Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente no jornal Tribuna da Imprensa.
O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.
"Marcia Bê" era o pseudônimo da jornalista Marcia Brito. A coluna era editada por Marcio Ehrlich.
Na semana passada iniciamos nossa coluna com um comentário pertinente aos veículos de outdoor em nossa cidade. Dirigimos algumas sugestões à Central de Outdoor (empresa que engloba a Época, Espaço Rio, ADVER, Karvas, Klimes e Sign) para que passasse a considerar profissionalmente os mídias, pois estes sim, deveriam ser o público alvo daquela empresa. E abrimos nessa JANELA ao debate.
Hoje, transcrevemos (com a devida permissão) uma carta enviada a esta colunista por Hélio Ramos, diretor de planejamento da Labor Publicidade. Emoções à parte, esperamos que o debate continue. A questão é de interesse de todos os anunciantes e profissionais de propaganda.
- "Márcia, você tem razão”. Os responsáveis pela Central de Outdoor perderam uma boa oportunidade de falar no Seminário de Reciclagem de Mídia àqueles que deveriam ser seu público-alvo: Os mídias. Em compensação os responsáveis pela COD não perderam oportunidade de dar a estes profissionais os melhores exemplos das piores utilizações de seu próprio veículo.
Vem cá Márcia, este negócio de vender "Seminário de Reciclagem de Mídia" à grande massa que passa nas ruas na base do "Vamos todos" para atingir a uma centena de profissionais que militam em poucas dezenas de agências estruturadas no Rio e mais a outros tantos clientes, é dose prá jumento!
Essa história de "O outdoor põe seu produto no olho da rua"... é outra mensagem em chinês para o comum dos mortais. Vejo mesmo nisto um certo desrespeito ao chamado respeitável público.
E os mídia, quê qui pensam disso tudo? Eles que estão lá se reciclando deviam aproveitar a oportunidade e dar uma bicicleta neste desprofissionalismo, este sim, desacreditados do veículo e deles próprios.
Tem mais uma coisa, Márcia, nesta bobeira a Central de Outdoor não está sozinha nem foi a primeira: A Escola Superior de Propaganda e Marketing anuncia seus cursos superespecializados pela TV Globo, em horário nobre (!!??). A turma do COD e da ESPM bem que podia aproveitar a presença do Pedro Mainrath dia 8 próximo no SRM da ABA para se reciclar em Media, não é Márcia?
Só estou convidando em código fechado por estar me dirigindo a uma coluna especializada de um veículo como a TI. Já pensou nisso aí dentro do Espelho Mágico ou de frente para a Presidente Vargas? Meu abraço. Hélio.
RETOQUE
AI, MEUS CALOS!
Numa época em que as atenções do governo e dos shows da vida se voltam para o problema dos medicamentos vendidos no Brasil, mas que são proibidos em seus países de origem; e que pouco mais se fala na elaboração do Código de Ética publicitária, vale a pena lembrarmos dos medicamentos genuinamente nacionais de eficácia duvidosa que infestam as páginas mais nobres de nossos melhores jornais e revistas.
Tal e qual os elixires milagrosos que vemos serem vendidos por mascates charlatões nos filmes de faroeste americano, nossos preparados estão aptos a curar todas as mazelas do brasileiro. E desde que dificilmente um médico, por mais incompetente que seja, receitará qualquer destes "medicamentos", eles se situarão naquela classe de produtos que dependerá basicamente da boa-fé (por desinformação) do brasileiro em relação a seus anúncios. É aí que vemos ser curiosa a dispensa que é dada à "criatividade" nestas peças. Não é necessária muita retórica para convencer o leitor. O discurso é sempre direto, sem "papas na língua", e relaciona de maneira a ser facilmente identificadas as doenças as quais o brasileiro mais popularmente se predispõe a assumir como portador - reumatismo, artrite, hemorroidas, eczemas, ulcerações, hérnias, enfisema, males da próstata, além do eterno fígado, responsável por náuseas, enjoos, dores de cabeça etc. HIC! Além de promessas tipo "viva contente", "resolva seu problema", "salve sua vida", "duplique seu busto e reconquiste seu marido" e por ai a fora.
As ilustrações não são tão realistas (felizmente já imaginaram uma hemorroida antes" e "depois"?). Mas se compõem, seguramente, dos mais perfeitos exemplos do kitsch na publicidade. Em alguns casos, reproduzindo a embalagem do produto, em outros se utilizando daquele artificio da comparação evolutiva do tratamento, raras vezes trazem novas informações estão integrados num layout eficiente. Nesta peça do Urodonal a Ilustração mais parece uma máscara mau-mau com seus olhos, nariz e bocarra...
Se o Serviço Nacional de Farmácia não se importa com estes charlatanismos, pior para nós, consumidores. Mas que nossas ABs (de A, de P, e de AP...) poderiam já apressar o código de ética para diminuir estas hecatombes poderiam.
Marcio Ehrlich |
Brainstorming • Brainstorming • Brainstorming
O colega Carlos Alenquer (Diário do Comércio de Minas) esteve com estes colunistas e apresentou um "manifesto" do Clube de Criação de Minas. Na próxima semana daremos detalhes de que os mineiros estão preparando.
