As duas entidades que representam as agências de publicidade do Rio de Janeiro, Sinapro-RJ e Abap-Rio, estão divulgando um manifesto por terem percebido que, nem mesmo durante o Carnaval, foi vista qualquer campanha oficial para atrair turistas para a cidade.
O documento lamenta que, por conta do atraso na contratação de agências pela Prefeitura — a Janela já tem coberto o assunto — o Rio de Janeiro esteja impedido de contar com um amplo plano de turismo receptivo.
Vejam a seguir o texto do manifesto:
Uma cidade que deseja se mostrarO Rio é uma cidade de resistências e precisa, neste momento, de respeito e atenção, pois enfrenta uma das piores crises de sua história, embora, como sempre, exercendo o seu poder de demonstrar virtudes, como na ocupação superior a 85% em sua rede hoteleira num período que deveria ser de carnaval – sua maior festa – mas quieta, ainda, sob as acertadas medidas de controle sanitário. Como o resto do país – e do mundo – há mais de dois anos sofre o Rio os efeitos perversos da pandemia, com a desestruturação de sua rede de prestação de serviços, especialmente na área de turismo, sua vocação permanente. Esta cidade que o mundo inveja – foi o único encanto que uma princesa austríaca, quase menina, registrou há duzentos anos, em carta na chegada ao seu destino incerto – está pedindo respeito aos que nela vivem, especialmente aos seus dirigentes, para recuperar o que perdeu com muitos equívocos praticados ao longo de sua história. Está sobrevivendo de beleza, mas isso não basta para atender à urgência de suas necessidades mais primárias. Uma cidade moderna e cosmopolita não pode sobreviver sem que tenha suas potencialidades mostradas e respeitadas. É inadmissível, neste tempo da comunicação, que pequenas questões paroquiais impeçam a cidade de contar com um amplo plano de turismo receptivo, que começa pela qualificação dos produtos que atraem turistas, que não pode limitar-se às belezas inegáveis, que sempre existiram e espera-se não sejam destruídas. Plano que deve permanentemente atrair os turistas onde estejam, mostrando que ainda temos a alma doce da recepção afetuosa àqueles que nos buscam. Os políticos do Rio têm o dever de olhar a cidade que, por iniciativa própria, amplia-se internamente na oferta cultural e da moda, sua vocação do bom produto turístico, o que infelizmente pela falta de comunicação, corre o risco de se perder no desconhecimento. Não é razoável ou aceitável que não se tenha um plano de comunicação turística porque a Prefeitura não pode, por razões legais, promover a cidade e as suas virtudes, tolhida pela tacanha ação da política pequena, que desconhece as virtudes da publicidade no mundo moderno. Não sabem, por exemplo, que para cada real aplicado em publicidade o produto interno bruto do país, e por consequência do Rio, cresce 8,54 reais, segundo as últimas pesquisas da Deloitte, consultoria que estuda a matéria no mundo inteiro. É preciso colocar os talentos comprovados da publicidade carioca a serviço da cidade e de sua gente. O tempo de reconstrução exige pressa. Sindicato das Agências de Propaganda do Rio de Janeiro |