Em tempos de muito mimimi e do politicamente correto, tudo junto e misturado, agora foi a vez da carioquíssima Farm, marca que assina alguns dos presentes para os Chefes de Estado e suas Primeiras-damas mais a estampa das garrafinhas de água que são servidas durante as reuniões do G20 aqui no Rio de Janeiro, ter seu passado polêmico desencavado pelo site UOL.
A publicação decidiu relembrar momentos da grife, quando foi acusada de racismo, plágio, gordofobia e homofobia.
Em 2014, a acusação de apropriação cultural, após a marca utilizar uma mulher branca para representar Iemanjá, causando a irritação do rapper Emicida por não escolherem uma modelo negra como a orixá. O então gerente de marketing da Farm, André Carvalhal, rebateu, dizendo que era apenas uma fantasia e que fantasia, obviamente, não tem raça e poderia ser usada por qualquer pessoa.
Ainda em 2014, outra acusação: homofobia. Um cliente compartilhou em seu perfil do Facebook, sua frustração ao tentar comprar uma peça de roupa feminina e ter sido hostilizado por isso, mais uma vez, por uma das funcionárias da Farm.
Já em 2016, nova acusação, dessa vez, de gordofobia. Duas mulheres, mãe e filha, entraram em uma das lojas Farm, sem movimento, mas não foram atendidas e ainda, segundo elas, foram discriminadas pelas funcionárias que não só não as atenderam, como trocaram comentários e risadas entre elas sobre os corpos das duas clientes. A empresa condenou a atitude das funcionárias, se desculpou pelo ocorrido e afirmou que todos eram bem-vindos às lojas da marca. Em 2020, após 23 anos de sua criação, a Farm passou a disponibilizar o tamanho GG em suas coleções.
No ano de 2017, a marca sofreria nova acusação ao lançar a estampa ‘Ruas do Mar’, que retratava pessoas negras como escravas, gerando muita repercussão negativa e a decisão da retirada de todas as peças com a mesma estampa e mais um pedido de desculpas.
Em 2022, a Farm se veria no centro de uma enorme confusão ao criar uma campanha social após a morte de uma de suas funcionárias, a jovem de 24 anos, grávida de 14 semanas, Kathlen Romeu, assassinada com um tiro no tórax, na comunidade do Lins de Vasconcelos, zona norte carioca. A família acusou a Polícia Militar, que negava o crime. Com a repercussão na mídia e nas redes sociais a marca decidiu criar uma campanha social, compartilhando o código que Kathlen usava para marcar suas vendas, com parte dos lucros destinada à família da ex-funcionária. As acusações de racismo e insensibilidade cresciam e fizeram a Farm voltar atrás, oferecendo 100% do valor obtido com a campanha à família da vítima, além de mais um pedido de desculpas por parte da empresa carioca e a demissão de seu head de Marketing.
Fica a sugestão desta jornalista para o UOL, tão dedicado às derrapadas alheias, cuidar daquelas que têm sido direcionadas de forma tão cruel – principalmente para um país que envelhece tão rapidamente quanto o Brasil – ao ainda presidente norte-americano, Joe Biden: o etarismo. Não apenas a ele, diga-se, como a qualquer pessoa que tenha cometido o “crime” de fazer 60 anos de idade ou mais e “insista” em envelhecer. Qualquer preconceito merece ser condenado, seja ele qual for, contra quem for e por qual razão for.
É tão fácil julgar e condenar os outros.
Minha vó dizia: macaco , olha o seu rabo.