Faleceu neste domingo, 13/10, no Rio, onde estava internado no hospital Copa Star, o criativo Washington Olivetto.
Ele tinha 73 anos — nasceu em São Paulo, em 29/09/1951 — e vinha se tratando de complicações pulmonares, que levaram a falência múltipla de órgãos.
Olivetto foi um dos publicitários mais premiados do Brasil. Inclusive pela Janela Publicitária, ficando em primeiro lugar na relação dos “100 Publicitários do Século”, que lançamos ao final do Século XX.
Com a própria Janela ele tinha uma história curiosa. Nos anos 1970, quando ele estava ainda na DPZ e fazíamos a “Seleção da Janela” na coluna que escrevíamos na Tribuna da Imprensa, para premiar os melhores trabalhos e os melhores criativos, ele nos ligava quase que semanalmente para caitituar: “Não deixe de ver meu anúncio para a General Motors amanhã no Jornal do Brasil!”
O redator começou em propaganda em 1971, com 18 anos, estagiando na criação da HGP-Harding Gimenez Publicidade.
Estava na Lince Propaganda quando esta se fundiu com a Júlio Ribeiro, Mihanovich, transformando-se em Casabranca, na qual ficou por quase dois anos.
Na DPZ, onde entrou em 1973, compôs a mais premiada dupla da propaganda brasileira, com Francesc Petit.
Lá, criou a memorável e gigantesca campanha do Garoto Bombril.
Deixou a DPZ em 1986, para criar, associado à GGK, sua agência W/GGK, cujo controle total, junto com Javier Ciuret e Gabriel Zellmeister, adquiriu em 89 transformando-a em W/Brasil. Mas tarde ela se tornaria a WMcCann.
Seu primeiro Leão, um bronze, foi ganho na Lince, para Torneiras Deca. E é dele o 1º Leão de Ouro da propaganda brasileira, conquistado no ano seguinte com um comercial para o CNP (“Homem de mais de 40 anos”).
Em 1975, sob o criativo pseudônimo de George Remington conquistou mais um Ouro em Cannes, desta vez com um free-lance para o Bamerindus.
Assumindo o folclórico visual de criativo publicitário com sua divertida coleção de gravatas, Washington Olivetto não só tornou-se uma grife que transcendeu o mundo publicitário, como conquistou o respeito do próprio mercado, simbolizando, como nenhum outro profissional, o homem de criação que deu certo nesta atividade tão duramente disputada.
Vários grandes da publicidade se foram este ano, Washington Olivetto, Jaques Lewkovicz, Haroldo Cardoso… Ano difícil para a publicidade brasileira…
Eu me lembro bem do primeiro texto que li de WO: magnífico, maravilhoso. Olivetto entrou pra a minha galeria de super-heróis e nunca mais saiu. Que perda para a propaganda brasileira. Estou de luto. E todo aquele que é ou foi publicitário — principalmente da criação — deve ficar também.