Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente no jornal Tribuna da Imprensa.
O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.
"Marcia Bê" era o pseudônimo da jornalista Marcia Brito. A coluna era editada por Marcio Ehrlich.
A carta do publicitário Hélio Ramos que publicamos semana retrasada criticando o planejamento da campanha da Central de Out-Door, entidade que congrega as empresas que controlam a colocação dos out-door no Rio de Janeiro, já provocou uma resposta.
A Central de Out-Door (que é a conta da Aroldo Propaganda) enviou a esta colunista uma carta que publicamos a seguir, defendendo sua estratégia de comunicação. Se os leitores se satisfizerem com esta resposta, ótimo. Se não, a JANELA continua aberta a este debate. E a outros, é claro.
Prezada Márcia,
Como você sabe, no dia 1 de setembro de 1976, a Central de Outdoor do Rio de Janeiro, constituiu-se numa entidade representativa de classe, reunindo as seis empresas de Out-Door do Rio.
Nestes doze meses foi preciso muita luta e conscientização para concretizar, definitivamente, o nosso "out-door" (painel de folhas coladas) como veículo de comunicação de massa.
Agora, já com uma primeira etapa cumprida, começamos a desenvolver planos mais arrojados, motivo pelo qual estamos lhe escrevendo esta, com o intuito de explanar o trabalho que estamos fazendo.
O Out-Door pôs seu produto no olho da rua, nestes últimos meses. E, creia, foi o bastante, pois está todo mundo falando dele. O Out-Door é o papo do dia, assunto das rodas, conversas da moda, motivo de cartas e telefonemas. O Outdoor abriu o verbo, assumiu definitivamente as ruas como veículo de comunicação de massa, botou as cartas na mesa.
Foi um trabalho corajoso do pessoal aqui da Central. E, por isso é que ele - o nosso out-door - está em todos os lugares e na sua "Janela", que acompanhamos desde o início, provocando reações.
Mas, não podemos deixar passar sem esclarecimento as ponderações levantadas pelo publicitário Hélio Ramos, da Labor Publicidade. Afinal, trata-se de um cliente em potencial da Central de Out-Door.
Gostaríamos de esclarecer alguns pontos levantados sobre o "planejamento de comunicação" da Central de Out-Door do RJ. 1ª Divuigação do "Seminário de Reciclagem de Mídia":
A Associação Brasileira de Anunciantes, entidade promotora do Seminário, desejando dar a maior amplitude possível ao evento, atingindo, não apenas publicitários e anunciantes, mas relações públicas, especialistas em marketing, Jornalistas, cineastas, estudantes universitários e até possíveis interessados em comunicação, precisava de um veiculo que, num curto espaço de tempo, informasse que "todo mundo podia participar", que o seminário ia ser realizado no local tal e com horário tal. Imediatamente com o sincero desejo de colaborar para o brilhantismo deste evento, tão necessário ao meio publicitário, oferecemos quantas placas fossem necessárias para uma cobertura em "out-door".
O "Vamos todos..." justifica-se pelo próprio público que se queria atingir.
Na verdade, o que muita gente confundiu foi pensar que o Seminário de Reciclagem "de" Mídia era Seminário de Reciclagem "do" Mídia.
Realmente, a língua portuguesa, às vezes, engana.
2º "O Out-Door põe seu produto no olho da rua". Outra coisa, Márcia: quando delineamos nossa linha de criação levamos em consideração o fato do respeitável público já andar cansado de ser chamado de "grande massa que passa nas ruas" e "comum dos mortais", opiniões discriminativas.
Através de pesquisa, procuramos uma ilustração que esclarecesse definitivamente o que era "out-door" e, chegamos ao óbvio - não há carioca, pelo menos sete em cada 10 (segundo o Gallup), que nunca tenha visto um colador de "out-door". Para completar a imagem do colador, procuramos uma expressão bem popular, massificada e chegamos ao texto final. O termo "out-door" entrou apenas como elemento de ligação.
E, devemos considerar também que "O Out-Door põe seu produto no olho da rua" foi uma peça criada, dentro dos objetivos da primeira fase do nosso planejamento, para que a Central de Out-Door se comunicasse com todos os seus públicos, inclusive o povo.
3º Mídias: um público especial.
É claro que os profissionais de mídia são o principal público da Central de Out-Door. São eles que selecionam após rigorosos estudos, os veículos que serão sugeridos aos Anunciantes. Obviamente, eles precisam de um tratamento especial. O que eles querem saber é muito específico. Particular aos mídias. Trata-se da nossa segunda fase. No dia 4 de outubro estaremos reunidos com o Grupo de Mídia. Paralelamente, estamos levantando dados exatos sobre o veículo "out-door".
