• A partir de sábado, 08/05, a Prefeitura do Rio fica sem agência

    Eduardo Paes

    Terminam na sexta-feira, 07/05, os contratos que a Prefeitura do Rio de Janeiro firmou em 2020 com as agências Cálix, E3 e Nacional. As três foram as escolhidas pela concorrência nº 01/2017, que levou três anos para se definir e estabeleceu uma verba anual de publicidade de R$ 56,2 milhões, ou seja, R$ 18,75 milhões para cada uma gerenciar.

    Só que, desde a posse de Eduardo Paes, a municipalidade encerrou todo o seu relacionamento com as três agências. Em matéria recente da Janela, a justificativa dada pela área de comunicação da Prefeitura do Rio foi que a nova gestão encontrou os cofres vazios e se viu impedida de investir em publicidade.

    A Janela até chegou a registrar, no final de 2020, que, no orçamento enviado por Crivella à Câmara Municipal, o limite de investimentos na área seria de R$ 16 milhões em 2021 — um corte significativo em relação ao valor inicial –, mas nem isso acabou acontecendo. O Governo Paes se concentrou na mídia gratuita que tem com a Clear Channel em OOH e em suas próprias redes sociais. Como comentou com a Janela um profissional do mercado, o alcance desta comunicação não chega a 1% do que a Prefeitura precisaria para levar ao carioca suas campanhas com fins educativos.

    Repercussões

    Se não renovar os contratos, a partir da próxima semana, a Prefeitura do Rio ficará legalmente impedida de autorizar publicidade em veículos de comunicação. Assim como, mesmo na internet, não poderá impulsionar suas postagens ou se utilizar da mídia programática.

    Apesar de os representantes das agências selecionadas na concorrência terem preferido não se pronunciar neste momento, a Janela levantou que as três tiveram prejuízo com a reversão de expectativa na prestação de serviços, até porque a Prefeitura do Rio exigiu que comprovassem ter estrutura na cidade.

    A Nacional, já estando sediada no Rio, talvez tenha sido a menos prejudicada, apesar dos cortes que foi obrigada a fazer na equipe. A E3, que na época da divulgação dos resultados, declarou ter planos de crescer no Rio, acabou sendo obrigada a manter apenas as instalações e equipe com que atende a Prefeitura de Niterói, conta que conquistou em 2017. E a Cálix, que também pretendia investir mais no Rio, solucionou os cortes na verba da Prefeitura passando a operar em espaços de coworking.

    A Janela solicitou à Prefeitura do Rio um posicionamento sobre o encerramento de seus contratos com as agências de publicidade, mas não teve retorno até o fechamento desta matéria.

    (Foto de Eduardo Paes: Delmiro Junior/Parceiro/Agência O Dia)

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    Marcio Ehrlich

    Jornalista, publicitário e ator eventual. Escreve sobre publicidade desde 15 de julho de 1977, com passagens por jornais, revistas, rádios e tvs como Tribuna da Imprensa, O Globo, Última Hora, Jornal do Commercio, Monitor Mercantil, Rádio JB, Rádio Tupi FM, TV S e TV E.

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