• Dia do Outdoor: tradição que se reinventa e cuida das cidades. Por Halisson Pontarola

    No próximo domingo, dia 31 de agosto, celebramos o Dia Nacional do Outdoor – uma data que vai além da comemoração de um formato publicitário. No texto ‘Dia do Outdoor: tradição que se reinventa e cuida das cidades’, Halisson Tadeu Pontarola – foto de abertura -, presidente da Central de Outdoor, destaca como o OOH acompanha a vida urbana, se reinventa com tecnologia e responsabilidade, além de atuar como parceiro no cuidado das cidades.

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    Mais do que comunicar, o outdoor pode regenerar espaços, contribuir para a zeladoria urbana e valorizar a paisagem. O texto de Pontarola convida o mercado a refletir sobre o papel da mídia exterior como tradição viva, que se renova em um mundo cada vez mais digital, mas sem perder sua função de conectar marcas, cidades e pessoas

     

    “Há algo de único em caminhar por uma cidade e perceber como a mídia exterior faz parte da nossa vida cotidiana. Seja um painel no meio do trânsito, uma mensagem no caminho para o trabalho ou uma campanha que se torna assunto nas rodas de conversa, o outdoor é presença viva na paisagem urbana. Ele acompanha o ritmo das cidades, muda com elas e, muitas vezes, ajuda a contar suas histórias. É por isso que, quando chega 31 de agosto, o Dia Nacional do Outdoor, não comemoramos apenas um formato publicitário, celebramos uma tradição que se reinventa e segue relevante em um mundo cada vez mais digital e conectado.

    No Brasil, evoluímos para um cenário onde o físico e o digital se misturam, criando novas possibilidades de interação e impacto. Adaptar-se às particularidades regionais e ao perfil de cada público continua sendo essencial, mas o futuro traz oportunidades ainda mais ousadas. Segundo a PQ Media, em 2026 o Digital Out of Home (DOOH) deve representar 36,5% do bolo publicitário global, contra 28,8% em 2021. Esse avanço será impulsionado por tendências como hiper personalização por meio de inteligência artificial e dados, integração com a digitalização urbana, uso de geolocalização e dados em tempo real e o fortalecimento da sustentabilidade nas campanhas e conteúdos interativos.

    Tenho abordado sobre a mídia regenerativa como um caminho para o futuro do OOH. Essa visão permanece firme: mais do que comunicar, podemos regenerar e cuidar dos espaços onde estamos presentes, entregando valor real para as cidades e para as pessoas. É alinhar criatividade, tecnologia e responsabilidade para que nossos ativos publicitários contribuam com o ordenamento urbano, a valorização da paisagem e o bem-estar coletivo. Isso inclui olhar com prioridade para projetos de recuperação de ambientes que já tiveram grande valor no passado, mas que hoje demandam ações para retomar a vitalidade, o uso e o pertencimento.

    A mídia, nesse contexto, atua como facilitadora, ela estrutura a presença responsável, organiza e conecta marcas ao interesse público de recuperar o espaço. Quando entramos como parceiros na zeladoria, cria-se um ciclo positivo: à noite, o local se mantém iluminado e convidativo; durante o dia, ganha um novo atrativo, e as pessoas se sentem à vontade para permanecer, porque o ambiente está limpo e seguro. Isso incentiva o uso qualificado do espaço e ajuda a transformar a cultura e os hábitos de circulação.

    Em São Paulo, considerada uma das capitais com o maior índice de pixação do mundo e também reconhecida pelo grafite em seus muros, muitas vezes o OOH é colocado no centro de um debate sobre o que chamam de poluição visual.  Mas, se analisarmos com atenção, veremos que existem ao menos quatro elementos que causam muito mais desconforto visual do que outdoors planejados e regulamentados. A pixação, quando feita de forma ilegal, degrada fachadas e muros, transmitindo a sensação de abandono e insegurança. A sinalização mal colocada ou mal dimensionada confunde motoristas e pedestres, além de gerar sobreposição de informações que poluem a paisagem. A fiação exposta, muitas vezes emaranhada nos postes, cria um cenário caótico e perigoso, interferindo na estética e na segurança urbana. Já a ausência ou má conservação de calçadas prejudica a mobilidade, compromete a acessibilidade e impacta diretamente a qualidade de vida.

    Em contraste, quando bem inserida, com curadoria estética, integração ao espaço e respeito, a mídia OOH evita o desconforto visual e atua como parceira na preservação e valorização da paisagem. A iluminação qualificada de um ativo de OOH gera efeito imediato de segurança e orientação, enquanto padrões técnicos, manutenção contínua e responsabilidade compartilhada viabilizam ações de zeladoria e requalificação, tornando as cidades mais organizadas, seguras e funcionais.

    O Dia Nacional do Outdoor é um convite para celebrar e repensar nosso papel. Seguiremos desenvolvendo campanhas que, além de gerar impacto visual, contribuam para a melhoria dos espaços urbanos e para a experiência de quem circula por eles. O futuro do OOH será definido não apenas pela tecnologia ou pelos formatos, mas pelo valor efetivo que entregarmos às cidades e às pessoas.”

     

    Renata Suter

    Jornalista

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