• Morre Guy Blanc, produtor e diretor de comerciais

    Faleceu na Paris, França, aos 93 anos, o diretor de comerciais francês Guy Blanc, radicado no Brasil desde os anos 1970.

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    Nascido em Saint-Julien-Molin-Molette, em 19/11/1930, Guy Marie Alfred Blanc estudou na Universidade de Filosofia de Lyon, e entrou no meio cinematográfico aos 25 anos, trabalhando como assistente e gerente de produção do ator e diretor francês Yves Robert.

    Daí, enveredou pela direção de filmes publicitários em vários países europeus, africanos e asiáticos. Em junho de 1968, chegou dirigir seu único longa metragem, Le Mois Le Plus Beau.

    Ainda acompanhando o diretor Yves Robert em sua série de filmes “Le Grand Blond”, chegou ao Brasil para a filmagem da sequência “Le Retour du Grand Blond avec une Chaussure Noir”. E aqui ficou, inclusive trabalhando na produção do filme “Pastores da Noite”, dirigido por Marcel Camus e baseado na obra de Jorge Amado.

    Já instalado no Rio, começou a filmar comerciais para a produtora PPP (Perrin, Persin Produções), uma das maiores do mercado nos anos 1970. E fazendo dobradinha com o diretor de fotografia, também francês, Jean-Benoît Crépon, o “JB”.

    De tanto que a dupla Blanc & Crépon começou a  trabalhar, pela PPP, para o publicitário baiano Duda Mendonça, na sua nova agência DM9, que a produtora decidiu abrir uma filial em Salvador, deslocando os dois a se mudarem para a capital baiana.

    Até que em 1985, entre idas e vindas entre Brasil e França, Guy decidiu voltar a se estabelecer no Rio para abrir, com JB e Ronaldo Uzeda, a produtora Tec-Cine Rio. No rolo, comerciais de enorme sucesso, como “Paris 45”, para a Mesbla, retratando o fim da Segunda Guerra.

    Anos depois, encerrada a sociedade na Tec-Cine, Guy Blanc também passou pela produtora Zohar, da igualmente francesa Isabelle Tanuji. E foi com ela que trabalhou na produção do comercial Egoiste, GP de filme do festival de Cannes em 1989.

    Guy Blanc e Isabelle Tanuji. da Zohar

    Nos anos 1990, envolvido com um documentário para a TV francesa sobre as obras de Oscar Niemeyer, encantou-se por Brasília e decidiu se mudar para a capital federal. Na cidade, passou a atuar como fotógrafo, realizando, inclusive, diversas exposições de fotografias, como, em 2011, a “Sinal Vermelho”, registrando os artistas que se exibiam perante os carros nos sinais de trânsito.

    Lá em Brasília, desde 2007 tinha como companheira Terezinha Donati. Mas, em 2023, com problemas de saúde, Guy Blanc foi levado a retornar à França, para passar seus últimos dias com a família. Ele faleceu na quarta-feira, 24/01, sendo enterrado no cemitério de Saint-Julien-Molin-Molette, junto a seus antepassados.

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    Marcio Ehrlich

    Jornalista, publicitário e ator eventual. Escreve sobre publicidade desde 15 de julho de 1977, com passagens por jornais, revistas, rádios e tvs como Tribuna da Imprensa, O Globo, Última Hora, Jornal do Commercio, Monitor Mercantil, Rádio JB, Rádio Tupi FM, TV S e TV E.

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    Discussão

    1. ANTONIO ACCIOLY

      PPP, que saudade !

    2. Gilles

      La vie est éphémère, mais le souvenir, aussi loin soit il, d’une personne comme Guy Blanc reste à jamais.
      Jai appris par JB cette triste nouvelle et vous présente mes plus sincères condoléances.

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