• Amor na ponte aérea, por Camilla Carvalho

    Hoje, dia 12 de junho, Dia dos Namorados, a Janela convidou Camilla Carvalho, Head Comercial da Helloo, casada com o vice-presidente comercial do Times Brasil CNBC, Thomaz Naves, para escrever sobre como é conviver com a mesma situação que eles convivem no momento: a ponte aérea.

    Thomaz trabalha em São Paulo e Camilla, com base no Rio, viaja para outros estados do país pela Helloo. Curiosamente, no domingo passado, dia 8 de junho, o casal oficializou a relação de quase uma década com uma cerimônia para a família na casa deles no Rio de Janeiro.

    E você, já viveu essa situação? É possível, para um casal, em cidades diferentes, conciliar trabalho e vida pessoal? A correria do mercado publicitário permite isso?

    O amor na ponte aérea: quando a distância se torna escolha e não obstáculo 

    Viver uma relação afetiva entre duas cidades pode parecer um desafio para muitos, mas para quem encara a vida com objetividade, parceria e propósito, a distância vira apenas mais um detalhe na equação. Foi com esse olhar que me vi refletindo sobre minha própria história ao ser convidada para falar sobre relações atravessadas pela ponte aérea, especialmente entre Rio de Janeiro e São Paulo – eixo tão presente em nosso mercado publicitário, quanto na minha vida pessoal.

    Eu e meu marido, Thomaz, estamos juntos há quase uma década, e boa parte dessa trajetória foi permeada por voos, malas prontas e despedidas temporárias. Morei no Rio enquanto trabalhava em São Paulo – primeiro no Grupo ABC, depois na Jovem Pan – e, atualmente, sigo nesse ritmo pela Helloo, onde cuido não apenas do mercado carioca, mas também de Brasília, Minas e Nordeste. E agora, com o Thomaz assumindo uma posição 100% baseada em São Paulo, a pergunta se impõe: como fazer dar certo?

    A resposta, embora não simples, é clara para mim: quando há vontade mútua, há caminho. Somos dois profissionais apaixonados pelo que fazemos e, principalmente, um pelo outro. A praticidade virou aliada, não inimiga. Aprendemos a valorizar o tempo juntos, não a contabilizar o tempo separados. Transformamos nossa casa em um espaço de aconchego, partilha e amor. Somos parceiros em todas as decisões, mesmo à distância, e cultivamos uma relação com voz ativa, sem espaço para dramas desnecessários.

    É claro que a saudade existe – e há dias em que tudo se resume a um “bom dia” e um “boa noite” trocados entre reuniões e quartos de hotel. Mas a ausência não precisa ser um vazio. Ela pode ser um lembrete da presença que realmente importa: a do compromisso, da lealdade, da vontade de construir juntos. Nossa relação é feita de escolhas conscientes, e talvez por isso seja tão sólida.

    Mas falar de amor nesse contexto também é falar de mercado, de carreira, de cidade. É impossível ignorar o fato de que São Paulo vem ganhando cada vez mais espaço em relação ao Rio, especialmente quando se trata de oportunidades profissionais. E digo isso com pesar – sou carioca, casada com o mineiro mais apaixonado pelo Rio que conheço. Ainda assim, a lógica das grandes metrópoles se impõe: São Paulo oferece mais chances, mais caminhos, mais possibilidades de crescimento. A escolha de migrar para lá nunca foi sobre qualidade de vida, mas sobre projeção profissional.

    Hoje, cogitamos essa mudança definitiva, mesmo sabendo o que deixaremos para trás – amigos, rotina, paisagens. Mas sabemos também o que levamos conosco: o alinhamento de objetivos, a cumplicidade no caminho e a certeza de que, juntos, damos conta. Porque quando duas pessoas querem fazer dar certo, elas fazem. Assim como clientes e agências precisam estar em sintonia para uma parceria funcionar, casais também precisam estar alinhados em propósito.

    No fim das contas, viver um amor entre voos e compromissos não é mais difícil – é apenas diferente. E, se bem cuidado, pode ser ainda mais rico. Porque quando o reencontro acontece, ele carrega consigo o valor de tudo o que foi vivido no intervalo. A ponte aérea não nos separa. Ela nos ensina, dia após dia, que o amor também é escolha. E a nossa é continuar fazendo dar certo.”

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    Renata Suter

    Jornalista

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