Quatro anos depois do vexame que foi a concorrência para a conta digital do Ministério da Saúde (MS), a pasta volta ao assunto, montando uma nova comissão especial de licitação para preparar edital e seus devidos procedimentos legais.
Em julho de 2018, ainda no Governo Temer, o MS, comandado por Gilberto Occhi, convocou agências para disputarem uma verba fabulosa de comunicação digital, definida no edital da Concorrência nº 1/2018 – UASG: 250110 como sendo de R$ 50 milhões.
Nada menos que 17 agências se apresentaram, em um processo que levou mais de cinco meses, por conta do tempo de julgamento das propostas e o arrastar dos tradicionais recursos jurídicos e contrarrazões.
Finalmente, em dezembro daquele ano, saiu o resultado com a CDN Comunicação Corporativa Ltda. ficando em primeiro lugar, tendo a Digital Consultoria e Publicidade Ltda. em segundo e a FSB Comunicação e Planejamento Estratégico Ltda. em terceiro.
Só que, terminou dezembro e nenhum contrato foi assinado.
Reviravolta
Em janeiro de 2019, Jair Bolsonaro toma posse como presidente, nomeia Luiz Henrique Mandetta como ministro da Saúde, e tanto a vencedora CDN quanto as demais 16 participantes descobrem que a licitação estava sendo cancelada, a despeito de tudo o que elas investiram para participar.
A notícia de que o MS prepara uma nova licitação foi publicada na página 47 do Diário Oficial da União desta sexta-feira, 24/06, com a nomeação da servidora do MS Krishna Olivia Vieira de Melo como presidente da comissão que cuidará dos trâmites.
Considerando, porém, que estamos no final de junho, veremos provavelmente o edital indo para a rua em julho, exatos quatro anos depois do anterior.
Considerando ainda que, em janeiro de 2023, poderemos ter ou não um outro presidente e um outro ministro da Saúde, fica a curiosidade: quem arriscará participar da briga desta vez, sem saber se ela chegará ao fim?