Somente agora soubemos do falecimento, em 30 de dezembro último, aos 84 anos, de José Monserrat Filho, fundador e primeiro presidente do Clube de Criação do Rio de Janeiro (CCRJ).
Gaúcho de Porto Alegre, nascido a 11/09/1939, Monserrat formou-se em direito internacional, estudando em Moscou. Em comunicação entrou como jornalista, mas, por conta de seu texto, foi levado para a propaganda em 1967 por outro gaúcho, seu ex-colega de colégio Flávio “Faveco” Correia, inicialmente para os escritórios da Denison e da Standard em Porto Alegre.
Transferindo-se para o Rio, trabalhou na Standard (67/71), Norton (71), Denison (71/74) e Caio (74/84), como redator, diretor de criação e VP de criação.
Em 1975, liderou um grupo de 23 publicitários na criação do CCRJ, que presidiu até 1977. Foi o idealizador da campanha pela nacionalização do cartaz de cinema dos filmes estrangeiros e promotor dos concursos de cartazes de filmes estrangeiros (“King Kong” e outros).
Como sempre foi envolvido com questões políticas, mobilizou o Clube de Criação em campanhas como a volta à democracia e ao estado de direito. E batizou a primeira premiação de peças publicitárias do CCRJ, entre 1981 e 1983, com o nome de “Prêmio Eleições Diretas”, uma óbvia referência ao momento político brasileiro.
Como criativo, chegou a receber da ABP o prêmio de “Destaque de Redação Publicitária”. Em 2018, o Colunistas Rio lhe concedeu o Prêmio Contribuição Profissional, pelo histórico de realizações a favor do mercado criativo carioca.
Depois de mais de 35 anos como publicitário, foi se dedicar a trabalhar na Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), onde foi diretor da revista “Ciência Hoje” e editor do “Jornal da Ciência” (em papel e eletrônico).
Monserrat, ao final de sua vida, vinha enfrentando o Mal de Parkinson, com várias internações ao longo dos últimos anos. Na última, não mais resistiu.
(Foto de José Monserrat Filho em 1978)