• Do RiR 2022 para o RiR 1985, a carta que Medina escreveu

    É do próprio Roberto Medina, junto com a redatora Betoca Jencarelli, o texto do anúncio que lançará a campanha do Rock in Rio 2022, a partir do dia 20 deste mês. A peça mostra uma carta emocionada que o Rock in Rio 2022 estaria escrevendo para o primeiro Rock in Rio, de 1985.

    Numa página inteira de jornal, com o apoio de patrocinadores como o Itaú e outros 11 anunciantes, Medina procurou contar a história do evento, para lembrar que “está chegando o dia do reencontro”.

    Com o inevitável título de “Acreditamos no sonho”, marca registrada do publicitário, a Janela antecipa para seus leitores o texto da peça, que seguramente vai desencadear boas memórias de quem já foi a qualquer um dos Rock in Rio:

    Querido Rock in Rio 85,
    Esta carta é pra te dizer que este foi só o primeiro, e não foi nada fácil, eu sei. Teve dia de querer desistir, mas a gente acreditou no sonho e – quer saber? – Valeu muito a pena. A gente foi longe, cresceu muito, mas o melhor é que crescemos sem perder a magia. Isso, nem pensar!
    São 37 anos de estrada, meu irmão, 20 edições em 4 países, uma melhor que a outra. Além do Brasil, construímos Cidades do Rock em Portugal, na Espanha e nos Estados Unidos.
    Fico imaginando você aí, vendo a primeira ser totalmente destruída pela intolerância, depois daqueles 10 dias mágicos, que mostraram ao mundo a competência do brasileiro na realização de eventos e colocaram o país na rota dos shows internacionais.
    Só que, em vez de achar que o sonho tinha virado pesadelo, focamos na emoção que foi ver aquela plateia banhada de luz cantar numa só voz, uma canção. Foi genial a ideia de, pela primeira vez, jogar a luz do palco no público, e sim, continua sendo o mais importante, a grande estrela da festa.
    Por falar em festa, queria te dizer que a cada edição ela fica maior e melhor. Em 2019, a Cidade do Rock tinha 17 áreas com atrações variadas, incluindo 3 arenas olímpicas, 9 palcos e ruas temáticas. Pra você se localizar, estamos no Parque Olímpico, bem perto de onde nossa história começou. Temos roda-gigante, montanha-russa e vários espaços onde nossos parceiros promovem experiências fantásticas com o público. Viramos um grande parque, com diversão para todas as idades.
    Aliás, um monte de gente que esteve com você continua vibrando do mesmo jeito, só que agora traz filhos e netos o que faz da Cidade do Rock um lugar ainda mais especial.
    Você ainda tem o adesivo “Eu vou”, que todo mundo colava no vidro dos carros? Hoje são centenas de produtos oficiais com a nossa marca. E sabe a lama que deixou você desesperado e engoliu o tênis de muita gente? Até hoje é lembrada com muito carinho, deixou saudade. Quando vejo em filmes e fotos antigas, dá até um aperto no peito. Mas hoje ela é mesmo só uma lembrança, porque existem novas possibilidades, e o respeito ao público está em cada detalhe da Cidade do Rock.
    Quem poderia imaginar não é? Mas quando escrevi lá em cima que a gente foi longe, não estava de brincadeira. Nós assumimos o compromisso de usar a força da marca e a música para construir um mundo melhor, mais solidário, um mundo sem fome, com natureza protegida e oportunidade para todos. A gente sabe que é um longo caminho a ser percorrido, mas queremos construir uma ponte nessa direção. Parece sonho? Mas nós acreditamos no sonho! O sonho sonhado por você é uma realidade.
    Somos o maior evento de música do planeta por causa da sua ousadia. Você acreditou que o Brasil poderia ser referência neste mundo e fez acontecer.
    Já te contei sobre o impacto que a gente promove na economia? A cada edição atraímos para o Rio turistas do Brasil e do mundo! Eles movimentam hotéis, restaurantes, bares, visitam pontos turísticos, esticam a viagem por todo o estado. Por conta disso, mais postos de trabalho são abertos, gerando mais qualidade de vida para quem vive aqui. Para você ter uma ideia, em 2019, o impacto econômico no Rio foi de 1,7 bilhão de reais.
    Acreditar no sonho valeu ou não valeu a pena? Porque mesmo nas horas mais duras nós fomos em frente. Como agora, quando o mundo virou de cabeça pra baixo e a vida parece que parou. Quem poderia imaginar que iríamos enfrentar uma pandemia?
    Mas está chegando o dia do reencontro. Abrir os portões vai ser como abrir os braços para o abraço adiado. Porque a gente sabe que a vida é ao vivo, e este vai ser o melhor Rock in Rio de todos os tempos.
    Abração, sdds,
    Rock in Rio 2022.
    P.S.: Em setembro, mando fotos.
    Publicidade

    Marcio Ehrlich

    Jornalista, publicitário e ator eventual. Escreve sobre publicidade desde 15 de julho de 1977, com passagens por jornais, revistas, rádios e tvs como Tribuna da Imprensa, O Globo, Última Hora, Jornal do Commercio, Monitor Mercantil, Rádio JB, Rádio Tupi FM, TV S e TV E.

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