunas por 46 cm!
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A "Revista Sharp" passa a substituir o "Sharp Jornal" e o "Notícias Sharp", publicados por esta empresa. O editor continua sendo Luiz Ernesto Kawall.
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André Luiz Gonçalves está deixando a Publisian.
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A Rio Gráfica Editora fará uma grande campanha promocional em 78 para a Pepsi-Cola utilizando os personagens da Hanna Barbera. Como agências responsáveis, a Glendining dos Estados Unidos, e a Salles, do Brasil.
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A revista e o quinzenário Anúncio, de Carlos Cauby Silveira, deixam de ser editados pelo CVC para ser pela "Anúncio - Publicações e Publicidade Ltda.", constituída em 4 de dezembro de 1977. Cauby e Neusa desligaram-se do CVC e transferem-se para o Rio, onde "Anúncio" estruturará uma nova editoria, e sede administrativa. A revista passará a ser mensal e sua venda por assinaturas terá a responsabilidade da Agência Carlos Rhoden, que já vende assinaturas de Advertising Age, Graphis, Idea etc.
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A instalação da Casa do Publicitário - para ser a sede definitiva da Associação Brasileira de Propaganda - continua sendo solicitada pelo presidente da ABP, Paulo Roberto Lavrille de Carvalho, em todas as comemorações de que participa.
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Luciano Roberto Nieri (ex­Gessy-Lever) acaba de assumir a direção da Divisão de Marketing da Pepsi-Cola do Brasil, com sede no Rio de Janeiro.
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A ABA está se utilizando do cartão de Festas de Gian Calvi desenhado para a UNICEF, como seu envio personalizado.
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A Assessoria de Relações Públicas da Presidência da República já marcou dias e locais para distribuir diretrizes para a produção de peças publicitárias para 1978. O Edital foi publicado no Diário Oficial de 1º de dezembro.
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Elísio Leite (ex-Premium) é o novo mídia da Garden. Mais um que acompanha Flávio Gomes de Mattos na arrancada de sua agência.
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Os publicitários cariocas estão esperando impacientemente a edição da Revista Propaganda que está para sair com um levantamento do mercado publicitário do Rio de Janeiro.
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Michel Sallouti, o mesmo que está na matéria da Márcia Brito de hoje, está se desligando da Lintas para se dedicar à produção de TVC em regime de free­lancer.
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O anúncio da Salles para o DNER "Você prefere chegar aos 18, aos 25, aos 46 ou aos 80?" será aproveitado também para um filme de TV.
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Realmente esfuziante o coquetel de confraternização de fim-de-ano da Esquire, terça-feira, no Country Club. Fernando Barbosa Lima, Clementino Fraga Neto e Jorge Funes literalmente não cabiam em si de tanta alegria.
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Mesa só de colunistas presentes ao lançamento do álbum "Cantores Brasileiros": I - a Modinha, da Companhia Internacional de Seguros, segunda-feira no Golden Room. José Cláudio Maluf, Jomar Pereira da Silva, Ivan Curvelo e estes dois aplaudindo mais este incentivo da CIS e da Lintas à música brasileira. É a grande ironia brasileira. Se duas multinacionais não se mexem para divulgar nossa cultura como já fizeram ano passado, com o álbum de chorinhos, pouco restará para se ver.
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Esta coluna é publicada todas as sextas-feiras, e seu fechamento é às quintas-feiras, ao meio-dia. Toda informação ou correspondência deve ser enviada à Rua Barão de Itambi, 7/605, Flamengo. Rio. CEP 20000. Ou, pelo telefone 286-4876.