Não deu certo a divisão nas loterias do Rio de Janeiro, anunciada no início de 2020, quando a Loterj não renovou com a Hebara depois de 25 anos de relações e contratou, após licitação — da qual a Hebara não quis partcipar — , a MCE Intermediações em Negócio do Mercado, para cuidar da premiação oficial do Rio.
O apostador fluminense simplesmente não duplicou seus investimentos em premiações. Como resultado, tanto o RJ da Sorte, tocado pela Hebara com a Novos Rumos, quanto o Loterj de Prêmios, o novo produto da MCE, passaram a receber praticamente a metade do que faturava o produto original Rio de Prêmios.
Não bastasse isso, a Hebara assistiu a pandemia do novo coronavírus chegar a exatamente um mês depois de ela estrear pela Band TV o seu RJ da Sorte, em parceria com a Capemisa Capitalização. O empreendimento até resistiu por todo este tempo. Mas esta semana, a Hebara comunicou formalmente ao mercado que estava encerrando de vez a comercialização do produto.
A volta do Rio de Prêmios
Com a decisão de deixar o mercado fluminense, Amilton Noble, sócio da Hebara, vendeu para a MCE a marca do Rio de Prêmios, que ele tinha registrada no INPI.
Em conversa com a Janela, Haneman Alves Mendes, diretor da MCE para a operação do Rio, adiantou que pretende relançar o Rio de Prêmios já nas próximas semanas. Este nome, vale destacar, tem mais afinidade com o Capital de Prêmios, que a MCE promove em Brasíia, do que o atual Loterj de Prêmios. Se lembrarmos que o Rio de Prêmios, pela Hebara, foi realizado, inclusive com campanhas publicitárias, durante 13 anos, antes de o contrato com a Loterj se encerrar, a aposta da MCE é que a população ainda tenha o produto com carinho na lembrança.
O novo Rio de Prêmios contará com a apresentação apenas de Vivi Romanelli e Carlos Alberto, que já haviam encabeçado os sorteios do produto nos tempos de Hebara. Aline Malafaia, que está na foto principal da matéria, daquela época, não seguirá no projeto.
Aline, Vivi e Carlos Alberto chegaram a trabalhar juntos no RJ da Sorte na Band, mas Vivi e Carlos Alberto se desligaram em novembro para trabalhar com a MCE no Loterj de Prêmios. Aline, portanto, está partindo para outros projetos.
Quanto a Amilton Noble, os comentários do mercado é que o empresário deve seguir atuando na área de loterias, buscando implantar o produto em outras capitais brasileiras.
No Brasil, nem toda loteria é loteria
Apesar de todo dicionário definir que “loteria” é um tipo de jogo em que o participante compra um bilhete que poderá ser premiado através de sorteio — o que é exatamente o que ocorre nos casos descritos acima –, a burocracia, no país do jogo do bicho, deu um jeito de dizer que não é bem assim.
Tanto que a Hebara pediu para a Janela esclarecer que só pode ser chamada de loteria aquela promovida pela Loterj. O RJ da Sorte, lançado pela Hebara em fevereiro de 2020, apesar de vender seus bilhetes em bancas e também ter seus prêmios definidos por sorteio, tecnicamente deve ser visto como um “título de capitalização”, com regras que são definidas pela SUSEP, do Ministério da Economia.
A loteria que não é loteria pode ser definida como uma “filantropia premiável”. Os títulos eram emitidos pela Capemisa Capitalização e os recursos obtidos com os apostadores, além de bancar os prêmios e a administração da Hebara, tinha uma parte destinada a projetos sociais, no caso para a Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE).
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