Há cinco meses, a Janela recebeu denúncia de racismo contra o então Group Creative Director da Wieden+Kennedy e copresidente do Clube de Criação, João Caetano Brasil, que teria praticado tal crime contra Matheus Thiago, o produtor de RTV da agência à época. Hoje, dia nove de junho, a assessoria pessoal de João e a assessoria da agência, divulgaram o comunicado abaixo:
“João Caetano Brasil, por meio de sua assessoria pessoal, informa que após a apuração das alegações que acarretaram, em comum acordo, na suspensão de seus serviços à Wieden+Kennedy São Paulo, em janeiro deste ano, a investigação foi concluída sem identificar qualquer conduta discriminatória por parte do profissional, sendo qualquer acusação nesse sentido considerada improcedente. Desde o início, João recebeu com perplexidade a citação de seu nome, ainda que sem qualquer denúncia formal, e concordou com a suspensão de suas atividades, com o objetivo de garantir uma apuração transparente e imparcial, a qual foi conduzida por uma instituição especializada e independente. O desfecho reafirma os valores que sempre pautaram sua trajetória — marcada pelo respeito, pela inclusão e pelo repúdio a qualquer forma de discriminação, a exemplo de seu apoio e envolvimento em iniciativas como a idealização do projeto Cria da Quebrada, voltado à capacitação de jovens negros para atuarem na indústria criativa da publicidade. Com a conclusão das investigações e a comprovação da improcedência das alegações, João e a Wieden+Kennedy mantiveram conversas visando uma possível reintegração do executivo. Após tratativas, ambas as partes decidiram, em comum acordo, pela sua saída definitiva, marcando o encerramento de um ciclo e o início de uma nova fase em sua trajetória profissional.”
Em janeiro deste 2025, Matheus Tiago se manifestou em seu perfil no LinkedIn, onde contou sua versão da história, sem mencionar o nome de João Caetano. À época, Matheus, após retornar da viagem ao exterior onde teria acontecido a situação de racismo, teria passado por crise de pânico e pediu demissão da Wieden+Kennedy.
A assessoria da Wieden ao ser questionada sobre quem realizou as investigações, informou que “O processo é sigiloso e conduzido por uma consultoria externa”.
A Janela, cumprindo o seu dever de ouvir todas as partes, procurou Matheus Tiago, que respondeu: “Diante do desfecho da investigação sobre o caso João Caetano, confesso que não esperava menos da Wieden+Kennedy. Fica claro, mais uma vez, a postura de proteção institucional que ignora denúncias sérias e perpetua ambientes tóxicos”.