• Group Creative Director da Wieden+Kennedy é acusado de racismo

    A Janela recebeu denúncia sobre o group creative director da Wieden+Kennedy, de São Paulo, João Caetano, acusado de racismo contra Matheus Thiago, até então produtor de RTV da agência, durante filmagem de uma campanha na Europa.

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    A vítima teria sido alvo de agressões verbais racistas por parte de Caetano, o que teria causado a Matheus impacto psicológico profundo. Após retornar para o Brasil, ele passou por uma crise de pânico, se automedicou e sofreu um apagão de quase dois dias. Incapaz de lidar com a situação, Matheus pediu demissão da agência.

    A agência, segundo a mesma fonte, teria silenciado sobre o ocorrido, não se manifestando publicamente até hoje, quando eu mesma procurei a PR da Wieden+Kennedy, Danúbia Paraizo, que nos enviou a nota abaixo:

    “A Wieden+Kennedy tem como valor inegociável o respeito à diversidade, inclusão e o direito à individualidade de cada um. A agência foi fundada há 43 anos justamente com esses princípios.

    Partindo dessa premissa, quando tomamos ciência, pelas redes sociais, da informação de que um colaborador teria sofrido racismo, nossa primeira atitude foi procurá-lo para ouvi-lo e oferecer o suporte necessário para apoiá-lo e verificar todos os fatos. No entanto, o colaborador optou por não fazer nenhuma denúncia nominal formal, tampouco esclarecer eventuais e informais acusações, razão pela qual a Wieden+Kennedy já iniciou um procedimento visando esclarecer o que aconteceu. A Wieden+Kennedy declara a sua repulsa a qualquer conduta discriminatória, possui rigorosa Política de Ética e Conduta e concluirá a apuração dos fatos com celeridade para tomar todas as providências cabíveis.

    Novamente lamentamos pelo ocorrido e reiteramos nosso compromisso com a tolerância zero ao racismo.”

    Questionei a respeito da permanência de João Caetano na agência e a resposta chegou em forma de outra nota:

    “Por respeito a privacidade dos envolvidos, não compartilharemos suas identidades, nem a situação deles até que tudo seja apurado.”

    Atualização em 24 de janeiro de 2025

    A Janela Publicitária foi procurada por Marcela Branco, da Giusti Creative PR, agência de relações-públicas que fica em São Paulo, dizendo que gostaria de nos enviar o posicionamento do João Caetano. Como este site prima pela responsabilidade editorial e por dar a todos o direito de se manifestar, e assim permanecerá, aqui está o texto que nos foi enviado:

    “Recebi com perplexidade a informação de que meu nome havia sido mencionado nesta situação, ainda que sem qualquer denúncia formal. Sempre pautei minha conduta pelos valores de respeito e inclusão, e repudio qualquer forma de discriminação. Entendo a seriedade do tema e a necessidade de tratá-lo com responsabilidade, por essa razão, tomei a decisão de sugerir prontamente meu afastamento do Clube de Criação e também concordei com o afastamento sugerido pela agência, de modo a permitir que os fatos sejam apurados de forma transparente e isenta. Ressalto ainda que considero fundamental que a apuração seja conduzida por uma instituição especializada e independente, garantindo rigor e imparcialidade na elucidação dos fatos. Assim, só me manifestarei sobre o caso em si após a conclusão da investigação, que certamente trará a verdade.”

    Cabe ainda registrar que, ontem, eu questionei a PR da agência Wieden+Kennedy, Danúbia Paraizo, sobre a permanência de João Caetano na agência, mas, lamentavelmente, recebi uma resposta evasiva da PR da W+K. De forma objetiva, o próprio João Caetano esclareceu hoje que concordou com o seu afastamento da agência. A Janela agradece a quem, com educação e respeito pelo nosso trabalho, responde ao que é perguntado e de interesse público.

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    Renata Suter

    Jornalista

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