Janela Publicitária    
 
  Publicada desde 15/07/1977.
Na Web desde 12/07/1996.
 

Janela Publicitária - Edição de 30/SET/1977
Marcia Bê

 

Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente no jornal Tribuna da Imprensa.
O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.
"Marcia Bê" era o pseudônimo da jornalista Marcia Brito. A coluna era editada por Marcio Ehrlich.


RETOQUE

A mostra dos comerciais de tevê premiados pelo CLIO, ocorrida há duas semanas no Hotel Nacional, deu muito que falar, já no próprio dia. Não foram poucos os comentários desaprovando as peças exibidas e relacionando-as com as dos anos anteriores, "estas sim muito melhores".
Entender o porquê destas opiniões não é difícil. Afinal, as peças premiadas demonstram uma tendência distinta do que se está fazendo - de modo geral - atualmente no Brasil. Não em técnica, pois tenho certeza que nossos cineastas publicitários têm competência para executar qualquer trabalho semelhante, mas em estrutura e ideia. A começar pela duração de cada comercial. Foram frequentíssimos os filmes de mais de 30 segundos. Só isso demonstra que as respectivas agências passaram a se preocupar mais em dar o recado que julgassem necessário, sem ter que se condicionar com padronizações preconcebidas. O reflexo prejudicial no Brasil deste limite impingido dos 30 segundos pode ser comprovado pelo anúncio do festival do filme publicitário do ano passado, que se abria à inscrição de comerciais de 30 segundos "ou até 3 minutos, para os mais prolixos". Por que prolixos? Quem ou o que determinou que o espectador perde a atenção a partir do 31º segundo? Isto até parece aquele tabu superado, porém recente, de que o anúncio não podia ter muito texto. Se a peça for inteligentemente estruturada e bem realizada, prende o público à tela até por quatro horas...
Os premiados do CLIO também demonstraram um patente abandono do destaque direto do produto em troca de uma maior valorização de todas as circunstâncias emocionais que envolvem o consumidor e o objeto da propaganda. Viu-se comumente o nome do produto, ou o próprio, só apareceram após a última cena, apoiados por uma boa frase. A qualidade de tais produtos não estava sendo vendida. Era como se tivesse se demonstrando que os consumidores daqueles países não desconfiam mais da qualidade do que compram, ou não ignoram afinal o que querem. Não é preciso lhes mostrar frontalmente durante todos os 30 segundos, quantas bocas o fogão tem, ou os novos padrões de lençóis. É importante sim considerar o consumidor não como uma máquina compradora, mas como um ser humano de sensibilidade de que pode ter, inclusive, suas melhores emoções ligadas a algum objeto de consumo. O publicitário, então, munido de um psiquiatra, um relações-públicas, um sociólogo ou psicólogo, (ou mesmo dos arsenais destes), vai descobrir a maneira mais efetiva de concretizar aquelas ligações. Ou através do orgulho nacionalista (muito comum nos EUA), ou jogando com os princípios básicos de amor, vida e morte, com suas interligações com sentimentos de bem-estar, proteção, saudade, compaixão etc. Em vez de programar o consumidor, se irá respeitá-lo como gente e motivá-lo. Sem se perder a criatividade, é claro. E a volta do consumidor ao primeiro plano. Como alguém que a quem se dá o direito de verificar o produto e decidir qual o refrigerante ou extrato de tomate que ELE julgar melhor.
Se esta nova mentalidade vai ser bem aceita nos meios publicitários brasileiros, só o tempo dirá Até agora, assistimos alguns casos animadores, como campanha de vacinação contra a Pólio (e que levou um CLIO) um recente e lindíssimo filme das cadernetas de poupança Bradesco (que inteligentemente associou a abertura de uma caderneta à ideia de que isto fará um filho continuar se orgulhando e se lembrando do pai mesmo quando crescer (e não mais repetindo que elas dão juros, correção monetária balconista bonitinha, show de samba etc.), e o comentadíssimo (e cantadíssimo) comercial de lançamento do Commander. Mas, como todos viram a própria Artplan arrependeu-se no meio do caminho, e continuou a série daquele cigarro no estilo tradicional. Eu sinceramente gostaria de saber as razões.
Marcio Ehrlich

