O Sindicato dos Publicitários do Rio (Sindpubrj) quer emplacar um novo benefício para a classe em sua próxima negociação com o Sindicato das Agências de Propaganda (Sinapro-RJ).
Segundo o presidente do Sindpubrj, Gegê Santos, a ideia é convencer os empresários do setor a adotarem um sistema que cresceu no país, nos últimos anos, chamado “Benefício Social”, uma espécie de fundo emergencial privado que já conta com vários players, como a Benefício Social Familiar (BSF), que está sendo indicada pela entidade profissional carioca.
Já na última negociação, em 2021, Santos tentou levar a ideia para a convenção coletiva, mas foi convencido a abandonar por conta da pandemia de Covid-19, ainda no auge. Agora, o representante dos publicitários quer mostrar às agências que pode ser um bom negócio que os empresários paguem uma mensalidade à BSF por cada colaborador, como forma de evitar que a empresa arque com despesas em situações inesperadas que envolvam sua equipe.
De acordo com Gegê Santos, “os planos de benefícios sociais garantem, por exemplo, a cobertura de custos de medicamentos, quando o trabalhador tem dificuldade em comprar, emergencialmente ou por determinado período”.
As negociações entre o Sindpubrj e o Sinapro-RJ já começam em outubro, para as mudanças terem valor a partir de novembro de 2022.
Como funciona?
A Janela conversou com o representante da BSF no Rio, André Luis Leite da Silva, que explicou que o valor que a agência vier a pagar por cada trabalhador será uma decisão mútua dos respectivos sindicatos na convenção coletiva. Gegê Santos, por exemplo, estimou em R$ 30 mensais o recolhimento por cada profissional de publicidade.
A remuneração da BSF em cima desta arrecadação é de 18,52%, ficando os 81,48% restantes não apenas para pagar os benefícios das emergências com os profissionais durante o ano, como para comissionar as entidades.
Ou seja, sem contar agora com o imposto sindical, cancelado após a reforma trabalhista, o benefício social seria uma forma de tanto o sindicato dos profissionais quanto o das agências conseguirem uma receita adicional, no percentual, para cada uma, de 10% do valor arrecadado.
Finalmente, ao se encerrar o ano, o que não tiver sido pago em benefícios dos 61,48% que efetivamente sobraram para ajudar os trabalhadores, também é dividido entre as duas associações.