Exatamente uma semana depois de a Associação Brasileira de Anunciantes (ABA) pedir seu desligamento do Conselho Executivo das Normas-Padrão (CENP), as 10 entidades remanescentes signatárias da autorregulamentação publicitária decidiram emitir uma nota com a sua posição, esclarecendo que respeitam a decisão mas pretendem seguir interagindo e debatendo os anunciantes por meio dos vários organismos de participação do órgão.
Nota das entidades mantenedoras do CENPDesde sua fundação, há 22 anos, o CENP é o principal fórum de debates de ideias e de busca das melhores práticas do mercado de publicidade e comunicação, funcionando como o centro de autorregulação ético-comercial da atividade. O objetivo maior da autorregulação sempre foi a profissionalização máxima e a defesa da ética nas relações entre veículos, agências e anunciantes. Entidades setoriais e de profissionais participam do CENP de forma voluntária porque reconhecem que as melhores práticas do mercado surgem do diálogo, da compreensão dos interesses e das opiniões dos diferentes membros, em favor de relações saudáveis e justas. Desta forma, valoriza-se a liberdade e evitam-se abusos de poder econômico por quem quer que seja. Assim como participar do ambiente autorregulado é uma decisão voluntária, deixar de participar do CENP também é. Aliás, a liberdade de decisão na forma de divulgar seus produtos e marcas sempre esteve, e continua a estar, nas mãos das empresas. Participa e usufrui do ambiente de autorregulação e do modelo brasileiro quem livremente assim deseja. Respeitamos a decisão da diretoria da ABA-Associação Brasileira de Anunciantes em deixar o CENP. Podem mudar as formas, podem mudar os caminhos, mas o objetivo de um mercado justo, ético e profissional não muda. |
Os embates entre a ABA e o CENP não são de hoje. Não por acaso, em 2017 registrávamos que as duas entidades se enfrentavam para negociar remuneração das agências.
Em conversa com a Janela, alguns dirigentes do setor publicitário apontam que a ABA faz tempo que deixou de ser uma entidade dos “anunciantes” no sentido mercadológico da palavra. Dirigentes de marketing, que compunham a diretoria, foram dando espaço a profissionais das áreas jurídica e administrativa, cujo compromisso tem mais a ver com a discussão sobre rentabilidade financeira para as empresas em que trabalham.
Além do desligamento, a ABA ainda não deu seu novo passo no sentido de deixar claro o que pretendeu ao sair do CENP. Também não se confirmou a promessa de Fabio Wajngarten de associar a Secom à entidade.
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