Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente no jornal Tribuna da Imprensa.
O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.
"Marcia Bê" era o pseudônimo da jornalista Marcia Brito. A coluna era editada por Marcio Ehrlich.
Não se pode ganhar sempre
O assunto pode parecer esfriado, agora que a Seleção Brasileira interrompeu suas apresentações em estádios de futebol internacionais. Mas assim que voltarem a ser televisados jogos de grande audiência, começará tudo de novo.
Já deu para imaginar do que estou falando, não? Da chamada "publicidade pirata", é claro, que até a semana retrasada foi assunto de ardorosos protestos das emissoras de televisão (através dos jornais, somente, pois no vídeo nada se comentou).
A ideia da "publicidade pirata" é, sem dúvida, sensacional. Conseguir para o cliente uma veiculação segura de sua mensagem, e a um custo bem mais baixo, deixa qualquer mídia excitado. E numa época em que até as tevês educativas interrompem suas programações e máquinas para gerar e transmitir imagens das partidas de futebol, que outro veículo seria mais conveniente?
Mas as emissoras de TV passaram a não gostar da ideia quando começaram a perceber que ficava cada vez mais difícil encontrar patrocinadores para suas transmissões, e estas corriam o sério risco de dar prejuízo. Logo as emissoras brasileiras de TV que, segundo uma pesquisa publicada no Boletim "Mídia informa" da SSC&B Lintas, ao contrário dos dez maiores mercados publicitários no mundo, contam sozinhas com uma aplicação de verba superior à de qualquer outra mídia, e igual às verbas de todos os jornais e revistas brasileiros juntos. Pois estas emissoras gritaram. Como se elas fossem as únicas que pudessem ganhar sempre.
E reunidas em Associações de Emissoras de Televisão, começaram a se movimentar enviando documentos à ABP, ABA e ABAP, solicitando o fim deste tipo de anúncio. Até ai tudo bem. Está no direito das emissoras protestar, ainda que, em nenhum momento, tenha sido burlado qualquer acordo, ou mesmo se transgredido qualquer legislação. É direito de qualquer agência programar um estádio de futebol ou pista de automobilismo, mesmo em outro país, através de suas associadas. Seja para atingir o público compatriota que estiver no estádio (o que sem dúvida ocorrerá na Argentina) ou por qualquer outro motivo.
Mas quando começam a circular “informações de que as emissoras se dispõem a tomar providências mais sérias a fim de coibir tal "abuso", pedindo para tanto, inclusive, o auxílio do Governo" (O Globo - 17-7-77), a situação se agrava. O Governo é de todos e para todos, e correria o sério risco de desmoralização se começasse a ser procurado para resolver os problemas de interesse de apenas algumas empresas privadas através de leis ou decretos.
A televisão no Brasil é uma grande força e um maior fornecedor dos exemplos. Como tal, tem uma imensa responsabilidade nas decisões que tomar. Convém que ela pense duas vezes antes de incentivar uma arbitrariedade contra seus maiores aliados - os anunciantes e suas agências de publicidade.
Brainstorming • Brainstorming • Brainstorming
Por motivos alheios à nossa vontade, esta coluna divulgou semana passada uma nota que envolveu indevidamente a Casa do Desenho e a agência Departamento de Arte. O departamento de arte da Casa do Desenho, sob a responsabilidade dos competentes Antônio Vaz e Wilson Loureiro, vai muito bem na Tijuca. Em Copacabana surgirá o departamento de arte da Departamento de Arte, dirigida por Antônio Carlos Ferreira e Zezé Nascimento.
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Quem foi à formatura da Turma de Comunicação da Faculdade Hélio Alonso, sexta-feira passada no Hotel Glória, percebeu que durante a leitura dos nomes dos formandos, os alunos que mais se aplaudiam (isso mesmo, se aplaudiam) eram os da turma de Publicidade. Quem sou eu para tirar alguma conclusão disso!
For falar na dita formatura, lá estavam como patronos José Monserrat Filho, o nosso diligente presidente do Clube de Criação do Rio de Janeiro, e o Comandante Roberto Carlos do Vale Ferreira, presidente do Conselho Regional de Relações Públicas. Presentes também Edson Schettine e Paulo Caringi, respectivamente, presidente e vice da ABRP.
Ainda na formatura, Monserrat, aproveitou para distribuir o novo cartaz do Clube de Criação na campanha de nacionalização do cartaz de cinema. Com letras vazadas em fundo vermelhão, ele é de um impacto muito grande.
N.R.: Infelizmente, a arte do cartaz se perdeu no tempo. A imagem ao lado foi uma tentativa de recuperação da ilustração publicada na edição impressa da Janela, apenas para fins históricos..
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Todas as pessoas que aplaudiram aquele belíssimo e original primeiro anúncio do cigarro "Commander" se decepcionaram um pouco com este que está sendo veiculado atualmente. Só depois de acender seus cigarros os dois jovens começam a viver?
Quer dizer, voltamos à sugestão de poderes mágicos e maravilhosos do cigarro.
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O Curso de Línguas Guimarães Rosa, nas mãos da excelente Elsa Macena, está preparando uma violenta promoção de seu novo curso. Nele, os profissionais de qualquer área poderão aprender ou se aperfeiçoar na escrita de textos mais objetivos, a partir de um estilo jornalístico.
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Perfeita a primeira peça promocional que a Aroldo Araújo Propaganda preparou para as calças Cukier. Em uma bolsa de Jeans (ótima para ser levada a praia já neste "rigoroso" inverno) são mostradas as costuras, o tecido e o desenho dos bolsos traseiros das calças fabricadas por aquela empresa, além da etiqueta com a nova e sóbria marca da Cukier criada por aquela agência. O conjunto ainda inclui uma pequena lixa para ajudar a desbotar o azul. Só que o release se esqueceu de avisar que aquela é uma lixa d'água, pra trabalhar debaixo do molhado. Com isso, soube de muita jornalista de moda, que não entende de carpintaria, se matando pra desbotar a bolsa a seco.
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Sujismundo volta com toda a carga pela televisão, cinema e em quadrinhos na revista Gabola. O desenho de Ruy Perotti continua comunicativo, contando agora com mais dois personagens - o Sujismundinho (que paradoxalmente a seu nome é limpo até demais) e o Doutor Prevenildo. Muito bem, ensinemos higiene ao brasileiro! Mas aproveitar para uma subliminar propaganda de discutíveis conceitos de comportamento, isso não! Entre os "conselhos" do Manual de Higiene está "manter cabelos e unhas cortadas...", e aparece um indefectível rapaz de terno, cabelo à Príncipe Danilo e afagando o rosto com orgulho da barba feita. Por que não dizer apenas ''manter cabelos e unhas limpos"? Não só todos os homens têm o direito de andar com o cabelo que melhor acharem, como nós mulheres, sempre usamos cabelo comprido e unhas longas. E dentro da higiene. Aliás, reparem só no Sujismundo. De terno e com apenas seis fios de cabelo...
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O fechamento desta coluna está sendo feito às quintas-feiras, ao meio-dia. Qualquer comunicação ou correspondência poderá ser enviada para Rua Barão de Itambi 7/605. Ou pela manhã, pelo telefone 286-4876.
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