Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente no jornal Tribuna da Imprensa.
O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.
"Marcia Bê" era o pseudônimo da jornalista Marcia Brito. A coluna era editada por Marcio Ehrlich.
Tamanho não é documento
O colega Genilson Gonzaga, em sua coluna "O mercado" do último domingo no Jornal dos Sports, defendeu, como saída para os problemas de mercado que enfrentam os formandos de comunicação, a chamada imprensa nanica. No atual Anuário Brasileiro de Mídia, e no Boletim ABI do último mês, outras matérias se dedicam a elogiar as tais "nanicas" ou "marginais".
É sensacional ver tanta gente incentivando estas publicações que têm procurado abrir caminhos no jornalismo brasileiro, abordando temas corajosos e formando profissionais no campo da prática.
Mas paralelamente a estes incentivos, é bom lembrar que a imprensa nanica está tão cheia (ou até mais) de problemas quanto a chamada "grande imprensa".
De que vive esta imprensa nanica? O que ela tem conseguido de concreto a seus participantes, além de satisfação espiritual e um mínimo de prática? Muito pouco. E por isso suas publicações goram com a mesma frequência com que surgem. E isso pouco ajuda o jornalismo brasileiro.
Seja uma editora grande ou nanica, tenha ou não uma linha atual, e abrigue profissionais experientes ou despontando, sempre se constitui numa empresa, e obviamente necessita de capital para sobreviver. Nenhum órgão de imprensa é capaz de se sustentar durante longo período apenas por sua arrecadação de venda (que ainda terá os descontos da distribuição). O capital, portanto, para a imprensa jornalística, será sinônimo de publicidade.
- O desencontro entre a imprensa nanica e nosso meio publicitário, porém, é inacreditável. Preocupadas geralmente com as grandes mídias, a maior parte das agências brasileiras nem sequer pensa em
programar qualquer dessas novas publicações, esquecendo que elas atingem um público importante -- de universitários e intelectuais --, e que obviamente não deixa de ser consumidor. Um público homogêneo e definido, mais exigente, talvez, mas ainda consumidor. E tais veículos da imprensa nanica ainda oferecem um aspecto importantíssimo: credibilidade.
Por outro lado, há que se notar a desorganização (por inexperiência) das nanicas neste assunto. Quais delas se preocupam em demonstrar, para as agências, que ainda existem e já alcançam um público satisfatório? Quantas destinam repartes regularmente aos mídias, ou mantém contatos para visita-los? Pouquíssimas. E usualmente se esquecem de procurar agências menores, que trabalhando com contas menores, ou com campanhas destinadas a um público mais dirigido, mais facilmente poderão atender às suas necessidades.
Nenhuma publicação nanica o é por opção. E a publicidade tem uma parcela enorme na responsabilidade de não permitir que elas morram. Nomes como Versus, Bagaço, Movimento, Pasquim, Nós Mulheres, Pingente, Ovelha Negra e outros tantos precisam ser incentivados para aumentar o volume das grandes publicações brasileiras.
O retorno será seguro.
Brainstorming • Brainstorming • Brainstorming
Uma das campanhas mais bem boladas desta semana foi também uma das mais modestas. Com um humor bastante brasileiro, a Vasp aproveitou a conhecida frase "Quem tem pressa vai de táxi" para colocar seu trocadilho em adesivos, e fazendo também sua mediazinha com a campanha de racionalização de combustível.
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Os novos spots das massas Ovíssimo, que a Casa do Desenho está veiculando para a Belprato estão merecendo os melhores elogios do meio publicitário.
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Brevemente o Departamento de Arte daquela agência será inaugurado em Copacabana, os relações públicas Antônio Carlos Ferreira e Zezé Nascimento estão preparando uma agressiva campanha de lançamento que irá sacudir o mercado de artes.
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Aos colegas Jomar Pereira da Silva, Armando Ferrentini, Fernando Vasconcelos e Ivan Curvelo, os meus sinceros agradecimentos pelo apoio dado à nossa Janela Publicitária.
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Arte Hoje é a mais nova revista pela Rio Gráfica. A preparação de seu lançamento, com peças diárias em que um entalhador esculpia, letra-a-letra, a palavra ARTE, foi de muito bom gosto e de excelente efeito.
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O número 2 do Mídia Informa, boletim mensal feito pelo Departamento de mídia da SSC & B Lintas nos trás a seguinte informação: A CP – Cinema e Publicidade do Brasil Ltda está introduzindo um novo sistema de fiscalização dos comerciais exibidos nos cinemas de seu circuito. Este sistema controlará, permanentemente, em todo território nacional, a veiculação dos filmes comerciais distribuídos pela CP, Que fornecerá aos anunciantes e agências de propaganda o relatório completo sobre o controle do cine-propaganda.
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A mistura do filme Network com a peça teatral A Longa Noite de Cristal de Vianinha, deu como resultado o funcional comercial feito pela Denison para seu cliente Telerj. Quem já tinha visto os dois achava a mistura a maior loucura...
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Na semana passada todos os telespectadores que estavam com seus aparelhos ligados às 20h30min viram a beleza do comercial "Ray-o-Vac leva o som do Brasil até você". Prova de eficiência do departamento de mídia da agência responsável por sua veiculação.
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As correspondências para esta coluna podem ser enviadas para a Rua Barão de Itambi, 7/605. Flamengo.
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A JP&S comunica que estão abertas as inscrições para o I Offshore Brasil Exposição Latinoamericana de Petróleo, que será realizada em junho de 1978, aqui no Rio. A exposição aproveitará o CIFE – Centro Internacional de Feiras e Exposições, que a RIOTUR inaugurará em outubro, na Barra da Tijuca. O local foi estrategicamente planejado para atender a grandes eventos nacionais e internacionais. Maiores informações na própria JP&S.
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