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A Editora Saraiva vai editar, na segunda quinzena de novembro, o "Rodoguia 78" - completo trabalho cartográfico -e informativo, editado em inglês, português e espanhol, com 360 páginas, tendo uma sequência cartográfica lógica, com 26 mil localidades distribuídas em seis grupos populacionais, acidentes geográficos, categorias administrativas etc.
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A partir da primeira edição do mês de outubro, a revista Exame mudará seu processo de impressão para rotogravura, com exceção das capas, que continuarão sendo impressas em offset.
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O Grupo de Mídia está convidando todos os profissionais de propaganda a participarem do encontro do Grupo com a Central de Out-Door que será no dia 4 de outubro, às 10:00hs na Escola Superior de Propaganda e Marketing (Praia de Botafogo, 210/11º andar. A entrada é franca.
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A edição de outubro da Revista Marketing abordará como matéria de capa os temas "Promoção de Vendas" e "Merchandising". O fechamento publicitário será dia 17 de outubro.
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Uma nova revista nas bancas: Hoje - os melhores livros. Editada pela Francisco Alves, traz ilustrações a cores, e pretende selecionar, a cada mês, o que melhor se publica no Brasil e no mundo, abordando ficção, história, pesquisas etc.
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Ontem foi o coquetel da Associação Brasileira de Relações Públicas, comemorativo ao Dia Panamericano de Relações Públicas e também o 9º aniversário da regulamentação da profissão. Infelizmente não podemos comparecer. No décimo ano estaremos lá.
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Embora a profissão de relações públicas exija curso superior e registro no Conselho Regional, tem muita gente que insiste em dizer que é HP sem nunca ter feito sequer seu registro naquele órgão. Assessoria de imprensa não tem nada a ver com assessoria de relações públicas. Felizmente, apareceu um projeto de lei estabelecendo às assessorias de imprensa profissionais jornalistas devidamente registrados no Ministério do Trabalho. Esperamos que esta medida consiga finalmente acabar ou pelo menos diminuir o grande número de incompetentes que andam por aí misturando as bolas e atropelando os verdadeiros profissionais.
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A Pulga Produções/Arte & Comunicação está prestando Assessoria de Imprensa a XXXI Conferência do Comitê Marítimo Internacional que encerra hoje no Hotel Nacional.
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A a.a. Comunicações, esta fazendo a divulgação de seus clientes "Clube dos Executivos" e "Residência".
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A Redinger & J.G. está precisando de um fotografo - laboratoristas para trabalhar naquela agência. Os interessados podem marcar com o Luiz Redinger pelo telefone 246-9622 ou 246-8696.
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A SSC&B:Lintas fez um anúncio para seu cliente Remington prestigiando o I Encontro com a literatura brasileira e comemorando os 70 anos daquela empresa no Brasil. * A Lintas de São Paulo estará brevemente em sua sede nova na Rua Bela Cintra 643. Mas já estiveram visitando a sede, os srs. Klaus Kruger, presidente da agência da Argentina, Teófilo Tait, diretor de atendimento em Buenos Aires. Henry Northcete, presidente da Northcete Merino Silva, associada da Lintas em Santiago e Frederico Reilly, presidente da Corporacion Publicitaria, associada no Uruguai. Eles foram recebidos por Carlos Alberto Calmo, com quem mantiveram uma série de reuniões sobre os projetos da empresa.
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O diretor comercial do Peg-Pag William Kattah está satisfeito com o trabalho desenvolvido pela Salles/Inter-Americana. O concurso de Arte Infantil "Vamos pintar a primavera" vem reforçar o slogan que diz ser o Peg-Pag, "uma casa de confiança".

Nota da Redação em 2013: O anúncio abaixo foi publicado na edição impressa da Janela. Estamos reproduzindo aqui pelo registro histórico:
ABP - Curso para Secretárias