Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente no jornal Tribuna da Imprensa.
O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.
"Marcia Bê" era o pseudônimo da jornalista Marcia Brito. A coluna era editada por Marcio Ehrlich.

ONDE É QUE FICA O CARTAZ DO ARTISTA?

Ontem, dia 18, foi votado em plenário o Projeto de Nacionalização do Cartaz de Cinema. Até fecharmos esta coluna ainda não se sabia se o projeto fora aprovado ou não. Se aprovado, os filmes estrangeiros exibidos no Brasil deverão ter seus cartazes criados, produzidos e impressos aqui.
A campanha lançada pelo Clube de Criação do Rio para a nacionalização do cartaz de cinema mereceu elogios e o respeito de todos os publicitários e desenhistas gráficos do país, e nós estamos de pleno acordo e sempre a incentivamos. No entanto, já era de se esperar que a força do objetivo da campanha e seus aspectos táticos iriam se sobrepor a quaisquer considerações a respeito de sua execução na prática.
Alguns artistas gráficos que trabalham como free-lancers têm procurado esta colunista, se mostrando apreensivos quanto aos "duvidosos benefícios" que a legislação lhes propiciará. Eles lembram que não existe nada determinado no projeto quanto à situação profissional do artista free-lancer ou contratado na criação e produção daqueles cartazes. A quem a lei beneficiará? No momento, apenas as agências tirarão proveito dela. Seguramente, cada distribuidora de filmes estrangeiros, por simples interesse objetivo e prático entregará a uma agência a confecção de todos os seus cartazes (afinal, não dá para fazer concurso para cada um dos 400 filmes que entram todo ano). Daí não ter sido surpresa nenhuma os diretores de agências apoiarem o projeto, pois eles já haviam antevisto seus benefícios.
E quanto aos próprios artistas contratados das agências? A criação e produção dos cartazes seriam como mais um trabalho normal da agência para um cliente? Que benefício isto traria ao criador contratado? Um salário extra pela leitura de cartazes? É pouco provável. A perspectiva mais próxima é que as agências ampliem seus departamentos de arte com novas contratações. E os artistas que já faziam cartazes de filmes nacionais continuarão colaborando para suas produtoras, não alterando em muito seu mercado.
O que esta coluna relembra é a velha saída da união. Os artistas gráficos free-lancers poderiam se adiantar às agências, reunindo-se em cooperativas - que poderiam ser, inclusive, os Clubes de Criação de cada Estado - para oferecer seus serviços às distribuidoras, que assim contariam com maior variedade de estilos de desenhos.
O tema é bastante extenso e variado: nem tocamos no problema dos direitos autorais dos cartazes! A qualquer hora voltaremos ao assunto. Estamos dispostas ao debate.

BRAINSTORMING * BRAINSTORMING  * BRAINSTORMING

Depois do sucesso da campanha para a nacionalização do cartaz de cinema, o Clube de Criação do Rio, através deste anúncio-homenagem, levanta mais uma bandeira na defesa da dignidade profissional.

* A Empresa Paulista de Propaganda elaborou uma pesquisa medindo a Conscientização e o conhecimento sobre seu cliente Indústrias Monsanto S.A. Os resultados da pesquisa provaram a necessidade de uma mudança na imagem da Monsanto. Nos novos anúncios são ressaltadas a tecnologia avançada, a atividade internacional e a proteção à ecologia. No final deste ano, nova pesquisa mostrará se a Monsanto deverá manter ou modificar sua campanha no tocante à criação e média.
* Ricardo Bandeira, ex-J. Walter Thompson, ex Humberto Francheschi, foi contratado para a área de atendimento da Labor-Rio.
* O "case-history" da Merck, Sharp & Dohme, cliente da SGB, foi considerado "destaque do júri" pela ADVB entre os dez premiados com o "Top de Marketing 77". O júri deste ano foi integrado por Francisco Alberto Madia de Souza (COMIND), Ivan S. Pinto (LINTAS) e Mário Ernesto Humberg (Brazmédia). Estes foram os "cases" vencedores, e que em outubro receberão seus respectivos prêmios: Banespa (NORTON), Bel Recanto (SPOT), BINGOLA (Ed. Abril-Coca-Cola M CCANN), Companhia Telefônica da Borda do Campo (ALMAP) , Copa Itaú de Tênis (DPZ), Dodge Polara (DENISON), Gigante Branco (HENKEL. Merck, Sharp & Dohme (SOB), Rosset Textil (GANG) e Standard Ogilvy & Mather (seu próprio case).
* O jovem publicitário Rogério Ehrlich, diretor da Pulga Produções, acaba de ganhar uma viagem para Nova Iorque como prêmio pelo 1º lugar de sua equipe na "Ginkana Pão com Cocada" patrocinada por dona Hilda Faria Lima. Rogério, que também é um excelente fotógrafo, vai aproveitar a viagem e se equipar com as novidades fotográficas de lá.
* A Castelo Branco e Associados nos conta que ganhou o Top de Marketing deste ano com o case-history Gigante Branco // Ainda sobre a CBBA. Ela acaba de conquistar a conta da Mimo S.A., uma fábrica de brinquedos.
* Mariano Marchiori, ex­Mauro Salles/Inter-Americana e Alcântara Machado assumiu a direção geral da SCB em São Paulo, ocupando o cargo deixado por Celso Eduardo Brandão. // Ainda sobre a SGB a sede da agência em SP já está em novas Instalações, na Rua General Jardim, 770, no bairro de Higienópolis.
* O Concurso de Capas "Cem anos de pregão", promovido pela Revista. Bolsa e o Clube de Criação do Rio, já possuí 483 inscritos. Os profissionais que ainda não enviaram seus trabalhos poderão trazê-lo até o dia 2 de setembro.
* A Projefilme/Mongraf ­ assessoria gráfica acaba de inaugurar seu novo parque gráfico na Rua Bráulio Cordeiro, 905, telefone 221-6669. O gerente Roberto Rodrigues comunica que a Projefilme/Mongraf está com uma sofisticada maquinaria para impressões em silkscreen, e já vem atendendo a inúmeras agências de publicidade, como a JMM, Curi, e Aluísio Magalhães.
* Gontijo Teodoro, o conhecido Repórter Esso, assinou contrato com a Divisão de Promoções Especiais da JP&S para a administração empresarial de suas gravações comerciais e apresentações em todo o Brasil.
* E a JP&S tem novas contas: Hiléia Ecologia e Paisagismo, Papel de Parede Badía, e Seacbras­Transportes, Indústria e Comércio.
* Esta coluna fecha às quintas-feiras, ao meio dia. Toda correspondência deve ser enviada apenas para Rua Barão de Itambi, 7/605 - Flamengo - Rio, ou pelo telefonei 288-4876.

Este anúncio abaixo foi o que originou toda a briga entre o publicitário Ruy Lisboa e o presidente do Conselho Nacional de Propaganda, Roberto Duailibi. Vencedor do concurso literário do Unibanco, Ruy Lisboa estava desempregado, creditando a dificuldade por conta da sua idade, 48 anos. Criado pelo redator Ronaldo Conde e pelo diretor de arte Ivo Mensch, o anúncio só foi sido aprovado pelo Ruy quando Conde aceitou que o título terminasse com uma interrogação que não havia no original: "Ele está desempregado?". Remetido a Duailibi, ele não concordou com a mudança, lembrando que a força toda da peça seria perdida. E mandou para a mídia do jeito que está aí abaixo, enlouquecendo Ruy Lisboa, exposto publicamente pela sua situação.