Acontece Márcia, que quando aprovamos a campanha para a Central de Outdoor tivemos a preocupação de veicular um trabalho de comunicação integrado que não apenas atingisse objetivos imediatos. Um trabalho de sedimentação. É isso que estamos conseguindo para a Central de Out-Door do RJ. Seria muito cômodo uns anúncios para veículos especializados e umas peças promocionais para envio aos mídias em mala-direta, achando que o trabalho estava feito.
Nós não fizemos isso. Aí está a diferença.
E você sabe o que os Mídias pensam disso tudo? Estão surpresos, Márcia. Surpresos com o que a Central de Out-Door do RJ está provocando.
Só se fala em Out-Door, o Out-Door ganhou os jornais, as revistas e virou notícia. Notícia super positiva.
O "audiovisual" que a Central produziu está sendo requisitado para apresentação em faculdades, associações, entidades do Governo e empresas.
Imagine você que, a partir do dia 3 de agosto, motivados pelo resultado alcançados no Rio de Janeiro, foi criada a Centra de Out-Door de São Paulo.
Márcia, esperamos ter esclarecido o nosso caro Hélio Ramos. A você, o nosso muito obrigado.
Atenciosamente,
CENTRAL DE OUT-DOOR - Rio de Janeiro - Thomas Schweidtner – Diretoria.
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Espanha. O que há de novo na Europa.
Bem bolado este anúncio que a Lintas fez para seu cliente Ibéria. Interessante que a Espanha de Franco não era considerada um país da Europa. Somente agora com a democracia ela passou a ser uma novidade do Velho Continente. O pessoal da Lintas sacou isto muito bem. Falando em Ibéria, esta companhia, que comemora seu cinquentenário, ultrapassou a cifra de 50.000 passageiros transportados num só dia. Exatamente 52.081 passageiros viajaram pela companhia espanhola no dia 31 de julho. Se fossem colocados em aviões DC-10, esses passageiros ocupariam aproximadamente 199 aeronaves.
RETOQUE
Já está se tornando praxe, em algumas colunas de publicidade, a divulgação de flagrantes "barrigas", ou seja, noticias errôneas e infundadas. Isto é multo desagradável. Convém se lembrar que colunismo publicitário é, antes de mais nada, jornalismo. E, como jornalismo, tem um compromisso inalienável com a responsabilidade da informação.
Ao colunista de publicidade não compete apenas reproduzir releases enviados pelas agências, frequentar coquetéis e se regozijar por ser dono de um espaço em um Jornal. Ele tem que ser também alguém de opinião, que retribua ao leitor a confiança que este lhe deposita, exatamente por aquelas prerrogativas de que dispõe. Se já é indesculpável ao jornalista (mesmo o de publicidade ou marketing) se utilizar de sua situação privilegiada para se autopromover, ou à empresa em que trabalha, assim como elogiar apenas por interesse próprio, Ou mesmo sair da seara a que sua coluna se propõe (fatos ocorridos com razoável frequência) é inadmissível a publicação de "noticias" das quais não disponha de absoluta confirmação de sua veracidade. Informação passada de boca, por melhor que seja a fonte, até sua verificação, não passa de boato.
O mínimo que pode acontecer a quem não se preocupa com estes detalhes é perder sua credibilidade junto ao leitor. O mínimo, dissemos. E pode haver alguma coisa pior?
Marcio Ehrlich e Marcia Bê
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Brainstorming • Brainstorming • Brainstorming
A SGB acaba de contratar o Manoel S. Costa. (exDenison) para a supervisão do seu Checking de Media. Ainda sobre a 8GB, a R. J. Reynolds Tabacos do Brasil anunciou oficialmente a sua decisão de confiar àquela agência a responsabilidade de planejar, criar e veicular a propaganda de parte dos novos produtos da empresa a ser lançados brevemente no mercado. Embora atue no Brasil há menos de três anos, a R.J. Reynolds já conquistou aproximadamente 1% do mercado nacional de cigarros, através da compra da Lopes Sá - quando assumiu marcas como "LS", "Vila Rica" e St Moritz" - e mais recentemente através dos lançamentos de "Kingston” e “Chanceller". Com a designação da SGB, a R. J. Reynolds passa a dividir o atendimento da sua propaganda entre a Caio Domingues, a Alcântara Machado Periscinoto e a SGB Publicidade e Promoções.
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A lNTERMARKET esta desenvolvendo um belíssimo trabalho de propaganda para seu cliente "Transbrasil". A busca de perfeição da gaivota "Fernão Capelo" é o símbolo da filosofia da "Transbrasil".
