Para tudo!! O Ministério da Saúde (MS) comunicou esta terça, 18/01, ao mercado publicitário, que está suspensa a sua licitação nº 84/2021, que escolheria quatro agências para cuidar de uma verba de R$ 215 milhões. A entrega das propostas estava marcada para o próximo dia 21/01.
A suspensão segue o imbroglio surgido na formação da subcomissão técnica que julgaria as propostas das agências. Como relatado pela Janela, o representante da unidade de Integridade do MS, Nilton C.J.Pereira, questionou o direito de a Assessoria de Comunicação do Ministério da Saúde ter indicado os nomes dos candidatos vinculados ao órgão. Especificamente, o de Ana Letícia Jacinto Monteiro, coordenadora de publicidade do MS, que também teria estado envolvida com o processo de preparação da disputa. O que seria motivo de impedimento, pela nova lei das licitações.
Hoje, a conta do Ministério da Saúde é atendida pelas agências Calia/Y2, CC&P, Fields e Nova/SB, cujo contrato termina este ano, podendo, porém, ser estendido em caráter excepcional até a definição de uma nova licitação.
Pressão política?
O que o mercado se pergunta agora é se o Ministério da Saúde simplesmente remarcará a data de entrega das propostas para quando conseguir corrigir a confusão da formação da subcomissão técnica ou se lançará um novo edital, começando o processo do zero.
A curiosidade é saber se, em um eventual novo edital, o Ministério da Saúde resistirá à tentação de alterar o briefing.
A partir de possível lobby de agências interessadas em interromper o processo, a imprensa acabou registrando que a concorrência teria irritado a cúpula do governo Bolsonaro.
Tudo porque o edital, em seu briefing, defende campanhas de vacinação e combate fake news, quando todos sabem que Bolsonaro tem se posicionado contrário à vacina, ele próprio dizendo que não se vacinou.
Como o Ministério da Saúde poderia ter mantido a entrega das propostas das agências para o dia 21/01, ficando na pendência apenas da formação da subcomissão técnica, não faltaram comentários entre dirigentes de agências que a suspensão teria motivos não necessariamente técnicos.
Agora só aguardando para saber. O que acha o leitor?
(Foto sensacional de Marcelo Queiroga por Igo Estrela, do site Metrópoles)
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