• Homenagem da Heinz ao Rio tenta imitar o sotaque carioca e gera polêmica

    Soko para Heinz: Heinx

    Os paulistas adoraram. Os cariocas, nem tanto, sobre a tentativa de homenagem do ketchup Heinz ao Rio de Janeiro pelo aniversário da cidade, no dia 1º de março.

    Em mobiliário urbano na Zona Sul da cidade, a agência Soko criou uma placa que, teoricamente, imitaria o sotaque carioca — como os paulistas o ouvem — ao pronunciar a marca Heinz: “Ninguém faz melhor que Heinx“.

    Sem entender a piada, este colunista, então, levou a questão ao seu perfil no Facebook para perguntar  aos amigos do Rio e aos publicitários se, realmente, cariocas falam “Heinx”.

    E, enquanto paulistas declararam ter gostado, as opiniões de muitos cariocas foram massacrantes:

    • Sem noção…
    • Ridícula
    • Heinx?????
    • Sem graça
    • Tiro saiu pela culatra… já perderam em criatividade.
    • Totalmente equivocado.
    • Estereotipada. Nem todo carioca fala do jeito da Fernanda Abreu…rsrs
    • Orra meu, mano que bosta.
    • Eu, na minha condição de carioca, não me sentí nem um pouco homenageada, achei isso aí uma babaquice. Quiseram copiar o MacDonald’s que está se auto-chamando de Méqui. Não deu certo.
    • Caraca. Que vergonha mermão??
    • Uma bobagem
    • Clichê sem propósito.
    • Pifia.
    • Distanciada. Redator nunca veio ao Rio. E nem deve gostar da gente. Ou quem aprovou a peça.
    • HeinX com ‘X’ de Xenofobia.
    • Eu nunca ouvi…
    • Que estranho.
    • Horror.
    • Porra meu, assim eu não agueiinnto… e os plural ???
    • Além de equivocado, eles cometem um pecado enorme que é o de querer “brincar” com a marca. Marca é coisa sagrada, custa caro e qualquer deslize pode comprometê-la. E é o caso. Um deslize.
    • Xulo…
    • Nunca.
    • Sedequis, Alequis, Maquis Factor, dois pastel, acabou as ficha, tá choveiiiindo, Curíntcha e por aí vai. É a terra do pior português do Brasil.
    • Orra, meu: puta loucura dos mano meu…
    • Só rindo…
    • Mequi… Heinx… acho que jogam dinheiro fora com essas gracinhas.
    • Mais confundiu a marca que a divulgou.
    • Quis fazer como o “Méqui” utilizado do McDonalds.
    • Que nem tia em festa de adolescente…
    • Não diz nada…
    • Se a veiculação fosse em São Paulo… a turma adoraria.
    • Muito ruim !!!
    • Erraram!
    • Tomara que, pelo menos, a hora esteja certa.
    • Uma boxta.
    • Puta merrrrda, manôoooo!!!!!!!
    • Achei bola fora total!

    No meio das críticas, alguns publicitários, como o carioca Rodrigo Rosman e o paulista Henrique Szklo mataram a charada!

    Não é “Heinx” que o carioca fala. É Hainch. Ou “Ráinchhh”. Ou, como Gustavo Annecchini garante que o que sempre ouviu no Rio, “Ráinsz”.

    Ou seja, o “Hainx” do cartaz acabou sendo lido pelos cariocas como “Háinks”, o que não tem nada a ver com o chiado carioca.

    Carlos Henrique Equi observou que é sempre uma péssima ideia criar “de longe”. No que confirmou Ricardo Ladvocat: “Todas as vezes que tentam reproduzir carioquices, erram. Falta DNA”.

    O problema parece nem ser só com paulistas em relação ao Rio. O gaúcho Ricardo Soletti lembrou, em seu comentário, que isso também acontece quando fazem campanhas para o Rio Grande do Sul: “Sempre falam em tchê ou usam uma cuia de chimarrão das maneiras mais bizarras e aleatórias possíveis”.

    O que me fez lembrar do tempo pré-internet em que, no dia 20 de janeiro, dia do padroeiro São Sebastião, agências paulistas faziam anúncios em homenagem ao aniversário da cidade.

    A Globo, com criação dos cariocas Marcos Pedrosa e Rosana Braem, precisou fazer comercial para mostrar a diferença, como contamos em nota de 2001.

    Isso, ao menos, nunca maich.

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    Marcio Ehrlich

    Jornalista, publicitário e ator eventual. Escreve sobre publicidade desde 15 de julho de 1977, com passagens por jornais, revistas, rádios e tvs como Tribuna da Imprensa, O Globo, Última Hora, Jornal do Commercio, Monitor Mercantil, Rádio JB, Rádio Tupi FM, TV S e TV E.

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