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Ivan S. Pinto acaba de assumir a presidência da Proeme, após deixar o cargo de diretor de atendimento da Lintas. Com a ida de Ivan, a Proeme formou o trio de cobrões: Enio Maynardi, Ivan e Carlos Eduardo Ferrari.
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A INFORM - Consultoria de Relações Públicas está comunicando seu novo endereço: Av. Nove de Julho, 5049/4° andar. São Paulo.
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Edson Schettine de Aguiar, presidente da Associação Brasileira de Relações Públicas foi um dos integrantes da Comissão Julgadora do "Prêmio Mobral de Jornalismo".
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A Rabelo Representações avisa que o fechamento da Revista "Guia de Camping" 1978 será dia 29 de outubro
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Também no dia 20 de outubro será o fechamento publicitário da "Vogue Presentes", um encarte especial que circulará dentro das revistas Vogue de novembro e dezembro.
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Aí está uma prova de que anúncio pequeno pode ser criativo. A Redinger & JG conseguiu que este anúncio (publicado em duas colunas) feito para seu cliente Coban, sobressaísse no meio de tantos outros pequenos e de mau-gosto.
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O júri formado por Pedro Galvão (presidente do Clube de Criação do Rio), Carlos Augusto Rodrigues (LM Propaganda), Manuel Rodrigues (gerente de promoção da Revista Bolsa), Inocêncio Perez (da Denison), Carlos, Jomar Pereira da Silva, Eduardo Lucano da Ponte e Maria Cristina Carvalho Pinto escolheu os vencedores dos três prêmios do Concurso de Capas "Cem anos de Pregão", promovido pela Bolsa de Valores do Rio. São eles: Oswaldo Miranda (Curitiba,... 20.000,00 - Bolsa). Ney Damaceno (Rio, 10 mil Gráfica Lord), Waldemar Gonçalves de S. Filho (SP, 5 mil - Photo Graphis). A equipe composta pelos estudantes Ricardo Carvalhau, Cecilia Scheneider, Álvaro G. de Almeida e Sonia Maria Silvano mereceu 2 menções honrosas.
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Novamente a religião volta a ser usada nos comerciais. Desta vez para vender óleos vegetais. Dois destes filmes já estão nos vídeos cariocas. Um mostra dois freis num ambiente religioso das melhores cozinhas católicas, música sacra de fundo etc, se deliciando com os regalos feitos com óleo Soberbo. O outro utilizou a Umbanda e colocou umas negras vestidas de baianas, dançando e servindo seus quitutes feitos com o óleo Violeta. Se esta moda pega, daqui a pouco vamos saber o segredo dos pratos dos Hare Krishna, do Kung-fu e das maravilhosas esfihas do Baalbek.
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Sieiro Netto, diretor da Publicidade Certa, viajando para São Paulo, Brasília e Belo Horizonte, a fim de estudar o mercado para a abertura de filiais naquelas capitais.
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A Editora Abril marcou o lançamento da edição de setembro da revista Homem reunindo publicitários e Jornalistas terça-feira passada no "Special". Estavam presentes Otto Pajunt (Mc Cann), Leonardo Laginestra e Nemércio Nogueira (Salles Inter-Americana), Sérgio Gentile (Abril), Fernando Zerlottini (Globo), Sergio Cabral, Caetano Veloso, entre outros que a Bê aqui viu.
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Está de volta nos vídeos a propaganda comparativa. Ao contrário de que se pensa, a propaganda comparativa contribui grandemente na formação de uma opinião pública, na medida em que ela motiva o consumidor a comparar produtos apresentados. Os anúncios do extrato de tomate Etti e da Pepsi são bons exemplos de que o que vale mesmo é a qualidade e o gosto do freguês.
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Da "Primeira palavra do Clube de Criação de Minas- transcrevemos algumas posições que achamos importantes: -” - o primeiro papel do Clube é empenhar-se pela valorização do profissional de criação. Valorizar o profissional de criação significa: unir-se a todo esforço para valorizar a própria propaganda, como profissão e atividade econômica... Significa influir internamente no âmbito das próprias agências... Significa prepará-lo cada vez mais para sua função na vida econômica, através do aperfeiçoamento técnico... Significa prepará-lo cada vez mais para sua função na vida social... Significa apoiá-lo nas suas reivindicações por melhores condições de trabalho... Quem desejar maiores informações sobre o Clube de Criação de Minas pode entrar em contato com o colunista Carlos Alenquer, do Diário do Comércio de Belo Horizonte. Rua Padre Rolim, 632.
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Esta coluna fecha às quintas-feiras ao meio-dia. Qualquer correspondência deve ser enviada para a Rua Barão de Itambi, 7/605. Flamengo. Ou pelo telefone 286-4878.
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