Depois de usar por 136 anos a mesma logomarca, a Johnson & Johnson anunciou esta semana que teria nova identidade visual.
Sai o estilo cursivo, que teria sido baseado na assinatura do cofundador James Wood Johnson e entra uma fonte sem serifas. E o vermelho se torna mais vibrante.
Na justificativa divulgada por Vanessa Broadhurst, vice-presidente executiva da empresa, uma modernização que indicaria a inovação e refletiria o caráter acolhedor de uma “empresa pura de saúde”.
Dentro da poesia das explicações de designers, o novo logotipo “transmite uma sensação de inesperado e de humanidade”, com o “e” comercial (&) demonstrando “uma natureza humana atenciosa”.
A novidade, porém, vem recebendo inúmeras críticas desde a sua apresentação ao mercado. E de nada adiantou a explicação da consultora de marketing Laura Ries, de que as crianças, hoje em dia, não aprendem mais a escrever letras cursivas na escola e, por conta disso, talvez até não estivessem mais conseguindo ler o antigo logo, por não reconhecer a escrita.
O consultor inglês Walter Susini, em seu perfil no Linkedin, considerou que a mudança foi uma demolição, não um trabalho de jardinagem que deveria ter a arte do marketing. “Um profissional de marketing deve ser capaz de ver o panorama geral, concentrando-se não no crescimento rápido e potencialmente prejudicial, mas no cultivo sustentável e cuidadoso que respeite o valor inerente e a história da marca”, afirmou.
Houve quem lembrasse da tentativa da Coca-Cola de simplificar sua marca na New Coke — o que não foi propriamente um sucesso também quanto ao sabor — e a empresa passou a manter seu logo desenhado até agora.
Para a designer carioca Marilu Schneider, porém, a mudança de uma marca é a maneira mais robusta de comunicar ao mercado uma nova estratégia.
“A trajetória de mais de 100 anos da Johnson & Johnson foi traduzida na credibilidade do fundador através de uma assinatura manuscrita. O momento atual da empresa é de inovação. Diferentemente do caso da Coca-Cola, onde a memória afetiva do sabor de um produto falou mais alto e fez a logo voltar atrás, a Johnson & Johnson é sinônimo de tecnologia e saúde. A nova marca irá comunicar de forma eficaz esta renovação”, comentou Marilu com a Janela.
A criativa também concorda com a mudança na fonte. “Num mundo supersaturado de informação, onde a comunicação precisar ser ágil, as marcas devem simplificar e melhorar sua legibilidade para criar uma conexão sólida com as novas gerações”, declarou.
E o leitor, o que acha?
Gosto é privilégio de cada um e argumentação de “especialistas” é cheque em branco para justificar qq coisa.
Mesmo assim, enxergar “inovação” e “tecnologia” na nova marca exige muuuita vontade. Duvido que grupos focais representativos dos consumidores médios da J&J associariam a fonte espontaneamente a inovação ou qq das outras justificativas.
E pensar que a empresa deve ter pago uma grana imensa por essa criatividade… deve ser um soco no estômago dos acionistas.
Além disso, menosprezar a relação afetiva histórica do mercado com a empresa parece irresponsável.
Trabalhei na J&J e acredito que não deveriam ter mexido no logotipo (marca) porque já é mundialmente conhecidoe respeitado há anos. São essas besteiras que estão levando o Brasil (ou o mundo) à falencia!
Detestei a mudança e concordo com uma verdadeira “demolição” da marca com a alteração radical da tipografia. As razões enumeradas não são convincentes e muito menos as que argumentam com uma alfabetização deficiente nos EUA que não faculta a leitura de caligrafia cursiva.
A tradição incorporada à imagem de marca é intrinseca a ela e não pode ser sumariamente descartada sob pena de prejuízo para a marca. Iniciativa lamentável.
[…] novidade, porém, vem recebendo inúmeras críticas desde a sua apresentação ao mercado. E de nada adiantou a explicação da consultora de marketing Laura Ries, de que as crianças, hoje […]
Vivemos uma época estranha, onde a qualidade não é levada em conta e a falta de criatividade é força à descer “guela à baixo”. A tradição deve prevalecer sempre, tal qual o “CREDO” escrito à tanto tempo que remete a tradição, onde a responsabilidade primeira é com o cliente fiel a marca Jhonson & Johnson
Acho desnecessário, pois por trás disso tem toda uma história que acaba se perdendo.
Sinceramente não gostei Jonhson&Johnson deve manter sua tradição da marca seu copie strategy que capitalizou nestes últimos 136 anos vendendo cuidados com a saúde ( health care)
Uma bosta.
Todo novo gerente oudiretor de marketing de uma empresa acha que tem de modernizar a logomarca, sem se preocupar com a tradição e sua origem.
A falta de respeito não foi só com a mudança da escrita do logo, mas primeiro, com a mudança da embalagem dos hidratantes, causando um desconforto para identificar o qual utilizava. Depois, com a retirada dos mesmos do mercado, sem comunicar os mais interessados, os consumidores. Estou indignada.
Acho uma mudança desnecessária, pois a marca anterior não era feia, nem datada, nem mal feita. Certamente recebeu retoques ao longo dos anos e representava não só a exclusividade da Johnson & Johnson, mas toda a história. Eu não me oporia se a nova marca fosse linda, bem feita, inspirada, original, inesperada, comunicativa. Se a nova marca tivesse alguma qualidade, qualquer uma, que a colocasse de frente com a ótima marca anterior. Mas não tem, é uma bosta. Assim, não dá para concordar.