• Octopus refuta decisão da justiça que a condenou a deixar contas públicas

    Octopus - Sede

    A agência Octopus diz já ter acionado seus advogados para ir até o fim na reversão da decisão da 12ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo, tomada no último dia 14/02.

    Em sessão presidida por Edson Ferreira e participação de Osvaldo De Oliveira e J. M. Ribeiro De Paula, nos autos de Apelação Cível nº 1014848-50.2018.8.26.0161, em segunda instância, a justiça manteve sentença do juiz André Mattos Soares, da Vara da Fazenda Pública de Diadema, que condenou a Octopus em conjunto com o ex-prefeito Lauro Michels Sobrinho e o ex-secretário de Comunicações Carlos Augusto “Cacá” Manoel Vianna por improbidade administrativa após fraude em licitação.

    Em conversa com a Janela, o diretor da Octopus, Michel Haibi, garantiu que a agência foi injustamente arrolada em uma briga política e irá lutar pela suspensão da decisão. De acordo com Haibi, o próprio Ministério Público de Diadema seria favorável à anulação do processo.

    Histórico

    O processo remete à concorrência promovida pela Prefeitura de Diadema em 2015, quando Lauro Michels estava em seu terceiro ano de mandato. O valor da licitação era de apenas R$ 1 milhão por ano.
    Após a divulgação dos resultados, uma integrante da subcomissão técnica, vinculada à administração municipal, denunciou ao Ministério Público que havia sido coagida pelo próprio prefeito e por Cacá Vianna a favorecer a Octopus em suas notas, afirmando que recebeu atas já com as pontuações preenchidas. A servidora — que, por ser classificada como “testemunha protegida”, não teve seu nome revelado — chegou a afirmar que nem mesmo reunião houve da subcomissão técnica.

    Condenações

    Em primeira instância, o juiz André Mattos Soares condenou Lauro Michels a ter seus direitos políticos suspensos até 2024. O mesmo com Cacá Viana, que hoje atua como secretário de esportes da Prefeitura de São Paulo.

    E a Octopus, agência de Santo André experiente em contas públicas, como as prefeituras de Macaé, São Bernardo do Campo e Ribeirão Pires — além de ter sido a vencedora, recentemente, da licitação do TSE –, foi condenada a pagar multa de R$ 620 mil e a ficar três anos sem o direito de atender a clientes de governo.

    Em entrevista a Junior Carvalho, do Diário do Grande ABC, o presidente da Octopus, Paulo Cesar Ferrari, negou irregularidades na licitação. “No inquérito civil, que precedeu a ação de improbidade, as demais licitantes declararam que os procedimentos correram normalmente, sem qualquer ato suspeito e reconhecendo a proposta da Octopus como adequada para o objeto. Confiamos na Justiça e adotaremos a providência cabível para que a verdade e o justo prevaleçam”, disse.

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    Marcio Ehrlich

    Jornalista, publicitário e ator eventual. Escreve sobre publicidade desde 15 de julho de 1977, com passagens por jornais, revistas, rádios e tvs como Tribuna da Imprensa, O Globo, Última Hora, Jornal do Commercio, Monitor Mercantil, Rádio JB, Rádio Tupi FM, TV S e TV E.

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