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O jornal O PATROPI que circula na chamada Zona oeste (Campo Grande, Bangu e Santa Cruz) passou a ser semanal. A tiragem de 15.000 exemplares é distribuída graciosamente. Quem quiser receber o exemplar pode telefonar para o Roberto - 394-4450.
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A Revista Bolsa, em comemoração ao teu número 300 lança dia 5 de setembro uma Edição Especial, onde será publicado um índice remissivo de todos os assuntos abordados pela Revista Bolsa, desde o seu primeiro número surgido em 1967. Além do índice, a Edição 300 conterá todos os tipos de separatas publicadas pela revista.
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A Focus Propaganda está convidando todos os leitores da Janela para assistirem a exposição de tapeçarias de Lia Valdetaro, Luiz Adolfo, Myrthes Machado, Thor e Zitto Saback. A promoção da mostra é da Caderneta de Poupança Morada. O local é na agência da caderneta em Ipanema.
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A Mendes Publicidade foi a primeira agência de Norte a associar-se ao IVC. // Ainda sobre a Mendes, ela teve seu outdoor "Veja a vida com bons óculos" (da ótica Belém) escolhido pelo Clube de Criação de São Paulo para figurar no 2º Anuário do Clube, a circular este ano. Eu sempre soube que os bons olhos do Oswaldo enxergavam longe...
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O divulgador Irio Informa comunicando para a JANELA que além das colunas da Gazeta de Notícias (Rio). Pontual (N. Iguaçu), Revista Equipe (Grande Rio) e Jornal A Folha (Paraná) ele também continua com seus programas na Rádio Tupi aos sábados a partir de meia-noite e na Rádio Solimões em Nova Iguaçu todas as quintas-feiras às 15:00 horas com o noticiário dos bastidores.
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A Rabelo Representações, inaugurada recentemente, já tem como clientes importantes veículos de comunicação. Os diretores da R.R., Marlene, Raymilson e Ricardo (Rabelo) informam que estão a disposição de quem quiser maiores informações no telefone 268-6967.
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A TV Guanabara, Canal 7, fará sua inauguração oficial no próximo dia 9. Nesse dia, a emissora apresentará às 19:45h o tão esperado especial Meus caros Amigos, com Chico Buarque. Vamos esperar os resultados do IBOPE.
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Desde 1972, quando o sistema de TV em cores foi implantado no País, as indústrias nacionais já produziram 1,7 milhões de aparelhos coloridos. No ano passado foram vendidos 650 mil aparelhos, representando 38% do total produzido até hoje. Esses índices representam 10 vezes mais que o de vendas do primeiro ano de existência da TV em cores no Brasil. Em 1972 a participação dos aparelhos a cores no mercado de televisores era de 5%. Em janeiro de 1977 o índice atingiu 30%. Mas isto não é um espanto!!?.
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O Jornal do Comércio do Rio, segundo Jornal mais antigo da América Latina (O Diário de Pernambuco de Recife foi o primeiro) já está preparando sua edição especial em comemoração ao seu cinquentenário. No dia 1º de outubro, sairá a "Edição Histórica", ricamente encadernada e que fará parte do acervo dos mais importantes museus do mundo. O fechamento publicitário para esta edição será no dia 15 de setembro Portanto corram com seus anúncios, o momento é histórico.
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O jornalista, publicitário e psiquiatra Marcio Ehrlich passa a assinar, dentro desta Janela, a seção Retoque.
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Ontem, no Seminário de Reciclagem de Mídia da ABA, Ruy Lisboa, publicitário e escritor premiado no concurso de contos Unibanco, falou sobre a constrangedora situação em que se encontra, devido à campanha que o teve como personagem principal desempregado, Ruy se mostrou indignado com o desrespeito e frieza com que alguns profissionais de propaganda o interpretaram, e contou que até sacos de comida foram entregues em sua casa, por pessoas que o imaginaram na miséria. Sua colaboração para a defesa da dignidade profissional (que diz respeito também a outras áreas) foi inteiramente deturpada. Ruy promete que enviará aos jornais e aos colunistas de propaganda um relato de sua via crucís para que seja publicada e corrigida esta injustiça. e no qual ele entregará os nomes de todas as pessoas e agências que ele considera que o prejudicaram.
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Esta coluna fecha às quintas-feiras, ao meio-dia. Qualquer correspondência deve ser enviada para: Rua Barão de Itambi, 7/605. Flamengo. Rio. Ou, pelo telefone 286 4876.
E nossa Janela está bem mais aberta. Agora, só não entra por ela quem não quiser.
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Esta é uma das peças produzidas pela SSC&B:Lintas para seu cliente Soutiens Valisére. A campanha "Clodovil" já entrou na segunda fase com mais um filme de 30 segundos, anúncio página dupla e poster promocional. Foram diretor de arte - Hector Rossano; redator Gike Velasco; fotógrafo - Ramon Chrst; produtor - Maurício de Carvalho; atendimento - Vicente Raggio e Vera Machado. Na peça, Clodovil diz que "Se eu fosse você só usava Valisére". Olha Clô, se eu fosse você não fazia a menor cerimônia.
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